Fala-se muito (infelizmente com razão) nos acidentes nas estradas de todo o País. Todavia, ouvindo aquilo que se diz e observando as medidas tomadas, ficamos convencidos de que ninguém quer verdadeiramente que eles terminem ou diminuam drasticamente. Se a intenção fosse essa atacava-se aquela que é de longe a principal origem e causa. É mais do que certo que o álcool é um factor importante: no entanto, não é directamente o seu abuso que provoca os acidentes causados por pessoas etilizadas. Acusa-se o excesso de velocidade, que também é um factor menor, esquecendo por completo que os países onde mais rapidamente se conduz - ou onde os limites de velocidade são mais altos - são aqueles em que menos acidentes ocorrem. Também são os que mais radares têm. Se os governantes estão convencidos que o excesso de velocidade é a culpa principal dos acidentes que tanta gente mata, porque se limitam a nomear o facto de que o número de radares colocados nas estradas é verdadeiramente ridículo. Dirão que há radares, mas nós sabemos que é mentira: o que há é amostras de radares. Existem vários sistemas, todos eles úteis segundo o que se pretende obter pelo seu uso. Os radares podem ser usados de diversos modos, sendo um deles como preventivos em locais mais perigosos, em que obriguem a uma paragem quando se ultrapasse
um determinado limite de velocidade, sem nenhuma multa nem repressão de qualquer tipo. Onde é este modo usado nas estradas portuguesas, senão em raríssimas excepções? Além de tudo isto os poucos radares existentes não estão colocados onde fazem mesmo falta. Ultimamente têm-se colocado nas auto-estradas, onde fazem menos falta, desprezando localizações verdadeiramente perigosas.
Durante há já alguns anos, temos assistido a periódicas e constantes transformações de legislação referente ao Código da Estrada. Olhando à volta para o que nesse âmbito se passa noutros países europeus (para não irmos mais longe), notamos que tal não acontece nem aconteceu. Os seus códigos foram elaborados, estão e continuam normalmente em vigor, excepto no que respeita a França, país mais atrasado, onde há algum tempo atrás foram operadas algumas agravações. As regras de condução são, por natureza, dum tipo e compreensão absolutamente lógicos, portanto fáceis de conceber pelos legisladores e de compreender pelos condutores. No entanto, em Portugal não se tem passado da mesma forma.
Em vista destas circunstâncias, é licito que, tentando compreender o que se passa afinal com estes códigos em constante mudança, nos posemos algumas perguntas. Será que, de cada vez que é revista, a legislação continua a conter erros que devem ser corrigidos dentro de um ano ou dois por nova revisão do Código, repetitivamente? Será que os legisladores portugueses não prestam a devida atenção ao seu trabalho - tal como alguns médicos descuidados que matam doentes - não produzindo uma legislação coerente? Ou será apenas por mera incompetência e "falta de miolo" e de lógica mental, de isenção de capacidade intelectual, que lhes permita pensar inteligentemente de modo a elaborar um Código que não necessite de ser constantes emendas e correcções? Estaremos em presença de apenas uma destas possibilidades ou de ambas em simultâneo? Em Portugal costuma copiar-se quase sempre o que nos outros países está mal, não falando sequer nas boas soluções que poderiam ser copiadas em lugar das más. Não serão os nossos legisladores pelo menos capazes de copiar um Código da Estrada dum país onde ele já tenha feito provas e que felizmente não faltam na Europa? Por quanto mais tempo continuarão com esta fantochada de correcções intermináveis? É evidente que alguns argumentarão que o mundo está em progresso e que as leis devem ser constantemente adaptadas em consequência. Claro, de certo, sobretudo num país que não faz progresso como nos outros onde essas adaptações são muitíssimo menos necessárias.
Outra medida tomada tem sido a também constante agravação das penalidades pelas transgressões na condução. Todavia, tem-se notado que o efeito assim obtido tem ficado bem aquém daquele que mentes incapazes (talvez não tão incapazes, como já vamos ver) o parecem ter julgado. Afinal, estas medidas são absolutamente comparáveis a outras num caso bem diferente como é o da pequena criminalidade. Aí, também se tem optado por "pôr mais polícias na rua". Certamente que isso produz uma relativamente pequena diminuição desse tipo de criminalidade, mas está longe de ser a solução comprovada nos países onde esse mesmo tipo de criminalidade é praticamente inexistente. Mais uma vez, tomam-se soluções erradas, ou talvez não tanto assim e o motivo dessas mezinhas seja outro bem diferente.
Analisando bem as circunstâncias, as causas profundas dos problemas e as medidas tomadas para os solucionar, acabaremos por chegar à inevitável conclusão de que estamos perante uma burla. Vendo primeiro as causas, constatamos que os países onde a pequena criminalidade é menor são aqueles onde há menos pobres e menos ricos, ou seja, onde os impostos e a riqueza são judiciosamente atribuídos e distribuídos. Em Portugal, a necessidade e a inveja estão indubitavelmente na base das causas do pequeno crime. Por isso a punição é o caminho mais curto: enchem-se as prisões de pobres necessitados e de ignorantes invejosos. Até se podem misturar todos. Também se nota claramente que os mesmos países são aqueles em que menos acidentes rodoviários se verificam. Observando as medidas tomadas em ambos os casos (assim como noutros de razões comparáveis), não podemos impedir-nos de acreditar que ou as soluções são orquestradas por tarados incapazes, ou então, quem assim as quer e aprova pretende enganar-nos. Sobre os acidentes pode ver-se ainda abaixo algumas outras razões. Não poderemos senão chegar à conclusão de que se os políticos nos dissessem a verdade sobre o assunto para solucionar verdadeiramente o problema, o orgulho infundado dos portugueses seria ferido. Em consequência haveria uma grande quebra nas votações, o que poria os políticos em questão e descrédito. Isto é, para eles, a evitar a todo o custo, mesmo que para isso seja necessário que os Portugueses continuem a matar-se nas estradas ou a viver miseravelmente. Doutro modo perdiam em votos e ganhavam em descrédito.
Cada vez se fala menos nos erros de sinalização, sua faltas ou colocação inadequada. Estes casos também provocam mortes ou acidentes graves que deixam pessoas pegadas a cadeiras de rodas para o resto da vida. No entanto, os culpados são praticamente abençoados em vez de julgados e punidos. Nenhum dirigente é responsabilizado ou acusado de nada. Pudera, estamos num estado de direito, como dizem alguns. Toda a gente está perfeitamente ao corrente do mau planeamento na construção das estradas, que nem souberam utilizar com decência os fundos europeus para esse fim. Mas agora há quem nos queira fazer pagar impostos sobre o seu uso, esquecendo que as estradas foram subsidiadas porque a sua utilidade é imprescindível para o desenvolvimento
dos países e das suas regiões. As auto estradas fazem parte dum conjunto de medidas. Donde, é evidente que para
que esse desenvolvimento resulte como esperado, as outras medidas de desenvolvimento deverão ser aplicadas
em simultâneo. Com o desleixe e desordenação que têm reinado nos governos, nada nos garante que os resultados
almejados e possíveis venham algum dia a ser atingidos. Algum dos responsáveis (ou irresponsáveis?) do tempo das construções defeituosas se confessou culpado? Alguma vez alguém acusou esses assassinos que tantos portugueses têm morto? Não, os políticos em Portugal podem fazer o que quiserem, extorquir dinheiro aos cidadãos, matar e assassinar indirectamente, em resultado das suas acções, que serão sempre abençoados por um povo de carneiros entorpecidos e embrutecidos pelas retóricas desses mesmos políticos. Quando muito serão louvados, reconhecidos como cidadãos excepcionais, enfim,
erguidos em pedestais. Segundo alguns é isto um estado de direito. Sobretudo para aqueles que têm culpas no cartório e que procuram assim defender-se encobrindo as suas acções muitas vezes criminosas, assim como as dos seus parceiros.
Qual é a principal causa das mortes nas estradas, origem de tantos órfãos, crianças assassinadas, inválidos, jovens ou não, para o resto da vida? Quanto dinheiro - mesmo assim insuficiente - gasta o País para prover às necessidades daqueles cuja vida lhes foi assim desgraçada na estrada? E esse dinheiro é ainda pouco, pois que é bem conhecido que esses chamados auxílios não chegam para que os atingidos sejam verdadeiramente ajudados quanto necessitam. Bem pelo contrário, são quase completamente abandonados. Que importa aos políticos, desde que continuem a obter votos? Os carneiros continuarão a
votar na mesma.
As médias anuais, tanto de acidentes como de mortos e feridos, não mudam muito de época para época nem de ano para ano. Menos um ou dois uma vez, mais um ou dois noutra. São apenas variações normais dentro da mesma média. Essa média mantém-se aterradora, por mais que os governantes nos digam sobre as ineficientes e quase desnecessárias medidas tomadas, por mais que nos mintam declarando causas falsas a combater, os resultados ou os números estão lá para os desmentirem e provarem que nos mentem descarada e conscientemente, matando-nos assim com premeditação.
Afinal, as estradas não são assassinas, assassinos são os que assim as fizeram, aqueles que as
construíram. Facto inegável é o resultado das obras de correcção de erros de construção
efectuadas no IP5, que reduziram o número de acidentes e de mortes em 70%. Que
melhor prova, mais clara, exemplificativa e convincente precisamos para reconhecermos que tais estradas só
poderiam ter sido construídas por assassinos irresponsáveis que continuam impunes? É esta a justiça
portuguesa, aquela a que o povo se refere quando diz que os mais poderosos ficam sempre impunes. Quando os
jornalistas mencionam estes factos fazem-no, em geral, em surdina, como se com receio de ofenderem os assassinos.
Agradeçamos tão objectiva e esclarecedora informação. Autêntica concubinagem entre duas oligarquias.
O que fará com que os Portugueses não parem de se matar nas estradas e com que os estrangeiros tenham medo de conduzir nesta selva? Porque não no-lo dizem os políticos e jornalistas que os encobrem? Porque isso provocaria uma queda no infundado e já abalado orgulho nacional e a consequente baixa de votos nos políticos. Mas o orgulho só pode ser aceitável quando por razões louváveis, o que de certo não está na base do falso orgulho estúpido e infundado com que os políticos tentam enganar-nos. Por demais fundam o injustificado orgulho em grande número de razões falsa, afastando as poucas razões justificáveis. Políticos assassinos, porque pela única intenção de não perderem votos, nada fazem. Ou melhor, fazem, em lugar de actuarem de modo a acabar com a hecatombe, fazem o que sabem não poder produzir resultados - bem demonstrado está -, mas que não lhes tire os votos. É como todos os outros problemas em Portugal que necessitem de tempo para se resolverem: quando os resultados se começarem a ver, nada garante que o partido que iniciou a mudança esteja no governo, portanto se não produz votos imediatos, não interessa ao partido nem aos políticos. O País que se lixe, os votos e o partido é que contam. É melhor que os cidadãos não se matem nem matem nas estradas, mas primeiro o nosso tacho.
A causa número um de todos os acidentes, de longe da sua maioria como o tipo de acidentes o
prova sem réstia de dúvida, é a falta de civismo, de educação, de consideração pelo próximo, de princípios
humanos e democráticos, a afirmação do baixo nível cultural e intelectual, a vaidade e o orgulho estúpidos de
atrasados mentais, de princípios e valores de trogloditas, etc. Nos países
civilizados - a que Portugal não satisfaz às condições normais para poder pertencer - há duas ideias bem
conhecidas por definirem qualquer povo de modo simples, completo e sem erro. Uma é: -Pelo comportamento das
crianças e dos cães se vê a mentalidade dos adultos. A outra: – É no comportamento na estrada que se demonstra o grau de educação e civismo.
Como podem os políticos acusar os seus concidadãos de falta de civismo e de princípios democráticos, quando eles próprios gastam tanta tinta e saliva a elogiarem os Portugueses no sentido oposto? Se o fizessem, se confessassem às pessoas que lhes têm mentido na única mira de lhes apanharem os votos, virá-los-iam contra si e eram esses mesmos votos que tanto querem apanhar que perderiam. Contar a verdade provocaria uma perda de auto-confiança que se traduziria por uma falta de confiança nos políticos com a consequente perda de votos. Não se trata duma mera opinião nem dum vaticínio, é facto comprovado noutros países em variadas épocas, circunstâncias e situações. Não é típico a Portugal nem a estes políticos, é um facto histórico. Os nossos políticos conhecem-no bem, portanto, ao diabo os seus concidadãos, que continuem a matar-se. Fazer algo que possa desfalcar os votos no partido é que não: primeiro o partido, depois os Portugueses - sempre. O tacho acima de tudo.
O lema do patriotismo deste género de políticos escumalha é: Tacho über alles.
Como em tantas outros assuntos, insiste-se conscientemente em caminhos errados (daí a criminalidade conscientemente dos políticos, autores da hecatombe nas estradas, perpetrada premeditadamente), tenta copiar-se o que noutros países está mal ou que já foi provado ser errado. Escondem-se maldosamente as verdadeiras causas, evitando assim a solução do problema. Porquê continuar a não dizer à população porque razões se matam nas estradas? Que andam os pseudo jornalistas a fazer que não nos informam objectivamente e ainda por cima escamoteiam a verdade? Porque o fazem? Apenas por incompetência, ou por malvadez?
O comportamento dos políticos e dos jornalistas face a este problema e as suas consequências obrigam-nos a
concluir que são indubitavelmente estes dois grupos os principais causadores da mortandade nas estradas
portuguesas. Quem quer que, por qualquer modo, evite a solução da maior desgraça actualmente em Portugal, só o pode fazer por intrínseca malvadez. Haverá outra razão? Se há, que nos digam. Chega de esconder e provocar a morte nas estradas!
Se nos outros países se conhecem tão bem as causas da hecatombe das estradas e auto estradas
portuguesas, porque é que em Portugal toda a gente vive enganada? Senão, veja-se 89[1
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5
6]. Há muito mais, por
todo o lado se sabe como é.
Enquanto os políticos não se sentirem ameaçados pelo desaparecimento dum sistema eleitoral que permite deitar mais de 60% dos votos para o lixo e permitir a formação de governos compostos pela restante
minoria de cerca de 40%, um sistema em que, segundo isto, não é a maioria real dos votados quem vem a ocupar os cargos, mas uma minoria pertencente apenas ao partido mais votado; e dentre eles apenas aqueles que os tachistas escolhem entre si, não tendo o candidato frequentemente passado dum engodo. Isto permite ainda que os partidos se empossem nos tachos da corrupção, a ocupação dos postos de dirigentes das administrações do Estado, dos Institutos, etc., de tudo o que é da alçada do Estado, até mesmo a Sta. Casa da Misericórdia.
Todos sabemos que os políticos não são suficientemente sérios nem civilizados, nem demonstram suficiente interesse pelo bem do País para porem o interesse nacional à frente do tacho. Como única prova demonstrativa - se alguém ainda não se deu conta - basta lembrar-nos de que um governo minoritário em Portugal não tem hipótese de governar, quanto mais governos compostos por uma proporção de votos recebidos por partido, tal como a composição do parlamento. Assim se mantém uma situação copiada dos países em que a democracia é também mais ou menos uma fantochada - como em França, Estados Unidos da América e outros. Como de costume, copia-se o que está errado. Não se pode, no entanto, copiar para Portugal um sistema verdadeiramente democrático em uso provado nos países mais civilizados - como os das monarquias e repúblicas socialistas nórdicas, entre outros europeus - mais sociais e mais democratas, onde todos os votos são contados e usados (todos os votados são eleitos na proporção
directa), porque cá nem os cidadãos nem os políticos são suficientemente civilizados para se comportarem civilizadamente num governo, num parlamento, numa estrada. Em conclusão, como por eles mesmos demonstrado, tal como pelos resultados assim obtidos, os políticos portugueses têm sido mentalmente incapazes de colocar os interesses nacionais acima dos partidários. Facto comprovado. Em consequência, cumpre-se a regra: - Cada povo tem o governo que merece.
Para se ter uma pequena ideia de como Portugal é visto em questões de viagens rodoviárias pela
Associação Internacional para a Segurança de Viagens Rodoviárias, clique
aqui e
aqui. A ACA-M* também fornece
dados interessantes.
Convém lembrar que, como para todas as regras, para os políticos e jornalistas também há excepções. Precisamente, estas excepções servem para comprovar a existência da regra.
* Esta hiper ligação pode não funcionar. Com
efeito, a Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados (ACA-M) parece ter desaparecido da Internet.
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