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Estado da Nação


O que é

Esta página não é um blog. Este documento destina-se a apresentar o "Estado da Nação" e o porquê. Donde, sendo na sua maioria assuntos do passado (históricos), são inalteráveis, podendo apenas ser completados ou acrescentados com actualizações. Apenas para facilitação, apõem-se números de versões (ex.: V. 1.2) às eventuais actualizações. Tem hiper-ligações a outros documentos que o completam ou lhe conferem actualidade. A mudança de número à esquerda do ponto (.) corresponde a uma remodelação. As datas das publicação dos originais situam-se entre Novembro de 2005 e Julho de 2006.


Este documento está estruturado da seguinte forma.

Após um Preliminar explicativo, começa por uma análise do que é uma democracia, dos cânones fundamentais que a definem e que a compõem, Bases duma Democracia. Esta apresentação torna-se imprescindível devido aos "desensinamentos" dos políticos que, no seu próprio interesse desonesto incutiram uma ideia errada sobre o assunto a tal ponto que hoje, a quase totalidade dos Portugueses não sabe o que é uma democracia e até julga que é aquilo em que vive e o modo como vive, tal como lhe tem sido impingido por políticos e jornalista. Por vezes, tanto uns como os outros, quando são obrigados a reconhecer as verdadeiras democracias e nelas falarem, dizem-nos com fingido ar triste que em Portugal é diferente e não pode ser igual. Apenas para desculparem as suas acções e procurarem a aprovação servindo-se do logro. Novidade!?

Segue-se-lhe uma parte onde se resume a realidade portuguesa, A Democracia em Portugal.

Em ambas estas partes se fazem comparações entre uma verdadeira democracia e "aquilo" que existe e se vive em Portugal.

Tudo no site se relaciona com o mesmo tema: o que a corrupção e a ganância da maioria dos políticos fizeram do país e a falsidade com que estes acontecimentos têm sido negados, transformados e apresentados como benesses de políticos honestos e benfazejos. As hiper-ligações no corpo dos textos ou na coluna da esquerda, destinam-se sempre a facilitar a compreensão dos textos, diferentes tópicos mas sempre intimamente relacionados, ou são desenvolvimentos dos mesmos tópicos. Algumas destas hiper-ligações na coluna da direita não estão ainda activas e as palavras que as efectuarão estão provisoriamente representadas a vermelho.



Estado da Nação



Sumário

    Preliminar
  1. Bases da Democracia
  2. A Democracia em Portugal
  3. Democracia?
  4. A Evolução do Progresso
  5. A Abrilada
  6. A Origem dos Males (Quem nos fez tão miseráveis?)
  7. EPÍLOGO (mas não fim)



Preliminar

O que se segue é a realidade do estado da Nação. É evidente que a escuridão da ignorância em que os políticos têm mergulhado o povo português e assim o têm mantido com a evidente ajuda dos jornalistas, impedirá a maioria de o compreender e, subsequentemente, de ver a realidade ou de a poder comparar com o que a este propósito se passa em países democráticos e civilizados, dos quais Portugal deixou de fazer parte, muitos dos quais estavam bem mais atrasados há três décadas, tanto financeira como democraticamente. A alta corrupção junta a extremas inaptidão e incapacidade dos governos que receberam os grandes montantes iniciais dos fundos de coesão e reestruturação da União Europeia para o arranque do progresso, desperdiçaram-nos e usaram-no em seu próprio proveito, pontapeando a possibilidade de qualquer progresso.

Foi este o princípio da desgraça de hoje e das próximas décadas, pois que a inércia não permite um grande afrouxamento imediato na descida. O progresso tem-nos sido servido como uma ilusão: quando Portugal progride 5% e sobre o facto políticos e jornalistas fazem uma enorme algazarra mascarando com o facto uma lavagem cerebral à população, por exemplo, os outros países progridem 10%, ou seja, na realidade acabou de se encaixar um atraso de 5% sobre os outros. Mas os políticos não perdem a ocasião para disfarçarem a verdade enganando os eleitores. Assim, não obstante a falsidade como políticos e jornalistas nos têm apresentado o "progresso" nacional, a realidade é que, cerca de 1972, Portugal apresentava um atraso de cerca de 20 anos em relação à média europeia, enquanto que em 2004 esse atraso subiu para cerca de 52 anos. Tudo o que se diga, que contrarie este facto inalienável, são tretas e falsidades de políticos para alimentar a ignorância e estupidez dos que neles acreditem. E continua a aumentar; o resvale continua numa queda constante com a força da inércia, pois que na realidade nada tem sido feito para o parar, só mezinhas para arrancar votos. O gráfico contíguo (2006) ilustra o nivelamento em marcha na UE, em que, na média e na generalidade, são os países mais pobres que conseguem atingir o maior crescimento. Todos têm governos honestamente interessados no progresso dos seus países, por oposição aos nojentos políticos que nos têm relegado para a estrumeira da Europa, onde apenas eles deviam ser depositados. Clique para ampliar o gráficoO mesmo gráfico expressa também os resultados das políticas de governos portugueses corruptos durante décadas. Desvenda ainda a estupidez crassa duma população que tem persistido em eleger quem a mata nas estradas e nos hospitais, quem originou a falta de médicos e o super excesso de advogados, quem organizou um ensino bruto que não permite que os seus estudos sejam reconhecidos noutros países, quem a faz passar fome, etc. Todos estes factos não são apenas do amplo conhecimento de todos em toda a Europa. Unicamente escondidos aos portugueses por políticos e jornalistas – porquê, senão por malvadez, vistos os resultados? –, estes dados são também altamente fiáveis, pois que provêm de estatísticas publicadas pelo Eurostat e por outras entidades europeias e mundiais consideradas honestas e verdadeiras. Toda a gente na Europa conhece como os políticos portugueses têm desgraçado o país, ninguém o ignora a não ser os próprios portugueses. Políticos e jornalistas camuflam-nos, insistindo com constantes alusões a pequenos progressos cujo valor alteram, aumentando-os desmesuradamente numa tentativa constante de dissimularem a realidade, desviando a atenção sobre os dados reais. Estes dados são, todavia, incontestáveis, atestam o contínuo retrocesso da economia e demonstram que todas as referências dos políticos e dos jornalistas quanto a um hipotético desenvolvimento e progresso do país não passam de imposturas de canalhas miseráveis.

O atraso tem sido contínuo. Antes da adesão à União Europeia esteve camuflado pela incessante desvalorização do Escudo e engenharia económica (outra forma de corrupção), mas agora que isso já não é possível, a verdade vem ao de cima. Quem, com alguma coisa dentro da cabeça pode acreditar que o atraso se operou rapidamente apenas nos últimos tempos? O atraso profundo em que nos colocaram era impossível de ter sido infligido em tão poucos anos. Teve que começar logo imediatamente após a recepção da primeira transferência de fundos, tal como referido neste site e operado pelo governo da altura, o do PSD e pela sua chefia. Note-se que não se ataca esse partido em especial, o facto é circunstancial. Se outro partido lá estivesse, o resultado seria provavelmente muito idêntico. o mal está muito mais em quem compõe os partidos do que neles mesmos. O que não se pode tolerar é a falsidade como os políticos, principalmente, apresentam o assunto de modo a disfarçar, adormecer e burlar a população. com o demonstrado êxito obtido na eleição presidencial de 2006, em que os jornalistas, encobrindo os burlões e as desgraças que estes administraram à população, elegeram o presidente da república.

Assim sendo, a mais do que óbvia consequência será a continuação do mesmo estado para conveniência dos que dela se têm aproveitado e aproveitam e continuarão a aproveitar e a desgraça dos que para isso têm pago e continuarão a pagar, com o seu trabalho, a sua pobreza, a sua saúde, a sua liberdade e a sua ignorância, com o sacrifício das suas pessoas e das suas famílias. Que verdadeira abnegação em massa! Consequência indubitável é também que estas condições são as ideais à sua própria manutenção, podendo claramente prever-se a continuação do atraso do país e da sua população. Pouco após o final duma década Portugal terá passado para o extremo da cauda da Europa, ou seja, para trás de todos os países que a ela se juntaram e até lá se juntarão, já previstos ou não. O atraso e a consequente pobreza continuarão a agravar-se, ou seja, os políticos, ajudados por jornalistas que os encobrem estúpida e maliciosamente, continuarão a parasitar a população. Além da abusiva e fraudulenta menção da aplicação dum evidentemente impossível choque tecnológico (palavreado para arrancar votos, como qualquer outra mentira), outras armadilhas a votos aparecerão sem que nenhuma mudança se opere devido à arrogância dos políticos ser admitida num sistema que sob o falso nome de democracia lhes serve às mil maravilhas para se enriquecerem à custa da desgraça que espalham pelo país, devido à sua incompetência à sua ganância ao seu partidarismo e não nacionalismo, à sua traição à população. Poderá este procedimento, claramente impregnado dos patenteados mais baixos sentimentos, ser verdadeira e sinceramente isento de premeditação intencional e de malvadez?

O passado recente provou que os portugueses, ainda que estupidamente orgulhosos e se julgarem melhores e mais espertos que todos, foram suficientemente embrutecidos para não se darem conta do procedimento dos políticos, para não serem capazes de tomar conta duma verdadeira democracia que os servisse a eles e não aos políticos, e para ainda acreditarem nas canções de embalar dos que com comprovadas baixas intenções lhes têm assim feito a cama. Não é disso suficiente prova [caso tão inacreditavelmente espantoso de estupidez que por isso se repete] terem eleito aquele que os atirou para a estrumeira, não utilizando os fundos europeus para o desenvolvimento do país (crime de má administração) e que permitiu que o seu governo e funcionários, ambos assim comprovadamente corruptos, distribuíssem esses fundos a seu bel-prazer, que desbaratando o dinheiro espalhando-o e pondo-o em circulação formou a ideia e o sentimento falsos de que se estava a enriquecer, quando era exactamente o inverso, visto se estar a queimar o futuro e, simultaneamente, não se ter acompanhado o progresso dos outros países europeus então tão atrasados ou mais? Aquele que originou conscientemente a crise de falta de médicos, com as suas atrozes consequências na saúde da população e do número exagerado de advogados (há hoje, proporcionalmente, oito vezes mais do que na Alemanha, por exemplo). Enquanto ou outros países tão atrasados como Portugal ou mais, usaram os fundos para progredirem com êxito, em Portugal foram distribuídos corruptamente e postos em circulação para dar a ilusão de se estar a enriquecer devido a uma boa política e roubando-se assim facilmente os votos aos eleitores: essa falsa sensação de progresso fomentou votos durante muito tempo e até mais tarde em eleições presidenciais. Os eleitores, completamente anestesiados por políticos e jornalistas, e pela consequentes inexperiência e ignorância político-democrática, até se "esqueceram" completamente de quem provocou a crise da falta de médicos, decretando uma diminuição drástica nas admissões às faculdades. Todavia, todos os anos saíam – e continuam a sair – fornadas de advogados que para nada servem. Pobres portugueses orgulhosos de serem ignorantes, estupidificados e entorpecidos...

Tudo isto é mais ou menos conhecido nos outros países europeus. As suas populações sabem-no bem. Ao que parece, só os próprios portugueses o ignoram. Porquê? Todos conhecem também a ignorância, a falta de civismo e o atraso mental arrasador dos portugueses. Ao que parece, também s os próprios portugueses o ignoram. Porquê? Todos os outros povos sabem porque os portugueses se matam na estrada, eles próprios procuraram e encontraram o caminho para evitar esse género de catástrofe. Mais uma vez, só os portugueses o desconhecem. Porquê? Que será que não permite aos portugueses conhecerem os seus próprios problemas e proporcionar-lhes a possibilidade de os resolverem com êxito, como aconteceu nos outros países, por demais conhecendo-se já esses exemplos e essas experiências?

Quem não acreditar e quiser pôr à prova os seus conhecimentos e orgulho, tem um solução das mais simples. Guarde este preâmbulo e a exposição que se segue, anote a data (fins de 2005, data deste preâmbulo, escrito após o corpo do artigo). Aguarde umas duas décadas. Leia-a de novo e diga então que era tudo mentira. Talvez só que o seu orgulho não lhe admita aceitar esta prova.

Veja-se ainda o Preâmbulo geral do site.

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1. BASES DA DEMOCRACIA

De


interesse primordial é saber o que é exactamente aquilo que se toma por democracia. Filologicamente, democracia é uma palavra latina (democratia) de etimologia grega (demokratia) que ainda hoje mantém o significado original: “governo pelo povo por sufrágio popular. Historicamente, a democracia nasceu como reacção contra os governos oligárquicos atenienses.

Por seu turno, oligarquia é uma forma de governo em que predomina uma facção ou uma família poderosa e tem também a sua raiz no grego (oligarkhia). A existência dum governo oligárquico não impede a existência de várias oligarquias. Através da história tem-se verificado que pode acontecer existir uma única oligarquia num país, mas geralmente coexistem vários grupos oligárquicos que se revezam pela força ou pela persuasão. Por interesse comum, duas ou mais oligarquias podem até coabitar num mesmo governo, numa forma conhecida por coalizão ou coligação. Note-se que nações democráticas têm adoptado esta forma sem por tanto terem deixado de ser democracias, como nos países nórdicos. Como exemplo recente basta recordar que na década de 1990, a Finlândia teve governos formados por políticos de 14 partidos diferentes, segundo foram votados e eleitos, e continuam com o mesmo sistema em que os governos são compostos pelos eleitos e não por um só ou dois partidos coligados. Obviamente, que desde que as forças oligárquicas obedeçam às regras democráticas, já não são oligarquias (o que não acontece em Portugal). A democracia é sempre mantida desde que os seus princípios básicos não sejam revogados, ou seja, desde que o povo continue como árbitro e soberano.

As oligarquias podem ainda assumir formas de interesses não especificamente políticos, mas sempre relacionados com o poder. Há grandes e pequenas oligarquias, maiores ou menores.

É obvio que não se está a falar de nenhuma forma de governo estritamente moderna ou revolucionária, mas em velhos, comprovados e mundialmente conhecidos sistemas com milénios de existência. Donde se depreende a carência e o atraso democráticos existentes em grande número de países, dos quais Portugal manifestamente faz parte. Uma democracia não só permite o controlo e o acesso dos cidadãos ao seu próprio governo, dirigido por políticos capazes e experientes, como lhes atribui o arbítrio último (ultima arbitrium) sobre as propostas ou decisões dos políticos, tanto da parte executiva como da legislativa. Numa democracia, o facto dos políticos serem eleitos para governantes não lhes confere o poder nem o direito de agirem contra a vontade nacional – representam os cidadãos (o povo soberano). A representação não inclui nem subentende a substituição.

Nas verdadeiras democracias modernas europeias – de forma diferente na primeira democracia ateniense, mas dentro de idênticos parâmetros – quando uma parte significativa da população discorda das decisões governamentais existe maneira de contestá-lo. Para tanto basta reunir um número pré-determinado de assinaturas (número relativo ao total da população do país) para que se proceda a um sufrágio que devolve aos cidadãos o direito democrático na escolha de aprovarem ou rejeitarem as decisões contestadas aos governantes. São sempre os cidadãos quem tem o arbítrio final sobre as propostas ou decisões dos políticos, ou então não se pode falar duma democracia. Isto não significa que qualquer proposta de origem executiva ou legislativa seja sistematicamente rejeitada ou até mesmo automaticamente posta em causa, mas o princípio do povo soberano é a pedra basilar duma democracia. Numa democracia não existe qualquer outro soberano. Não existem órgãos soberanos, existem organizações ou instituições – com esta ou qualquer outra nomenclatura – que exercem cargos em nome do povo, único soberano, a ele prestando humildemente contas. O único soberano numa democracia é o povo e não o rei ou o presidente da república (este último por de mais indubitavelmente atado ao seu partido), nem o parlamento, nem os governantes, nem a procuradoria geral, nem os tribunais, nem os juízes, nem mais ninguém. Sem povo soberano e sem sufrágio a palavra “democracia” é oca, mais não sendo do que uma impostura e uma farsa ridícula, usada pelos políticos quando pretendem justificar os seus actos anti-democráticos contra o povo soberano.

Nalguns países nenhuma mudança na constituição nem qualquer mudança básica à legislação são permitidas sem a consulta à população e a sua aprovação, nem mesmo se autoriza aos políticos inventar, mudar ou aumentar qualquer imposto. Um imposto tem um fim determinado – aquele para que foi instituído – e jamais vai para um saco azul. As leis que lhe dizem respeito esclarecem e determinam-no. Os governos, por meios de publicação, prestam contas do dinheiro que usam dos impostos, quanto e como. As contas apresentadas são verificadas em auditoria. O dinheiro não lhes pertence, é do povo. No entanto a população não deixa de aprovar nenhuma destas medidas, alterações constitucionais ou legislativas, ou aumentos de impostos sempre que as considere justas e necessárias. Cabe aos políticos explicá-las ao povo soberano a fim de que este as entenda e as aprove se as considera justas e no interesse geral. Uns países têm estes procedimentos mais desenvolvido do que outros, mas em nenhuma democracia digna desse nome estes métodos podem ser simplesmente escamoteados como em Portugal. Tal procedimento democrático é quase impossível em Portugal, onde a própria constituição, que ao mesmo tempo que aparenta estar do lado do povo, lhe impõe restrições quase intransponíveis, permitindo aos políticos imporem as suas decisões ao povo soberano. Há quem defenda esta situação alegando que se trata duma democracia representativa em que o povo conserva o direito de protestar com greves, manifestações, etc. Belas palavras que revelam que o povo pode fazer muitas coisas, mas é-lhe vedado o direito democrático que a própria palavra democracia define, pois que qualquer acto governamental lhe é imposto e qualquer contestação lhe é vedada. A própria constituição não prevê a prestação de contas à população pelos políticos nem pelos magistrados e juízes. Porquê? Porque não se trata duma democracia no verdadeiro sentido. Pequeníssima é a melhoria da presente constituição relativamente à de 1933, do Estado Novo, facto bem indicativo do progresso de Portugal nessas mais de sete décadas. É uma impostura quando se nos afirma que Portugal é uma democracia. Melhor dizendo, é um sistema oligárquico obscuramente mascarado de democracia. Numa verdadeira democracia, nenhuma vontade oligárquica pode ser imposta a um povo, os desacordos negoceiam-se com honestidade para que se chegue a um acordo, e isto não é o que se passa em Portugal. É esta a principal causa da quase inexistência de greves em países que vivem uma verdadeira democracia. Em conclusão, dito isto, o sistema político em Portugal é uma paródia de democracia que uma constituição apalhaçada submete às oligarquias e em que os políticos formam grupos oligárquicos que se dispensam de dar contas ao seu único e legítimo soberano. Ainda em 10-12-05 José Sócrates, primeiro-ministro, afirmou que os políticos só prestam contas à sua própria consciência. Nos outros partidos diz-se idêntico. Qual consciência? Vamos também substituir os tribunais pela consciência dos criminosos para se julgarem a si mesmos? Após o que temos observado através das acções dos políticos, em que serão eles mais credíveis que qualquer outro cidadão, criminoso ou não, para se julgarem pelas suas próprias consciências? O que nos admira é que da afirmação se depreenda que os políticos também têm consciência. Não é o que nos têm mostrado. Também se ouvem os políticos e jornalistas, muito frequentemente chamar ao parlamento, ao governo, aos juízes e alguns outros, “órgãos de soberania”. Que falsidade! Nos países democráticos, como é do conhecimento geral na Europa, salvo em Portugal, onde à população tudo é escondido, sempre que se diz “soberano” está-se a fazer uma implícita, indubitável e não interpretável referência ao povo e nada mais. O único soberano numa democracia é o povo e não qualquer outra fantochada. Democracia ou fantochada de impostura? Que Portugal não é o único país com um tal sistema, não é. Que mais uma vez se copia o que está mal, também.

A ideia de democracia tem sido deturpada e adulterada por políticos de todas as nacionalidades e origens, tendo como único alvo justificarem as suas acções menos democráticas ou até, muito frequentemente, oligárquicas e anti-democráticas, servindo-se do nome no seu próprio interesse oligárquico e egoísta. Com o intuito de iludir as populações que governam e obterem os seus votos. Alguns exemplos desta situação vêm-nos sobretudo de países que se proclamam exemplos de democracia, como os E.U.A., verdadeira oligarquia. Um mau exemplo que tem sido frequentemente copiado sempre que de qualquer modo se sigam ou apoiem actos menos democráticos. Ao longo do tempo tem-se mesmo constatado que os E.U.A. têm apoiado ditaduras (inclusivamente a portuguesa e outras da América do Sul e do Golfo, como a Saudita e até Sadam Husein) desde que lhes seja conveniente. Facto evidente da falta de democracia, repare-se bem, é ser precisamente nos países de sistemas políticos com deficiência democrática que mais se fala em democracia. Na verdade, quanto maior a deficiência democrática, mais nela se fala; fala-se constantemente, sobretudo a cada vez que os políticos queiram esconder ou justificar os seus procedimentos anti-democráticos. Em países democráticos é raro falar-se em democracia: vive-se a democracia.

Não é evidente que em Portugal, os acontecimentos anti-democráticos se tornaram numa rotina e tradição? Alguém poderá dizer o que há hoje em Portugal que seja mais democrático do que o sistema político e governamental existente antes da implantação da república? Numa época mais distante, não foi sempre com o apoio do povo que os reis de Portugal consolidaram o poder contra os nobres (os políticos de então)? Uma oligarquia, representada pela família real contra outra, a nobreza. No século XIII, após se ter reforçado o poder real sobre essa nobreza, não era já o povo pelo menos tão soberano ou mais ainda do que hoje, permanecendo todavia um forte poder real? A consolidação do poder real absoluto nem sempre foi a melhor solução, a não ser quando isso evitava a escravidão dos povos pelos nobres a fim de satisfazerem as suas ganâncias, características das forças oligárquicas. Em tais circunstâncias, quanto menos forças se confrontassem menos o povo sofria. O poder absoluto dos monarcas – embora hoje indesejável – foi, na idade média, por ser muito mais brando do que o da nobreza mesmo quando conduzido a pulso de ferro, a melhor defesa dos povos contra os nobres gananciosos e esclavagistas dos povos, salvo raras excepções, como na lenda de Robin Hood.

Afinal, voltando a tempos mais contemporâneos, que progresso democrático operaram políticos que se dizem tão democráticos, durante os últimos 100 anos? Em 1910 a democracia foi abolida conjuntamente com a monarquia. Embora nesse tempo existissem muitos verdadeiros democratas, seguiu-se-lhe um período de tumultos, mortes, assassínios, vinganças e ajustes de contas sangrentos, completa anarquia, mesmo sem aludir aos casos mais sangrentos. Depois começaram a aparecer as “mãos fortes” que venceram. Visto não haver outro modo de acabar com os intermináveis e constantes tumultos, matanças e revoluções provocados por facções oligárquicas política, formadas no período pós-democrático, as “mãos fortes” foram muito bem aceites por um povo que se tornara mártir às mãos de políticos corruptos. Este sistema converteu-se numa ditadura que se iniciou com a maldição dos políticos corruptos e com a aprovação quase total da população.

Este sistema perdurou tempo demasiado e em lugar de se ir transformando, modernizando e democratizando, manteve-se igual a si mesmo e tornou-se num pesado fardo para o povo, o que foi uma enorme desvantagem, tanto para o povo como para o próprio sistema. Foi isto, associado aos problemas coloniais, que provocou a sua queda, pois que se se tivesse passado o que sucedeu em Espanha (raro exemplo a tomar do país vizinho), em lugar da Abrilada e mais tarde da tomada de posse dos políticos corruptos bem piores que os de antanho, provavelmente estaríamos a viver em democracia. (Espanha também não é uma democracia, só pode ser considerada como um estado colonial peninsular.) Na História universal não existe nenhum caso que qualquer golpe que mude tudo radicalmente de um dia para o outro com a melhor das intenções, com ou sem sangue, tivesse uma melhoria imediata: há sempre uma volta pare trás de que os países levam décadas para recuperar. Porque havia de ter sido diferente com Portugal? Em 1910 já fora mais uma desgraça a adicionar às outras. Pois, mas estúpidos não aprendem com a experiência. No entanto, uma mudança conduzida como em Espanha produz resultados quase imediatos para melhor porque em lugar de reviravolta instantânea apenas se mudam as regras políticas, o que fomenta o progresso. Provas? Basta abrir os olhos e fechar os ouvidos aos políticos. Foi esta uma das causas do atraso de Portugal. Por este motivo e apenas neste sentido, a Abrilada foi uma segunda desgraça para Portugal, muito semelhante à de 1910. Apenas políticos e jornalistas lucraram. Só a falsidade dos políticos pode negar os factos da História atrás citados. No entanto, ao fim de tanto tempo decorrido, já deveria ter-se recuperado alguma coisa, mas a verdade é que os governos corruptos não só têm retido o avanço como têm fomentado o atraso. Pouco antes da Abrilada, o atraso de Portugal em relação à média europeia era de pouco mais de 20 anos. Agora, segundo o Eurostat, ultrapassa os 52! De que serve que os políticos o neguem? E porque o farão?

Após este pequeno resumo, volta-se à questão formulada antes dele: Afinal, voltando a tempos mais contemporâneos, que progresso democrático operaram políticos que se dizem tão democráticos, durante os últimos 100 anos? O progresso só pode ser calculado relativamente. Como todos os países fazem progresso, o progresso de qualquer país em particular só pode ser estimado em relação ao progresso conseguido pelos outros países. Os progressos em Portugal durante todo esse período te tempo não se vêm, são só os políticos que o dizem para nos enganarem e votarmos neles! Com um povo tão ignorante e carneiro têm-no conseguido, continuando a viver como parasitas e não produzindo nada que justifique o dinheiro que recebem e regalias de que desfrutam. Se isto não é ser parasitas, que será então? O que mais espanta é os jornalistas fazerem tanto alarido sobre não terem tido direito a falar e escrever livremente durante o tempo de Estado Novo. Afinal, que se passa com eles agora que só falam lixo, não nos informam sobre as realidades da vida e do país e continuam a encobrir os políticos? Para que nos serviu a nós a liberdade de imprensa? Não se assemelha isto ao ditado “é dar pérolas a porcos”?

Em conclusão dos três parágrafos anteriores, deve sublinhar-se que em 1910 tínhamos uma verdadeira democracia do tipo progressivo, relativamente aos outros países europeus e como tal considerada e reconhecida. Só quem mentir e nisso tiver interesse o pode negar. Hoje temos uma paródia de fantochada de que uma oligarquia formada por políticos se serve como de costume se servem todas as oligarquias e que faz de conta que é uma democracia para continuar a nela satisfazer as suas ganâncias, egoísmos e actos de pura malvadez que levaram a população ao estado em que a colocaram e hoje se encontra

Se reflectirmos apenas um pouco sobre a organização dos partidos nacionais (mesmo tendo eles, na sua maioria, uma raiz internacional) vemos que são organizados como clãs (ou grandes famílias), que os políticos que os formam compõem como que grandes famílias, clãs. O conjunto dos partidos (dos clãs) pretende formar uma elite e na verdade forma uma facção poderosa que domina os governos e o Estado. Não corresponde esta descrição exactamente com a realidade política em Portugal? Se assim é, despertemos, pois que o sistema político português não é uma democracia, visto que corresponde em perfeição à definição de oligarquia. Não nos enganem mais com jogos de palavras. Tem sido com bastante êxito que os políticos têm tentado anestesiar e embrutecer a população com o único fito de dominaram o verdadeiro e único soberano, enriquecendo-se ilicitamente em nome duma democracia que eles próprios transformaram em oligarquia.

De notar que um sistema oligárquico não se limita a uma só oligarquia, apenas possível numa ditadura, em que a classe predominante é a única oligarquia.

Assim, a oligarquia portuguesa não poderia fugir à norma. Em torno das oligarquias de 1º nível, formadas pelos partidos políticos, formaram-se outras, umas tão poderosas, como as dos juízes e magistrados e outras – digamos de 2º ou 3º nível – como a dos funcionários judiciais e dos funcionários administrativos. De notar especialmente é a arrogância geral que grassa entre estas camadas da sociedade portuguesa, injustificável e inexistente em qualquer democracia de verdade e não nesta fantochada a que apenas os interessados ou os ignorantes se aventuram a classificar como democracia. Em qualquer democracia europeia qualquer pessoa fala normalmente com tais personagens que em Portugal se julgam entronadas, intocáveis e herdeiras dos que em tempos nefandos de antanho evoluíam pelos tribunais da Inquisição.

[ Sumário ]


A origem da ignorância

De tudo o que acima fica, poucos são os cidadãos portugueses que estejam ao corrente. Muitos discordarão por tomarem a realidade democrática vivida noutros países como uma utopia irrealizável, tal é a profunda ignorância que lhes foi insuflada sobre estes assuntos, tanto por políticos como por jornalistas. Outros dirão que em Portugal é diferente e não se pode fazer assim. Pois não, por um lado o povo não tem conhecimentos nem preparação democrática para compreender e exigir aquilo a que tem direito mas só com luta alcançará, por outro lado são os políticos não o querem porque não lhes convém visto que o poder lhes seria tirado para ser entregue a quem pertence, ficariam sem domínio na maioria da corrupção que dirigem e sem a maioria dos tachos que criaram para eles e para os amigos a quem os cedem, geralmente por cunha. Certo é também que a Abrilada, ao passar para as mãos de políticos corruptos e gananciosos (políticos do 26 de Abril, como muito bem diz Manuel Alegre), foi por eles usurpada, afastando o povo do poder, impingindo ideias falsas de democracia fantoche impedindo a formação dos conhecimentos. Por demais, esta situação criou falsos princípios e ideias, formou um povo inculto, incivilizado a ponto de quase bárbaro, em que se cultivaram sentimentos animalescos primários, como a ganância, o egoísmo e não de humanos civilizados; a ideia retrógrada e estúpida de que a democracia dá a cada um tem todos os direitos, ninguém tendo qualquer obrigação para com o próximo (máxima da incivilidade e do atraso cultural), quando a democracia é precisamente o contrário.

Esta situação da ignorância do povo português, imposta por políticos & jornalistas, encobrindo a realidade nacional, europeia e mundial, impedindo assim comparações baseadas num verdadeiro conhecimento de causa pela parte dos cidadãos, apenas no fito maligno de manterem a população sob jugo, arrancando-lhes os votos por burla, tal como mencionado no parágrafo anterior, tem uma prova num resultado por todos conhecidos, ao qual também se esconde a causa, claro. A ânsia febril de quase todos os emigrantes em construírem ou comprarem uma casa nas suas aldeias é do conhecimento absoluto por todos os canto do país. Também é igualmente conhecido o facto de que na sua maioria essas casas de emigrantes estão quase todas desocupadas. Porquê, quando muitos deles, já não muito novos, já deveriam estar de volta segundo os seus próprios cálculos de quando construíram as suas casa? Simples, há duas razões que também já começam a ser do conhecimento geral. A primeira é que eles queriam voltar com os filhos, mas tendo estes crescido em regimes democráticos, não há nada quem os convença a virem enterrar-se num país de vigaristas, corruptos e ladrões parasitas, onde democracia e liberdade são palavras gastas pelo uso, mas que não passam de “attrape-nigauds” (armadilha para tolos), como dizem os franceses, armadilha dos políticos para subjugar um povo. Eles sabem que em Portugal não existem democracia nem liberdade, o atraso mental é enorme, a miséria intelectual é avassaladora. Tendo crescido e vivido noutra coisa muito diferente, como poderiam habituar-se a passarem assim de cavalos para burros. Só se fossem doidos, mas não são e ninguém os convencerá a virem para um país-lixo. Nem menos os pais, ou melhor, muito menos os pais porque acham que eles têm razão e até eles mesmos há muito começaram a reflectir sobre o erro de construírem uma casa num país onde não querem passar mais do que férias. É esta a segunda razão porque os emigrantes não voltam nem mais voltarão (como em tudo existem sempre excepções). Claro que vemos e ouvimos reportagens de televisão com entrevistas aos emigrantes, sobretudo efectuadas ao atravessarem as fronteiras. As palavras dos emigrantes são as que talvez o coração lhes dite, não vêm da razão do cérebro nem eles têm procedido nem poderão proceder dessa forma enquanto Portugal for aquilo que é. Muitos dos emigrantes doutros países voltam às origens, mas não os portugueses, que de miséria (em todos os aspectos) estão eles fartos.

Mesmo que um dos ditados mais conhecidos em todo mundo e que afirma que “cada povo tem o governo que merece”, a culpa, neste caso preciso, não pode ser apenas dos cidadãos. Na realidade, dois factores foram responsáveis pela ignorância geral vivida no país. Um é a questão de terem sido os socialistas os autores do progresso social e económico dos países europeus mais desenvolvidos. Este facto torna-se naturalmente incompreensível quando ao analisarmos o partido socialista português e o comparamos aos seus homólogos dos países desenvolvidos europeus, constatamos que, para além do nome e da ideologia de base pouco há realmente de comum entre o partido português e os outros. Afinal não passa de um partido como os outros partidos portugueses, norteando-se pela ganância dos seus militantes, o desejo de se servir do país em lugar de o servir, etc., etc. Todo isto não pode deixar de produzir uma grande incredulidade quando se afirma aquilo que nos outros países é bem conhecido sobre os socialistas, tal como atrás foi citado. Foram os partidos socialistas que formaram a riqueza das monarquias escandinavas, o bem-estar, a segurança, o progresso, o avanço tecnológico, tudo, enfim, que faz desses países aquilo que são, os exemplos vivos das democracias modernas europeias. Pergunta-se: que fez o partido socialista de comparável em Portugal? A resposta é um não chapado: limitaram-se a glorificar-se com os louros dos seus homólogos nos países avançados. Infelizmente, não servem no entanto estas verdades para permitir que se pense que os outros partidos portugueses sejam melhores. O outro factor responsável pela ignorância geral sobre o assunto é isso mesmo: a ignorância em que a população portuguesa é mantida tanto por políticos como por jornalistas coniventes. Número incalculável de factos importantes é literalmente ocultado e disfarçado por essas duas trupes de impostores. Repete-se mais uma vez que nem todos (tanto políticos como jornalistas) se podem meter na mesma panela, mas esses, infelizmente, não passam das excepções que nos provam precisamente a existência da regra, portanto, da generalidade. Alguns casos de destaque por mérito especial são mencionados neste site e evidentemente, não são os únicos. Nem todos são mencionados pela simples razão de que a finalidade deste site não é a de fazer uma lista dos bons jornalistas e políticos e outra dos imundos.

Reflictamos ainda sobre um ponto relacionado com estes tópicos. Quantas vezes temos ouvido políticos dizerem-nos a verdade sobre eles? Quantas vezes temos observado os grandes meios jornalísticos falarem sobre democracia e contarem-nos como se passa nos países democráticos? Será que ambas as partes se arvoram o direito de nos esconder como se procede nesses países verdadeiramente democráticos por não nos julgarem suficientemente civilizados e preparados para vivermos numa verdadeira democracia? Talvez não seja falso, mas não era o que já dizia Marcelo Caetano? Desde há muito que os políticos e os jornalistas de hoje, precedentemente Marcelo Caetano, aparentam ter a mesma opinião, no mínimo de acordo com os seus procedimentos. Em qualquer dos casos incorrecta. Das duas uma: ou ambos estão certos, ou ambos estão errados. Nenhuma destas partes pode certa se a outra estiver errada.

Que os políticos nos encubram o que se passa nos países democráticos não é honesto, mas fazem-no por interesse próprio (egoísta), na óbvia intenção de esconderem a corrupção e se protegerem do julgamento do povo, de continuarem a ser eleitos ou reeleitos, continuando assim a explorar a ignorância e a viverem à custa dela, quais parasitas. Se os grandes meios jornalísticos o fazem não é só por estarem nas mãos de magnatas que defendem os seus interesse financeiros. Infelizmente, grande parte dos jornalistas de hoje, sobretudo os mais novos, que nasceram e cresceram neste género de ambiente corrupto e a ele estão aclimatados julgam que “assim é que é, assim é que está bem”. Nunca tiveram contactos verdadeiramente democráticos nem educação democrática. São como animais selvagens domesticados, incapazes de viver na natureza. Todavia, não lhes pode isso servir de desculpa, pois que a sua profissão implica o conhecimento e a investigação da verdade e da realidade a que eles, assim doutrinados, desclassificam e não atribuem o seu valor real. Embora algumas vozes entre eles se levantem contra a situação, há ainda outras razões que levam os jornalistas a esconderem os feitos dos políticos.

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As mulheres na política portuguesa

Há vários factos bem reveladores da vida política portuguesa. Quase todos são camuflados por políticos e jornalistas. Alguns são gritantes, mas quando eles a eles se referem querem justificá-los de modo que lhes convenha, que não denuncie a sua ignóbil natureza e que pelo contrário, aparente demonstrar nobreza de sentimentos (que falsidade!). As mulheres são afastadas da política pelos políticos machistas, por uma cultura machista, ou por qualquer outro motivo do género, como se quer fazer parecer, ou será por qualquer outra razão de ordem muito diferente? Não ocupam elas, em Portugal, muitos outros cargos e lugares que até na maioria dos países da Europa é desempenhado quase exclusivamente por homens? Nas as vemos também nas Forças Armadas e na polícia num número não só bem acima da média dos outros países da Europa, mas até acima de qualquer outro? Então porque é que se afastam elas assim da vida política? Não parece ser pelos motivos que os políticos nos querem fazer acreditar, visto que numa enorme maioria de cargos elas superam os homens em número. Mentem-nos, portanto os políticos, como de costume. Que admiração! Que excepção! De certo que, com de costume também, não o fazem sem uma razão.

Ninguém afasta as mulheres dos cargos políticos, afastam-se por si mesmas. É uma questão simples que tanto os jornalistas como os políticos conhecem perfeitamente, mas que para encobrir o motivo nos ocultam propositada e maliciosamente. Tudo que possa afectar os políticos se esconde e se nega. A mentira, a falsidade, a impostura, a ganância e os outros ingredientes e qualidades que formam e compõem o ambiente político são muito mais contrários à natureza feminina do que à masculina. Este facto não é devido a nenhuma formação a que as pessoas sejam submetidas, ou melhor, a formação pode corrigir a natureza, mas foi a própria natureza que dum modo ou de outro talhou em grande parte as características femininas, tal como as masculinas.

No aspecto aqui em causa, foi o modo de vida dos humanos através dos milhões de anos de evolução da espécie que produziram essa diferença. Nos humanos, como na maioria dos mamíferos, são quase sempre as fêmeas quem se ocupa das crias, o que as obriga a dedicar muito mais tempo a essa tarefa. Como os humanos são de todos os animais aqueles que durante mais tempo precisam dos cuidados maternos, isto sempre ocupou a maioria do tempo das fêmeas. Se entramos ainda em linha de conta que tendo sido a esperança de vida muito mais curta no passado e que o tempo de fertilidade era aproximadamente o mesmo de hoje, facilmente nos aperceberemos de que as mulheres, durante milhões de anos, passavam quase toda a vida prenhas e a criar os filhos. Em consequência, pouco era o tempo que lhes poderia sobrar para outras tarefas essenciais à vida e à própria existência, como caçar, cultivar e comer. A cultivação veio a ocupar muito tempo das mulheres por ser uma tarefa que quase sempre lhes deixava a oportunidade de terem os filhos por perto, mas mesmo esta tarefa só pode ter surgido depois dos humanos começarem a cultivar a terra, há cerda de dez mil de anos, na antiga Mesopotâmia, acontecimento relativamente recente na história do Homo Sapiens Sapiens. Eram os homens quem saía à caça e a colher os frutos para a família se alimentar e cobrir. Sempre assim foi, como já tinha sido com todas as espécies de humanos que existiram antes da nossa. Foram sempre eles quem caçava, sós ou em grupo, quem com os outros estabeleciam acordos, discutiam e se disputavam, com eles ou contra eles travavam batalhas, assaltavam, pilhavam e matavam, enfim tudo o necessário para subsistir na vida selvagem. Só “ontem”, com a revolução industrial, as mulheres começaram verdadeiramente a trabalhar fora de casa. A natureza e as circunstâncias talharam assim o carácter da mulher ao longo de milhões de anos, ao ponto de lhe inculcarem essas características nos próprios genes. Com os outros animais passa-se geralmente do mesmo modo. As características de cada um são consequência do seu modo de vida particular. A maioria das fêmeas não humanas dedica menos tempo de vida à procriação, visto que, em geral, a fêmea também caça e participa noutros actos necessários à subsistência, sobretudo aquelas que criam os filhos sós.

Que de admirar que as mulheres, fêmeas humanas, não tenham as mesmas disposições que os homens, machos da espécie, para coisas com que raramente lidaram ao longo de toda a existência da espécie, que algumas dessas coisas lhes pareçam até repugnantes. E que em Portugal o são, embora, infelizmente não seja caso único.

Esta explicação parece demasiado longa, mas se não fosse suficientemente elucidativa haveria certamente quem quisesse contrariar a razão e tentar provar o contrário. A razão do repúdio da política pelas mulheres é bem conhecida nos outros países. Toda a gente o reconhece. O facto verifica-se todavia, de modo mais acentuado nos países onde os políticos tenham um comportamento semelhante ao dos portugueses, como em Itália, França, Espanha e Grécia. Comprovado pelo contrário, como sucede nos países mais democráticos com muito menor corrupção, de que as monarquias socialistas do norte da Europa são um exemplo vivo.

Resta, todavia, algo a acrescentar sobre outra demonstração destes factos exprimida pelo comportamento das mulheres. Não é de espantar para os portugueses, tal como o é para turistas e outros estrangeiros, que cerca de 90% das portuguesas usem calças e pintem o cabelo? Os estrangeiros acham que tal facto só se pode dever a um grave problema que de personalidade. Segundo eles, o facto de tantas mulheres pintarem o cabelo de outra cor deve-se a complexos derivados da sua insatisfação geral, frustrações e outras causas do mesmo âmbito. Não podendo dominar a origem destes males, sofrem-lhes as consequências.

Outro problema do subconsciente das mulheres portuguesas é a incapacidade dum tão grande número de entre elas em atingir um orgasmo. É bem evidente que a origem deste acontecimento é ainda a mesma da do parágrafo anterior. Muitas disfarçam quanto podem e até na sua relações do dia a dia com as outras pessoas em geral. assumam comportamentos de extrema à vontade mas que geralmente mais não são do que complexos de superioridade inconscientemente criados como forma de luta contra os seus problemas. Um exemplo vivo é o comportamento da Manela Leiteira, o qual – longe de lhe criticar algo que a atormenta – lhe criou um complexo que faz dela uma mulher meio homem.

As mulheres passaram a quase totalidade da existência da espécie a criar os filhos, verdadeiros actos de protecção e de amor. Como lutar agora com falsidade, impostura, mentira, perversão e mais? Não é que as mulheres sejam umas santas, mas um curriculum de milénios pesou sobre a sua formação psicológica e moldou-as diferentemente.

A questão parece bem simples de compreender. Donde a conclusão óbvia daquilo que nos escondem com a única intenção possível de nos fazerem acreditar em que a maioria dos políticos são honestos.

A proporção da participação das mulheres na política em qualquer país revela-nos, pois, o estado de civismo dos políticos desse país. É certo que em nenhum país essa participação atinge os 50%, Os Estados Unidos, por exemplo, revelam-se assim um exemplo flagrante da desonestidade e dos políticos. A quase ausência das mulheres na vida política portuguesa e o seu quase completo desinteresse são apenas mais provas evidentes do modo como a política é dirigida em Portugal. Alguns governos têm tentado impor normas e regras para estimularem, segundo eles, uma maior participação das mulheres na vida política. Como se fossem regulamentos nesse sentido que resolvessem o problema criado pela maneira como os políticos se comportam. É uma solução comparável a receitar um medicamento para o fígado quando o doente está tuberculoso! Apenas uma mudança nos costumes incivilizados dos políticos poderá ajudar a resolver o problema. Ou a pressão exercida pela população. Todas os outros artifícios mais não são do que isso, artifícios destinados unicamente a defender o comportamento dos culpados, enganando a população por métodos mais uma vez ignóbeis e desprezíveis

O modo como este facto nos é escondido é a confirmação dessa prova e mais um testemunho sobre políticos e jornalistas.

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Conclusão

Em conclusão, embora tudo seja encenado a fim de que Portugal aparente ser uma democracia e como tal o seu sistema político seja tomado, a realidade é que está muito longe de satisfazer as condições necessárias para que o seu sistema político possa ser definido pela palavra “democracia”, isto tanto filologicamente como tradicionalmente como em realidade. Portugal não é nem pode ser considerado uma democracia. Só os políticos ou outros a quem tal situação favorece e que dela tiram proveito ilícito podem fazer tal afirmação com falsa convicção. Quanto mais os políticos bradam em afirmá-lo, mais mentem. Está longe de ser o único país nessas condições; porém, tal facto não serve de pretexto, nem de desculpa, nem de perdão. É um embuste com que nos enganam como, aliás, muitos outros, para nos arrancarem os votos de que necessitam para perpetuarem o logro que só favorece parasitas impunemente, que têm mostrado amplamente o seu desinteresse e nada fazerem pelo progresso do País. Que fizeram com as montanhas de dinheiro dos fundos europeus, que atingiu os mais de cinco milhões de Euros por dia? Quem responde em defesa da podridão? Não são estas palavras vãs, mas apoiadas por factos amplamente divulgados em todo o mundo, alguns históricos. Não é portanto significativo que os portugueses os ignorem por lhes terem sido propositada, interesseira e malignamente escondidos. A manutenção do povo na ignorância remete o poder dos cidadãos às mãos de políticos corruptos, gananciosos e oportunistas.

Não há dúvida de que se o povo português quiser viver numa democracia terá que deixar de se queixar com ladainhas infrutíferas. Há que tomar medidas eficientes a fim de pôr cobro à ganância e à parasitagem política, impedir que os políticos façam o que o País não quer e obrigá-los a fazer o que quer e tanto necessita. Pôr cobro também a uma justiça de palhaços e substitui-la por algo eficiente, justo e útil.

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2. A DEMOCRACIA EM PORTUGAL

Na


parte anterior foram já feitas algumas comparações entre uma verdadeira democracia e “aquilo” que rege Portugal. Não era a intenção, mas tornou-se cómodo por se estar já no assunto. Não é, pois, assim necessário, repetir nesta parte a maioria desses casos, ainda que seja aqui que eles deveriam ter sido colocados.

Antes de se fazer um paralelo entre as verdadeiras bases da democracia abordadas precedentemente e a realidade em Portugal, é útil que se analisem os conhecimentos dos portugueses sobre democracia e política um pouco mais em detalhe. A noção destes dados permitir-nos-á compreender as diferenças ao traçar esse paralelo, assim como o porquê dessas diferenças.

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Conhecimentos de política

Em Portugal, a enorme maioria dos cidadãos julga ter conhecimentos políticos e saber como votar, mas não tem uns nem sabe como. Esta afirmação deve soar monstruosa aos ouvidos de muitos, por infundadamente se considerarem profundos conhecedores, mas é a triste realidade e tem a sua origem e razão de ser.

Desde que a democracia deu lugar à anarquia, em 5 de Outubro de 1910 e que o país foi salvo dela pela ditadura, em 28 de Maio de1926, os conhecimentos políticos da população foram-se desvanecendo e caindo em desuso em sequência desses acontecimentos.

[Dizer que o país foi salvo da anarquia pela ditadura, pode hoje parecer uma blasfémia. Sobretudo quando se tem procurado desvalorizar a totalidade do que precedeu a Abrilada pela única razão de que era anterior e de que se era anterior era indubitavelmente mau. Estúpido preconceito, como a maioria dos preconceitos. No mínimo, reconheçamos que as generalizações frequentemente conduzem a erros de interpretação. Todavia, dadas as circunstâncias e a conjuntura da época, assim como os acontecimentos que as acompanharam, a ditadura foi não só a possível, mas também a melhor salvação. A total falta de segurança, os contínuos distúrbios, as conspirações, os motins, a desordem abrangente e sem fim, os tumultos e a confusão, a sedição, tudo isto não só politicamente mas pior, entre famílias e indivíduos que “por dá cá aquela palha” se matavam, uma justiça que se tornou inoperativa ainda mais do que a presente, a frequência de assassinatos (incluindo o de Sidónio Pais, um bom presidente da República, ainda que não eleito democraticamente), não podiam mais continuar. Dezasseis anos de anarquia chegaram para convencer todas as pessoas sensatas, honestas e honradas, de que medidas drásticas se impunham. Note-se bem que por isto o sistema ditatorial mereceu e obteve o apoio geral da população, que o recebeu de braços abertos, facto inegável que atesta a extenuação do povo, o desejo geral de acabar com a situação anárquica que sucedeu o fim da monarquia democrática e em que não queriam nem podiam continuar a viver. A popularidade e o entusiasmo inicial pelo novo regime aumentou ainda quando Salazar conseguiu tornar a encher os cofres esvaziados pelos anárquicos desde 1910, impulsionar um certo progresso e bem-estar, e operou uma consolidação geral. O mal foi que aquilo que deveria ter sido um estado transitório para voltar a um sistema político democrático, tornou-se numa ditadura de carácter permanente. Note-se ainda que, na altura, foram os políticos a primeira causa da situação anárquica, devendo-se pois, culpá-los por ela, pelo aparecimento da ditadura e de todas as consequências funestas originadas pelo seu comportamento e medidas necessárias para o impedir. Foi também por isso e por nada mais que as manifestações políticas foram suspensas e proibidas. Para tudo existe uma razão e agora querem-nos mentir, ocultando-a ou substituindo-a por falsas razões. Boa ou má, quer convenha ou não, a verdade deve ser sempre aceite e reconhecida; só seres desprezíveis com o intuito de moldarem a verdade às suas conveniências ilícitas podem contrariar este princípio, fundamento, mesmo, da História. Havia uma monstruosa anarquia que a todos sem excepção prejudicava e revoltava; encontrou-se uma solução que devolveu a tranquilidade, a justiça e a paz necessárias à vida; portanto, o povo aprovou e apoiou. E continuou a apoiar por cerca de mais duas décadas. Em seguida estava farto, mas foi difícil de a ab-rogar. Que de mais simples e verdadeiro? Para quê mentirem-nos agora, afirmando que ninguém quis a ditadura desde o princípio? Aqueles que não presenciaram pelo menos uma parte do meio não conhecem e são presas fáceis das historietas falsas que convêm a meia dúzia de corruptos. Se o fazem não será por inocência. Sorte foi o início dessa ditadura ter sido bastante suave. Azar foi ela ter durado demasiado tempo. O certo é que a ditadura salvou o País da anarquia e isto é um facto axiomático. Por isso que nisso não se fala ou se se fala é para o negar. Não esqueçamos o velhíssimo ditado que explica que A história é escrita pelos vencedores, sempre. Os escritos diferentes só podem aparecer muito tempo depois.]

A população desligou-se assim da vida política e foi-se lentamente esquecendo do que era participar nela e como lidar com os políticos. Embora durante a maior parte dessa era se votasse (em plena oposição ao que os políticos de hoje nos mentem com o óbvio intuito de se armarem em nossos salvadores), pelo menos até ao caso do General Humberto Delgado – cujo caso teve origem precisamente nas eleições – a verdade é que, devido ao sistema, não adiantava muito em quem se votava, pois tudo vinha sempre dar ao mesmo. [Não parece haver aqui um certo reflexo do que se passa actualmente?] Donde as pessoas se esqueceram de como votar significativamente, demonstrando os seus desejos.

Também é certo que existia uma disciplina, já nos liceus, intitulada Organização Política e Administrativa da Nação (ou algo semelhante), mas nada de útil se aprendia no sentido aqui tratado. Estranho é constatarmos que – hoje também – se os políticos e os partidos no governo mudam consoante as eleições, ainda assim tudo continua a vir dar ao mesmo… Porque após a Abrilada houve muitas mudanças menos nos políticos. Neste aspecto, tudo o que aconteceu não passou duma facção substituir outra. Algumas coisas melhoraram. Outras pioraram, muitas continuam tal como dantes, tendo apenas mudado de aparência ou de nomenclatura. Uma destas últimas é precisamente a conduta dos políticos e o seu comportamento em tudo condizendo com os duma ditadura, mas pior, porque agora se protegem sob o manto da paródia da democracia, coisa a que anteriormente não se atreviam. É evidente que os políticos souberam aproveitar-se da ignorância políica dos portugueses para os enganar convencendo-os de que viviam em democracia, quando todos os princípios de base duma democracia não passam duma farsa (confira-se em Bases da Democracia e A Democracia em Portugal).

A falta de conhecimentos de democracia da parte dos cidadãos tem origem no seu desconhecimento tanto sobre a histórica da democracia clássica grega, como uma democracia moderna do tipo europeu é organizada, de como ela funciona nesses países, qual a função dos políticos e a comparticipação dos cidadãos, de como os políticos dão conta das suas acções e decisões aos cidadãos, etc. Também não têm ideia de como votar para obter o que pretendem dos políticos. Esta actual falta de conhecimentos não se deve a nenhum acaso do destino, foi programada, engendrada, lentamente ensaiada, posta em prática e aplicada à população em geral, pelos interesses egoístas de políticos gananciosos e corruptos, com a ajuda e conivência de jornalistas não menos culpados. O problema é tão grave que a maioria da população está convencida que os simples factos de haver uma constituição e de se votar livremente são suficientes para se atestar que se vive em democracia. Que logro maior poderia haver?! As ditaduras também podem ter constituições, tal como a nossa tinha, sendo a última a de 1933. Nas ditaduras também por vezes se pode votar, como se pôde durante quase todo o tempo da nossa. Mas não era uma democracia, pois que faltavam outros requisitos. Tal e qual como agora. Sem a existência desses requisitos não existe democracia, é uma farsa que serve facções oligárquicas que podem simultaneamente apoiar-se e disputar-se, podendo ainda fomentar e manter outras oligarquias de apoio. Como exemplos, no primeiro caso temos os políticos, no segundo, aqueles que compõem os tribunais e as magistraturas. Em todas as circunstâncias não pode haver democracia em que os governantes, juízes e magistrados não prestem contas das suas acções ao povo soberano. Esta é a pedra basilar de qualquer democracia, seja ela qual for. Podemos verificar que até em pseudo-democracias fantoches como na dos Estados Unidos, os políticos, os juízes e os magistrados fazem a parte de prestarem contas ao povo. Os juízes são eleitos e os políticos com cargos nos governos estatais fingem querer satisfazer as exigências da população, porque essa população conhece a maioria das obrigações dos políticos.

Em Portugal nem isto se encena, é muito mais simples, começou-se – e assim se tem insistido em continuar – por encobrir o que é uma democracia, que os governantes têm a obrigação de prestar contas ao povo soberano, que esse povo soberano tem o direito de discordar e de revogar decisões dos governantes, que os governantes representam o povo soberano, mas não o substituem quando este não o quer, mesmo que por ele tenham sido eleitos. Tudo se tem encoberto com mentiras e com a participação dos jornalistas não revelando senão fantochadas e scoops, mantendo o povo soberano na escuridão da ignorância, não só a este propósito, mas em todos os campos que com ele se relacionem e que possam afectar os políticos. As entrevistas em que os jornalistas pretendem aparentar agressividade, são em geral encenações. Tal procedimento não se torna necessário a fim de se obterem as respostas que se pretendem. Há muitos exemplos do primeiro caso. Há alguns do segundo, como Fátima de Campos Ferreira ou Hernâni Carvalho. Sem espalhafato de atrasados mentais, perguntam o que querem e obtêm respostas elucidativas. Sabem falar, expor, obter e informar. Não são os únicos, mas são exemplos da honestidade, do profissionalismo e da competência, assim como de tantas outras qualidades profissionais e pessoais que faltam a esmagadora maioria dos seus abandalhados colegas. Todavia, como a maioria é que tem mais força, a ajuda dos jornalistas tem sido duma preciosidade fundamental para manterem a população na ignorância que lhes convém. Esta ignorância abrange todos os campos, evidentemente, inclusivamente o da instrução, em que grande parte dos cursos dos senhores doutores nem têm reconhecimento de equivalência nos países avançados europeus.

Para um melhor funcionamento político nacional torna-se imprescindível um notável e profundo incremento de conhecimentos políticos e de educação político-democrática dos cidadãos em geral, assim como o conhecimento do que na realidade se passa no país em lugar dos barretes distribuídos pela maioria dos jornalistas. Aqui, também, “conhecimento” parece ser a palavra chave. Sem estes dois requisitos, como avançar se o povo soberano que deve tomar as decisões não tem base de conhecimentos para o fazer? Parece que sobre o primeiro requisito alguém já disse qualquer coisa semelhante… Não teria sido Marcelo Caetano? Se foi, note-se que à pressa nada sai bem (alguém quererá ter um filho em quatro meses e meio?). Se não foi ele também não importa, o que importa mesmo é que, infelizmente, o tempo, com a ajuda de políticos corruptos e de jornalistas coniventes, provou-o.

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As Bases da Democracia em Portugal

Em Portugal, os cinco pilares básicos duma democracia (para além da organização política tratada anteriormente), como se verificam nos outros países europeus, são desprezados pelos políticos e não funcionam devidamente, tendo um efeito pernicioso, simultaneamente contra o povo soberano e contra a democracia. Uma pretensa democracia em que os seguintes pilares básicos de serviços de apoio social não funcionem, mais não pode ser considerada do que uma palhaçada de néscios: Instrução, Saúde, Justiça, Segurança Social e Comunicações. Analisá-las-emos por separado, mas podem-se já resumir. Infelizmente, se estes são os pilares da democracia que não funcionam em Portugal, muitas outras contrariedades à democracia se podem ainda focar, das quais apenas analisamos algumas. Convém, porém, primeiro, lembrar que a razão que origina o desinteresse dos políticos por estes pilares da democracia é precisamente por Portugal, não sendo uma democracia, os políticos não sentirem a necessidade de satisfazerem as necessidades democráticas do povo, seu soberano. Se não o fizerem, o povo soberano não exerce a sua soberania contra eles. Daí que o primeiro requisito numa oligarquia é a facção que ostenta o poder dominar o seu verdadeiro e único soberano: o povo.

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A instrução

A instrução, por um lado continua a formar inúteis com cursos que para nada servem, nem aos formados nem à sociedade, por outro não fornece os cursos necessários. Um exemplo clarificante foi a decisão Cavaquial de diminuir drasticamente o número vagas nas faculdades de medicina, consequência que só se poderia vir a sentir quando os novos médicos tivessem terminado os seus cursos e estágios. Foi o que aconteceu, pois toda a gente sabe o que se passa actualmente com a enorme falta de médicos. Como mezinha, contrataram-se médicos estrangeiros. Deve-se reconhecer que, no fundo, esta medida não foi má, porque se os médicos portugueses procedem como se nas suas faculdades não tivessem aprendido que a profissão de médico é sobretudo de natureza humana – coisa que demonstram não compreenderem devido ao seu comportamento ou a falta de princípios – pelo menos os médicos estrangeiros têm mais e melhores qualidades humanas. Além disso, pelo que toca aos espanhóis, muitos deles estão desejando vir trabalhar para Portugal. Enquanto que país mais miserável da Europa, em consequência de ser aquele com a maior falta de democracia, o que o coloca num caso à parte, onde as diferenças entre ricos e pobres é de longe a maior. Isto inclui as descomunais diferenças entre altos e baixos salários. Daí que os médicos tenham salários bem superiores à média europeia e à praticada em Espanha, o que não pode deixar de atrair os médicos espanhóis.

Se a medida Cavaqueira citada no parágrafo anterior põe em cheque a situação da saúde nacional por falta de médicos, outra medida inteligente de mesma proveniência, mas em sentido contrário e de efeito divergente, foi a de não limitar as vagas dos cursos de direito. Em 1996 havia em Portugal tantos advogados como na Alemanha, como a população alemã é de cerca de oito vezes a portuguesa, significa que, proporcionalmente, existiam em Portugal oito vezes mais advogados do que na Alemanha. Como quase dez anos passados nem uma mezinha foi feita para remediar a situação, há hoje, sempre proporcionalmente, cerca de dez vezes mais advogados do que na Alemanha. Isto tem verdadeiramente desgraçado a profissão, mantendo estes infelizes numa situação incremental de procura de trabalho autenticamente paranóica. No intuito de encontrar um paliativo a esta situação, a Ordem dos Advogados, que já designava os advogados para o Apoio Judiciário da Segurança Social, mas admitia que um apoiado escolhesse o seu advogado, passou a impô-los, não permitindo que se possam escolher, mesmo em casos em que o apoiado tenha processos em curso com outro advogado. Isto significa que a intenção da Ordem em “dividir o mal pelas aldeias” se traduziu numa situação em que quem tenha vários processos em cursos terá também vários advogados, correndo assim de escritório para escritório, como um tarado à procura do dia de ontem. Inteligente, não é? Sobretudo com um vincado cunho de sentido humanitário para com os apoiados assim desapoiados! É assim que qualquer dirigente procede em Portugal. Sobretudo, com a tradicional impunidade total garantida abrilesca, que como Manuel Alegre diz, juntamente com a recusa de aceitação de responsabilidade se tornou uma tradição.

É ainda de assinalar que a instrução, a educação, a formação cívica e mental compõem um conjunto que é o segundo motivo da miséria geral, intelectual e financeira em Portugal. Este conjunto, acoplado ao primeiro motivo da desgraça que o país vive, forma com ele uma barreira intransponível. Freitas do Amaral é um dos poucos políticos honestos que teve a coragem de o afirmar. Tentou todavia pôr mais peso nesta questão e aliviar o problema causado pela primeira causa, a má administração e corrupção na aplicação e uso dos fundos comunitários. Tal como ele disse, mas embora interpolando as importâncias dos dois motivos, como atrás se nota, se os conhecimentos e o comportamento individual dos portugueses não mudarem jamais haverá progresso. Como frequentemente notado, tanto neste documento como neste site, esta mentalidade que originou o comportamento de orgulho infundado, criticado por Freitas do Amaral, tem sido traiçoeiramente inculcada no pensamento da população por políticos corruptos e pelas razões também explicadas. Se fosse esta a causa principal da miséria, como Freitas do Amaral afirma, em nada atenuaria a culpa dos políticos, apenas transferiria uma parte da culpa no uso corrupto dos fundos comunitários para este ponto. Dum modo ou doutro, isto não muda praticamente nada à situação nem às afirmações de Freitas do Amaral. Compenetremo-nos, a culpa da nossa miséria, tanto mental como económica, não tem outra fonte senão a dos políticos corruptos. As outras causas dessa mesma miséria têm a mesma origem.

Falando de Freitas do Amaral, somos obrigados a fazer aqui uma referência especial sobre esse homem. Que vire a casaca política ou não, não se lhe pode apontar nenhuma das características de podridão que caracterizam a vasta maioria dos políticos portugueses. Se a vira é de certo por bons motivos e cada um é livre de reconsiderar e readaptar a sua linha os tempos que decorram. É um homem ilustre por seu próprio mérito, que pelos seus conhecimentos e sabedoria, pela sua educação e princípios, pela sua formação moral e carácter justo, pela sua sinceridade e alta instrução, honrado e honesto, não permite que o comparemos à podridão da maioria dos seus confrades (talvez que ele até prefira não lhes chamar confrades), adira ele a que partido aderir. Quer na direita ou na esquerda, Freitas do Amaral sempre foi e é um exemplo a seguir, um homem digno em quem se pode confiar. É um exemplo vivo a quem os políticos corruptos evitam de seguir as pegadas. É uma excepção que prova a regra. Não é a única, mas desgraça profunda é que comentários como o presente não possam fazer-se a propósito da enorme maioria dos políticos portugueses. As qualidades e os defeitos dos políticos nada têm a ver com os ideais dos partidos a que aderem, são apenas o que advém das suas qualidades ou defeitos pessoais, o que os incita a aproveitarem-se das ocasiões (a ocasião faz o ladrão) em seu proveito próprio, em se servirem do país em lugar de o servirem, satisfazendo os seus profundos desejos egoístas e gananciosos. Desejos esses de índole criminosa, dada a conjuntura em que são praticados.

Vezes sem conta os políticos honestos são afastados pelos seus confrades corruptos, ou estes tudo tentam para o fazer. Um exemplo deste facto é António Guterres, homem de muitos méritos, não iguais, mas pelo menos tantos quantos os de Freitas do Amaral, de prestígio mundialmente reconhecido, devido às suas competências e qualidades. Mundialmente o mais prestigiado português e que o era já muito antes de lhe ser atribuído o cargo de Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR ou UNHCR). Foi aliás por essa razão que ganhou o cargo e não o contrário, entenda-se. Todavia a podridão dos políticos portugueses tudo forjou para o afastar. Não são estes factos suficientemente elucidativos dos veementes maus sentimentos desses políticos? Não são estas, acções de malvadez? Se não são uma coisa nem outra, que poderão então ser? Quem não se lembra dos comentários sujos a seu propósito perpetrados por alguns corruptos podres, alguns dos quais conseguiram mesmo lugares de destaque nos seus partidos e na política nacional? É assim em Portugal: políticos podres e malvados conseguem enganar a populaç o devido à ignorância crassa e profunda em que esta última é propositadamente mantida, devido ao grande orgulho que políticos traidores lhe injectam com essa intenção, a fim de que dela se aproveitem, como o têm feito com a destreza dos perversos. Em Portugal, quanto mais malvado mais recompensado. Não são eles, com o apoio dos jornalistas, os autores dessa ignorância, mãe da estupidez (Victor Hugo)? Por isso que eles continuam a receber votos. Quem não sabe em quem votar que procure saber. Outro facto escondido por políticos e jornalistas. Quem goste desta situação que continue sem fazer nenhum esforço para com ela terminar. Enquanto esta podridão durar, Portugal manter-se-á um país do terceiro mundo. Mas orgulhoso de o ser. Agradeçamos aos políticos e aos jornalistas, que com tanta dedicação e eficiência nos ajudam a manter a posição. (mais sobre a instrução)

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A saúde

A saúde é o que se conhece, mata os cidadãos à espera de serem tratados. Todos conhecem os problemas dos serviços de saúde e como eles nos matam de diversas maneiras. Só os políticos que nos governam pretendem ignorá-lo, por isso que se limitam às mezinhas. Pior, inventam regulamentos especialmente concebidos para afastar dos necessários cuidados de saúde aqueles que deles mais precisam por não os poderem pagar e que a eles têm direito constitucional. De que se podem classificar estas acções senão como de pura malvadez, sobretudo se se conhecer como funcionam serviços semelhantes nos outros países Europeus, em que os estados despendem montantes inferiores. A constituição garante o acesso igual de todos os cidadãos a serviços de saúde dignos desse nome, mas os políticos que "ocupam" governos e legisladores contornam-na. Nunca conceberam um sistema válido como nos países democráticos. O texto da nossa constituição tem realmente um texto muito bonito, mas disso não passa porque políticos malvados a contrariam a torto e a direito. A isto nenhum presidente da república digno desse nome teve a honestidade de mandar leis deste âmbito para o Tribunal Constitucional. Pudera, ele também tem o seu serviço privado de saúde como os outros políticos seus confrades. Presidente de todos os portugueses, não é? Nunca nenhum foi educado nesse sentido ou para isso teve qualquer preparação humanitária ou tampouco nacional, além de que quase todos terem sido produtos de partidos oligárquicos.

Muito frequentemente faz-se uma enorme e desproporcionada algazarra (scoop jornalístico) sobre grandes avanços na medicina em Portugal. Porém, omite-se que os cursos dos médicos estão entre os muitos que não são reconhecidos em países avançados. Os casos dos scoops são, afinal, nem mais nem menos do que as excepções que provam esta regra. Passa-se também por cima do facto vital de que esse pouco progresso em Portugal de nada serve quando ao cidadão comum lhe está vedado o acesso, seja porque a Estado não o paga aos cidadãos, seja porque ainda não está disponível em Portugal – salvo nas excepções dos scoops, o que, de modo algum pode ser tomado como uma vantagem para a saúde nacional – quando, geralmente, noutros países já o está há muito e o acesso é para todos os cidadãos. Certas áreas da saúde são contínua e completamente desprezadas por todos os governos (bem hajam os nossos queridos políticos que tão bem se ocupam das necessidades básicas do povo que os elege, representando-os, assim, como pretendem). Não obstante, segundo a Organização Mundial de Saúde – assim como é reconhecido em qualquer país civilizado, entre os quais Portugal insiste em não se poder contar – “A saúde é um estado COMPLETO de bem-estar físico, mental e social, e não consiste somente numa AUSÊNCIA de doença ou enfermidade”. Esta frase em Portugal até soa profana. Que risota! Até hoje, os nossos queridos políticos consideram que mesmo a saúde dentária é uma regalia especial reservada a ricos e não uma parte essencial da saúde de todos, incluindo a dos pobres. Será por malvadez? Se não é, porque será?

Custa muito mais (é muito mais caro) ao Estado e às famílias uma população sem saúde ou doente, como em Portugal, do que com saúde, como nos países onde se gasta menos nela, os cidadãos são tratados convenientemente e os resultados são melhores. Não será este facto comprovado mais uma demonstração elucidativa de incapacidade dos governantes? Ou será por malvadez que nos tratam assim da saúde? A vacina para a meningite, gratuita por toda a Europa há cerca de 50 anos, em Portugal só passou a sê-lo a partir de Janeiro de 2006. Mais um facto que leva o Eurostat a classificar o atraso de Portugal em mais de 52 anos. Admiração? Comparando com o que se passa noutros países conclui-se que por alguma razão será, estes factos não acontecem sem uma razão. No entanto, como aos políticos portugueses isso não lhes dá votos imediatos para serem reeleitos, este facto é ignorado, desprezando assim uma das necessidades básicas e primordiais do povo português, adoptando o sistema do utilizador pagador, de que o Estado – neste caso os políticos que ocupam os governos – se lava as mãos. Procedimento similar ao que se refere aos factores básicos sobre os elementos geradores de progresso. Só que, no caso específico da saúde, àqueles que não têm dinheiro para se tratarem, os políticos, malvadamente, infligem amargura e sofrimento. Não comparticipando medicamentos de prevenção contra doenças muito conhecidas e com tratamentos extremamente dispendiosos (ex.: cancro do cólon), roubam o dinheiro da Segurança Social. Quando mais tarde a doença se declarar em estado avançado, os tratamentos são muito mais dispendiosos do que teria sido o gasto com a simples prevenção, se esta tivesse existido. Devido ao atraso intelectual da população, que não diferencia muito bem os seus próprios interesses, é este um dos muitos assuntos que não dá votos suficientes que despertem a atenção dos políticos em resolvê-lo. Não vale a pena, melhor abotoarem-se com o dinheiro dum modo disfarçado ou usá-lo noutra coisa que dê votos que lhes assegurem a reeleição. Um roubo dos cidadãos nem sempre se opera de modo directo, claro e facilmente detectável, é sempre simulado, como, por exemplo os €1,2 milhões estafados em veículos para o pessoal de direcção do Banco de Portugal, entre Janeiro de 2004 e Junho de 2005, como publicado. Má administração e alta corrupção? Traição a nível nacional em relação aos eleitores? Serão estas observações cínicas ou objectivas? (Saúde)

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A Justiça

A Justiça é o que todos sabemos. A Justiça em Portugal foi estruturada e organizada pela última vez há cerca de 170 anos, no reinado de D. Maria II. Depois disto, pouco mais mudou, salvo as tradicionais mezinhas portuguesas que para pouco mais do que nada servem. O poder político abandonou completamente o o sistema de justiça. O sistema de justiça tem vivido entregue a si próprio numa autonomia inigualável em nenhum país democrático, desligado de qualquer estrutura, sem nenhum controlo, nenhuma regulamentação, sem nenhuma verdadeira reforma digna desse nome. Juízes, magistrados e direcção da Polícia Judiciária, completamente desresponsabilizados das suas funções e das suas acções. Ninguém presta contas ao povo soberano. A pouco e pouco tornou-se na autêntica bandalheira oligárquica por que hoje é amplamente reconhecida. Inacreditável, o próprio Procurador Geral da República, em meados de Março de 2006, queixou-se publicamente do desconjunto na colaboração da Polícia Judiciária com os seus serviços. O facto é real, mas não lhe dá razão, pois que assim sendo, ele deveria tomar a iniciativa de fomentar essa colaboração com a sua própria polícia. Em conclusão, a bandalheira tem-se instalado no sistema como aliás em tudo o resto que é Estado, devido a decisões irresponsáveis, demagogas e desapropriadas dos incompetentes mas gananciosos que o encabeçam.

Afinal, não é a Justiça composta de cidadãos que cresceram e estudaram conjuntamente com o resto da população? Não se queira que pobres comuns e miseráveis mortais sejam considerados como deuses, seria o ridículo dos ridículos, o cúmulo dos cúmulos e aceitá-lo a mais grosseira estupidez. Não seguiu ela própria e as pessoas que a compõe o mesmo caminho que o resto das instituições, do governo e daqueles que o compõe, da população em geral, acabando por se enfiar num buraco absolutamente idêntico, senão o mesmo? A Justiça, arrastada pela força da inércia geral ou por ela mesma, chegou assim ao ponto que ocupa na constelação duma nação podre. Não servem estes factos, todavia, de desculpa ou de razão para essa ou qualquer outra oligarquia. Factos são factos e provam-se por si mesmos. Os "gritos" dos que a compõe contra os governos não são certamente desprovidos de toda a razão, mas embora os jornalistas, coniventes como de costume, no-lo escondam, a realidade escamoteada é que com meios financeiros idênticos outros países têm uma Justiça decente. Tal como com o sistema de saúde e tudo o mais. O dinheiro aplicado nunca chega por falta de capacidade para o administrar, corrupção e as outras causas de sempre. Se é assim com tudo, porque não com a Justiça?

Também há que reconhecer outro facto realçante que muito tem contribuído para a degradação da Justiça e que também ele nunca foi suficientemente esclarecido pelos mesmos jornalistas com as mesmas qualidades acima referidas. Trata-se do enorme aumento progressivo da criminalidade que tanto incrementou o número de queixas e subsequentes processos, ampliando assim o trabalho dos tribunais.

Façamos aqui uma paragem para mencionarmos as causas mais comuns dum aumento de criminalidade. São elas, a pobreza e a educação e princípios das populações. No que respeita a Portugal e à segunda destas causas, as razões encontram-se espalhadas por este site e não parece necessário repeti-las aqui. Lembre-se apenas que os seus causadores, são também sempre os mesmos. Para tudo existe uma razão, nada no universo é deixado ao azar, ainda que muitos o pretendam. Todavia, o estado lamentável a que a Justiça chegou em Portugal, nojento por se tratar dum bem mais precioso do que a caridade, não pode desculpar ninguém que nele esteja implicado, por pouco que seja.

Ninguém confia nesta justiça, pelo que todos a evitam, já que nunca se sabe quem vai ganhar ou perder: é um verdadeiro jogo de sorte e de azar. Os políticos afirmam em público que crêem na justiça que eles não têm querido reformar. Mas quando lhes chega a ocasião de demonstrarem as suas afirmações, procedem de modo que demonstra o contrário, usando tudo o que podem como armas de arremesso, incluindo até pedidos de indemnização. Afinal, a justiça em que dizem confiar é só quando esta se aplica aos outros, quando lhes bate à porta nunca confiam nela. Faz lembrar o caso do que os os jornalistas e outros nos falam sobre o que nos outros países se pensa dos portugueses. Quando interrogados exteriorizam as mais altas apreciações, mas quando falando entre eles dizem a verdade. Claro que isto só conhecem aqueles que tiverem relações bastante próximas com cidadãos de outras nacionalidades, sobretudo europeias, não nos contam os jornalistas nem os políticos por poder ferir o orgulho infundado daqueles a quem t m infligido uma ignorância monstruosa para dela se aproveitarem, como explicado algures neste site.

Se todas as outras deficiências do sistema se pusessem de parte, não seria este sentimento geral sobre a utilidade da justiça por si só suficiente para julgar o desprestígio de todos aqueles a quem ele concerne como sendo ainda relativamente pequeno em relação à crua realidade? Quando o povo na sua maioria se queixa, nunca o faz sem motivo. O que torna as queixas ainda mais significativas e pungentes são a índole fatalista e o facto dos carneiros portugueses habitualmente até se queixarem demasiado pouco de tudo.

Paródia de justiça. Os tribunais são frequentemente o palco do poder duma oligarquia e não da justiça. Demonstração da arrogância, característica incontestável dos tolos ignorantes, sequência duma educação sem princípios ou fundada em falsos princípios (criados no pós Abrilada) em que os valores morais não passam duma capa/máscara de impostura para enganar a todos: como tal, ainda da incompetência e da estupidez. Não cumprindo a sua função, a justiça não salvaguarda nem defende os direitos dos cidadãos. O que justifica as frequentes demonstrações de arrogância da parte de juízes, em lugar de cumprirem o seu dever. Claro que como em tudo há excepções, o que só confirma a regra. A abundante existência de políticos e de magistrados indignos não pode significar que todos assim sejam. Por analogia, o contrário também é verdade. Mas não é pela obra que se vê o obreiro? Uma clara consequência que atesta nitidamente a situação da justiça em Portugal é o descontentamento geral da população em relação a ela, a população a quem ela devia servir, mas que não serve; ninguém confia na justiça, pelo que todos a evitam, já que nunca se sabe quem vai ganhar ou perder nem quando isso acontecerá, é um verdadeiro jogo de sorte e de azar num tempo indeterminado. Este facto, certeza evidente, é inegável.

Os juízes e os magistrados não podem escapar-se de acarretarem com a maior culpa: são eles quem melhor conhece os problemas da Justiça contra os quais os tribunais, a população e eles mesmos se debatem, a ineficiência e todos os outros males, mas acobardam-se e em lugar de irem para a rua reclamar e bater o pé, como já aconteceu noutros países europeus, fazem greves rascas e colocam-se ao nível de funcionários ou empregados. Repudiam o seu estatuto e pretendem hipocritamente tomar a população completa por estúpida, declarando que o fazem no interesse geral dos cidadãos, quando o seu procedimento é uma autêntica declaração de defesa dos interesses particulares da oligarquia que formam. Para resolverem os problemas da Justiça, enveredam por caminhos errados e querem ter sempre razão. Se não é esta uma prova irrefutável de arrogância e soberba, o que será então? Quando se nos nega o que é evidente saibamos ler entre as linhas.

Afinal, não formam eles, juízes e magistrados, parte integrante duma população atrasada? Não andaram na escola e não cresceram eles com a restante população? Afinal, não cresceram os juízes com o resto da população, e não foram eles também educados por pais de mentalidade idêntica? Que mais poderíamos esperar, senão que sejam como são? A não ser que não queiram ser nem se sintam portugueses. Como de costume só se tomam os exemplos dos países atrasados, ou não fosse Portugal um país do terceiro mundo com aspirações a assim permanecer.

Inédito em qualquer democracia (?), a Justiça arroga-se o direito de manter pessoas detidas por longo tempo sem formalização de acusação, caso apenas comparável ao que se passa em ditaduras, donde a justiça funciona com a arrogância duma ditadura. O que não pode acontecer sem a aprovação dos políticos, evidentemente, pois não são eles quem faz leis estúpidas e anti-democráticas, a propósito das quais os cidadãos não têm o direito de se manifestar? Quem chamará a isto uma democracia, quando os seus princípios básicos são abusados e espezinhados pelos políticos, completamente postos de parte, procedendo exactamente como os ditadores? Estão-se marimbando completamente para a Constituição, que atropelam a torto e a direito, até nos seus conceitos básicos, como no que se refere a todo o cidadão ter direito a justiça e a advogado gratuito, como aliás se passa nos outros países democráticos. Todavia, os políticos portugueses decretaram que só aqueles que estavam a morrer de fome e o podiam provar têm esse direito. Em muitos casos a nossa ditadura era melhor para nós do que esta farsada de democracia podre e corrupta. Era pior para os políticos, mas isso não nos interessa porque o seu procedimento não justifica a sua liberdade em nos tratarem como porcos. Que fantochada esta pura oligarquia sobre que nos impingem a ideia de democracia. Embora este site não tenha pretensões a tratar dos assuntos que nele figuram de modo exaustivo, alguns outros casos relativos à justiça são ainda referidos.

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A Segurança Social

A Segurança Social também se sabe como é. Enquanto alguns têm pensões mais do que milionárias – escandalosas e superiores às existentes em qualquer país democrático em que a justiça social não seja uma palavra vã – a grande maioria morre literalmente à fome e não tem dinheiro para se tratar nem para medicamentos. Governos espertalhões têm copiado tantos erros de outros países e não têm capacidade intelectual e mental para copiar o que se tem feito pela Europa fora para resolver estas situações, como eliminaram as pensões milionárias onde estas alguma vez existiram, como os cálculos das pensões são efectuados de modo a que nenhuma pensão transforme qualquer cidadão num miserável como em Portugal. É simplesmente escandaloso e uma afronta contra a toda a população que políticos com oito anos de serviço frequentemente inepto e corrupto recebam pensões milionárias em relação a quem toda a vida trabalhou e descontou para lhas pagar esse desfalque à segurança Social. É este o Portugal real dos políticos corruptos, parasitas a malvados.

A Santa Casa da Misericórdia sempre foi dirigida por um provedor escolhido pelas suas qualidades humanas, vocacionais e de competência. Pois a corrupção dos governantes há muito que até esse posto transformou num tacho, atribuindo-o a um político. Costumam pretender justificar estes casos de descarada corrupção alegando que necessitam de pessoas de confiança do governo em todos estes lugares. Como nos países democráticos não se passa assim; nem mesmo durante a ditadura assim foi; somos obrigados a deduzir que, afinal, não estamos numa democracia e que estes casos são tratados de modo pior do que o foram durante a ditadura. Assim, este tacho tem sido atribuído a qualquer um que tivesse um apoio corrupto.

Governos autorizaram e têm mantido a autorização de associações profissionais de futebol roubarem o dinheiro dos pobres mediante a tomada de posse dos fundos de receitas da Santa Casa da Misericórdia. É um autêntico assalto aos pobres para dar aos parasitas. Não faz lembrar as histórias de Robin Hood e de Arsène Lupin vistas ao contrário? Os pobres são, pois, roubados por parasitas com o apoio dos políticos dos paridos nos governos. Em consequência, sob a direcção de Maria José Nogueira Pinto, quando houve um reforço de ganhos com o Euro Milhões, a Stª Casa diminuiu de metade os valores das ajudas de emergência a indigentes, reduziu ou eliminou todos os seus auxílios aos mesmos, suprimiu o auxílio na compra de medicamentos a quem não tem meios para os comprar. O governo que se seguiu, assim como o provedor que lhe sucedeu mantiveram a mesma situação de repressão dos pobres e em Dezembro de 2005 já havia um acumulado superior a €100 milhões, provenientes do Euro Milhões. Talvez os dividam pelos profissionais da jogatana e comprem uma ou duas dúzias de automóveis de luxo para os políticos em cargos governamentais e administrativos. Matem-se os pobres e acabam-se os seus problemas! Que classificação se poderá atribuir a tais procedimentos, além de inumanos, infames, canalhas, ignóbeis, vis, sórdidos, repugnantes, abjectos ou desprezíveis? Parece que todos estes adjectivos se afiguram realmente insuficientes para classificar tais acções inclassificáveis dos nossos queridos e previdentes políticos que acham que foram votados para desgraçarem o povo soberano e satisfazerem as suas malditas ganâncias sem jamais prestarem contas ao seu único e verdadeiro soberano. E dizem-nos eles que vivemos numa democracia! Giro, giro, os carneiros aceitam o jugo dos carniceiros e voltam a votar nos mesmos. Como se não restassem políticos honestos em Portugal, mesmo que poucos. 

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As comunicações

Utilidade nacional. As comunicações, nos seus vários aspectos, são tão essenciais ao desenvolvimento como o ensino, em todas as circunstâncias e em qualquer país. Fazem parte dum conjunto integrante de medidas que fomentam o progresso, assim como de uma política que tende a implantar e desenvolver um sistema democrático. Estes factos têm sido sistematicamente ignorados e escamoteados por todos os governos. A construção das auto-estradas nada nada mudou a esta atitude, visto a construção ser viciada e não terem sido utilizadas para o desenvolvimento do país.

Está mais do que provado por todos os países mais avançados – e até por outros muito menos mas que procuram o progresso, como em Espanha –, que as comunicações, dentro dum conjunto de medidas apropriadas, são uma das melhores armas para o desenvolvimento. Pelo que até se torna quase ridículo insistir num ponto tão amplamente reconhecido. unicamente ignorado pelos políticos portugueses, o que demonstra claramente o seu desinteresse completo pelo progresso do país. As auto-estradas gratuitas promovem o emprego, a expansão, o crescimento comercial e industrial. Ou porque se pensará que a UE as subsidiou? Para se ir passear, como os papalvos vão passear para os hipermercados aos fins-de-semana? Para o provar, não bastará notar-se as tarifas baixas aplicadas nos outros países (ou a completa ausência delas) com as portuguesas? Com efeito, Portugal, devido aos seus políticos insistirem em mantê-lo miserável, é de longe o país da UE com tarifas mais altas para a utilização das auto-estradas. Assim se despreza uma das medidas fundamentais ao desenvolvimento. E porque é que políticos & jornalistas escondem este facto de todos? Será por ignorância, por incompetência, por estupidez? Ou será por algo bem pior, por malvadez e traição ao país – instintos criminosos?  Francamente, sobre um facto mundialmente reconhecido, não se pode encontrar qualquer explicação em favor de quem tais decisões tem tomado contra o desenvolvimento da nação que não seja ou se equipare a uma literal traição. Afinal, quando gratuitas, não só são um contributo essencial ao desenvolvimento e progresso, como até mais do que se pagam por si mesmas. Produzem um progresso que gera impostos que ultrapassam mais os seus custos do que o pagamento da sua utilização, o qual, por demais e por contraposição, impedem o progresso. Vejam-se outras páginas no site sobre o assunto, assim como o que se pensa noutros países (e até mesmo cá) sobre o modo como o caso tem sido tratado em Portugal (Comunicações) (Estradas Assassinas). Compreenda-se o que foi feito dos fundos europeus de coesão e reestruturação para o desenvolvimento do país neste aspecto. Os bandidos que têm feito este trabalho continuam à solta, enquanto pequenos ladrõezecos são condenados e presos. É a este género de procedimentos, de governos, de atitudes, de imposição oligárquica e de escravização dum povo que uma classe de malditos chama de democracia. Quem mente e quem lucra com a continuidade do embuste?
Revisão 2.1 em 10-10-06

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3. DEMOCRACIA ?  –  O QUE É ?

Os


cinco pilares da democracia (Instrução, Saúde, Justiça, Segurança Social e Comunicações) deveriam gerar uma maior igualdade e homogeneidade na população. Mas como não são seguidos originam o contrário duma democracia, a desigualdade, castas e classes, tanto como ricos são favorecidos pelas leis, como estas e a constituição são contornadas viciosamente e com maliciosa corrupção.

Estes procedimentos de acordo com as regras anti-democráticas, originaram o país europeu não só com o maior número de pobres, mas também com maior desigualdade entre ricos e pobres. Além de que os políticos escolheram que o Estado, contrariamente à regras democráticas, deveria cobrar menos impostos aos ricos e mais aos pobres, chegando quase a dispensar os bancos de pagamento de impostos, tanto estes lhes têm sido reduzidos. Assim, os bancos com a sua quase isenção de impostos e as grandes firmas latifundiárias a cobrarem preços acima dos europeus e a pagarem ordenados de morrer de fome, roubam a sociedade. Não param de aumentar os seus lucros, frequentemente a um nível bem superior à média europeia, enquanto que os pobres rebentam à fome ou roubam para não rebentarem, para o que os políticos velhacos encontram a melhor solução pondo mais polícias na rua! Com o andar dos tempos, estes métodos de desamparo da sociedade vão gerando uma criminalidade muito mais pesada do que a dos pequenos roubos para a qual o aumento de polícias na rua deixará de ser uma mezinha. Quererão os burlões fazer-nos esquecer a regra verificada em todo o mundo, em que o aumento de miséria conduz impreterivelmente a aumento de criminalidade? Tomam os tolos por aquilo que são, senão os espertalhões parasitas há muito teriam sido corridos e expatriados.

Por outro lado, seguindo precisamente a mesma ideia de base anti-social e anti-democrática, atribuem-se salários desproporcionada e ultrajantemente altos absolutamente injustificáveis, verdadeira blasfémia e afronta à população, como é o caso do salário do Governador do Banco de Portugal, provavelmente o maior do mundo para as suas funções, pelo menos o maior de qualquer país europeu ou da América do Norte. Para não falar nas múltiplas pensões de reforma (artigo em 4 partes) individuais que sendo comutadas dariam para tirar todos os mais pobres da miséria. Outra afronta infame à população é o «direito» dos deputados a uma reforma real com meia dúzia de anos de «trabalho», por comparação aos que após quarenta recebem uma miséria. Estas enormes diferenças entre os mais ricos e os mais pobres formam uma verdadeira situação estúpida, obscena e imoral promovida e criada por políticos que só podem ser corruptos. Atribuíram ordenados escandalosos aos postos que açambarcaram com o falso pretexto de serem de confiança governamental para lá se colocarem eles e os seus correligionários.

Sendo assim, quem e com que base se hão-de convencer os funcionários públicos e outros a não reclamarem aumentos que os coloquem fora da proporcionalidade? O grande problema é que este caso não é uma excepção, mas apenas um simples exemplo da horrenda generalidade e de podre corrupção em que os corruptos nos fazem viver.
 

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Partidos

Os partidos políticos são indispensáveis a uma democracia. Uma democracia fantoche é indispensável à actuação de partidos como os nossos.

Ouvindo a maioria das pessoas a falar sobre os partidos, patenteia-se claramente que poucos são os que têm conhecimentos sobre o que falam. Poucos aprenderam até o mais básico e elementar sobre a constituição dos partidos, sobre as suas ideologias, o que esperar de cada um deles caso se comportem honestamente, etc. A primeira causa desta situação, mas não a única, é os partidos portugueses não seguirem as suas ideologias, tendo-as substituído pela ganância e pelo açambarcamento do tacho e de tudo o que lhes renda, substituindo os ideais de base por outros que correspondem com o seu procedimento. Além da ignorância sobre estas questões fundamentais, o comportamento dos partidos políticos portugueses não dá azo a grande compreensão sobre eles mesmos. Minados pela ganância, pelo açambarcamento do tacho e de tudo o que lhes renda, pela corrupção, desonestidade e maldade, tornando-os muito semelhante no procedimento. Por comparação aos seus congéneres ou homólogos europeus ou mundiais, os instintos que movem essa ganância e corrupção tomam frequentemente o lugar das ideologias, razões de ser dos próprios partidos. Estes factos não podem deixar de desorientar um cidadão que, por demais, já muito poucos conhecimentos tem sobre o assunto, deixando-o quase sempre com uma ideia errada sobre os partidos e as suas verdadeiras ideologias, segundo as quais se formaram.

Em princípio, em teoria e como se passa quando a corrupção, a ganância e a desonestidade são inexistentes ou apenas em pequeno grau, um partido da direita defende os interesses dos ricos, depreciando os dos mais desfavorecidos; um partido da esquerda defende e favorece os direitos e necessidades dos pobres, praticando aquilo que se conhece por justiça social, passando os ricos para segundo lugar. Como exemplo mundialmente mais conhecido pode-se citar o que se passou nas monarquias tradicionalmente socialistas do norte da Europa, onde uma facção política honesta e incorrupta obrou em favor duma justiça social digna desse nome, conduzindo esses países ao ponto mundialmente mais avançado do bem-estar social das suas populações. É este um exemplo do progresso social que se pode alcançar em países onde os políticos são honestos e dignos. Para um exemplo no sentido contrário não é preciso ir tão longe, basta olharmos em nosso redor e vermos o que uma corja de políticos incapazes, corruptos, desonestos e gananciosos fez das nossas vidas e do nosso país.

O panorama político não só é, pois, peculiar pelo patenteado comportamento extremamente incivilizado dos políticos, mas também característico da falta de democracia. Embora o número de partidos existentes seja aparentemente normal, a realidade é que a maioria anda às moscas. Praticamente só alguns partidos obtêm votos significativos. Isto origina uma polarização sobre os dois maiores, os quais não têm uma ideologia muito diferente, tornando a vida política numa luta e divisão de poder entre eles, mas na realidade monótona em acontecimentos de verdadeiro significado para a Nação. O facto de praticamente serem só dois partidos a governar diminui substancialmente a eficiência aos governos e a pluralidade, tirando vida à democracia. A constituição prevê a formação de governos compostos por vários partidos, mas a selvajaria troglodita e falta de civismo dos políticos impede a formação de governos multipartidários, característicos das verdadeiras democracias civilizadas do norte da Europa. Em consequência, aquando de eleições em que um partido obtenha 40% dos votos e uma maioria, por exemplo, os restantes 60% dos votos são literalmente deitados ao lixo. O cinismo, falsidade e burla dos corruptos é de dizerem aos eleitores para votarem neles porque outros votos são perdidos. Ou seja, 60% da vontade dos eleitores (a verdadeira maioria) é desprezada em favor das exigências dos restantes 40% (uma minoria). Há quem argumente tentando dar a volta ao assunto, mas contra esta simples aritmética nenhuma argumentação pode prevalecer. É indiscutível que a actual maneira de contar e atribuir votos, de decidir quem são os eleitos, é anti-democrática por não eleger aqueles que foram verdadeiramente eleitos; simultaneamente,  o modo de escolha adoptado pelos políticos só lhes convém a eles e ao aumento da corrupção. Restarão dúvidas de que este último facto seja a única causa da existência do sistema e o que impeça a sua correcção? Os governos portugueses não são compostos de acordo com a vontade expressada pelos eleitores. É uma verdadeira fantochada em que um bando de vigaristas se empenha em vigarizar um bando de lorpas ignorantes domesticados que. para o bem dos políticos e não da nação, não sabem o que querem nem se dão conta das burles e vigarices que políticos corruptos lhes armam. E chamam a isto democracia. Oligarquia é o nome. A não ser que se aceite como normal chamar-se cão a um gato.

Ora não é assim que se passa nas democracias aqui citadas como exemplos, onde os governos são compostos de acordo com as votações, ou seja, de acordo com a vontade dos eleitores.

Neste ambiente doentio, quem acaba por sofrer é o país e o povo, devido ao desinteresse dos políticos causado pela polarização. No fim e por serem profundamente incivilizados e com instintos animalescos, o pouco que lhes pode interessar é apanharem todos os tachos possíveis (postos da administração que deveriam estar a concurso público), empoleirar todos os amigos por cunha e manterem-se no poder o mais longamente possível. Afinal, esta ganância do poder, aparenta causar o contrário, ou seja, embora os governos sejam os de mais curta duração na Europa, os dois principais partidos vão-se revezando, por vezes com um outro partido mais pequeno a servir de muleta, mas dão sempre os dois maiores a ocuparem o poder a tempo inteiro, nunca havendo qualquer renovação. São oligarquias parasitas que vivem à custa dos cidadãos a quem enganam constantemente e em tudo para lhes arrancar votos.

Com o receio de não obterem votos suficientes para uma reeleição, há décadas que não concebem qualquer plano a longo prazo que garanta o progresso, como reestruturação da administração, do ensino, da justiça, da saúde, da segurança social, para não citar senão os mais conhecidos, que estão todos pelas águas da amargura. Em seu lugar aplicam mezinhas de resultado insuficiente, mas rápido, com a ajuda dos “scoops” jornalísticos para atrasados mentais, para sacarem os votos necessários a uma eleição ou reeleição. Esta desonestidade política, aliada à má administração dos fundos europeus e à desmesurada corrupção e ganância dos políticos formam um bloco anti-desenvolvimento único na Europa.

Se analisarmos as formações políticas e os governos dos outros países europeus, chegamos à manifesta conclusão de que os que têm um sistema com algumas semelhanças ao nosso (embora nenhum sistema seja tão baixo e pernicioso) são também aqueles que mais atrasados estão em todos os campos e onde o desenvolvimento se tem verificado mais difícil.

Os partidos desesperam-se em magicar os processos mais eficientes para enganarem a população e arrancarem-lhes os votos. Todos os métodos são bons, incluindo os menos escrupulosos.

Temos visto o CDS/PP (o partido do “ponto de encontro”), após ter adoptado um nome enganador, um partido da direita que simula defender os pobres a fim de lhes aumentar a desvantagem em relação aos ricos. Para isso viram-se as falsas campanhas populistas com visitas a praças e feiras. O que demonstra que o povo português é realmente tão ignorante ao ponto do partido estar certo de que cairia no seu logro e obteria mais votos. E obteve mesmo, o que confirmou a triste verdade. Após várias traições a esses votos assim arrancados por burla, aconteceu aquilo que era inevitável: a votação no partido caiu pela escada abaixo, deixando o partido num estado de desorientação, sem discursos coerentes e o seu indigno chefe a bater a sola sem dizer adeus.

Vimos o PPD/PSD partido reconhecidamente do centro e até um certo ponto comparável ao PS, aliar-se cegamente a um partido da direita com outros ideais, unicamente por ganância e incapacidade de governar sem maioria. Que distância de anos-luz daquilo que é uma democracia. Após ter perdido as eleições o partido demonstra desorientação, com os chefes do clã a contradizerem-se constantemente, reprovando ao governo socialista a quase totalidade das medidas que este tem tomado e que eles próprios defendiam. Será um caso de estupidite aguda ou de demência?

O PS, contrariando os seus próprios princípios ideológicos, continua a agravar a situação dos mais pobres, num país onde 20% vivem com menos de €350 mensais, 25% dos habitantes vivem abaixo do nível de pobreza e 5% passam fome. As poucas medidas tomadas não são criteriosas e em pouco ou nada contribuem para uma sensível melhoria da situação. Incrivelmente, continua a não tomar medidas em vista de que Portugal deixe de ser o país europeu em que a diferença entre ricos e pobres seja de longe a maior. É inacreditável a existência da enorme disparidade de salários entre as diversas profissões. Inacreditável também que muitos altos salários estejam a um nível muito acima da média europeia correspondente, enquanto outros muito abaixo. É esta a democracia em Portugal que o PS, tanto como os outros não se tem esforçado por agravar. Já sabemos que não vivemos numa democracia, mas enquanto este problema não for devidamente corrigido nem nenhuma semelhança de longe.

Os restantes partidos da esquerda, por mais incrédulo e incompreensível que pareça, tomam posições da direita, apoiando a diferença de tratamento entre os mais ricos e os mais pobres. Mesmo que o nivelamento por baixo seja desaconselhado, portanto anti-social, por fazer regredir progressos alcançados, a igualdade de tratamento de todos os cidadãos é a base da democracia (o texto duma constituição e eleições livres não bastam nem de longe, há outras condições muito mais relevantes e essenciais). Estes partidos desaprovam medidas governamentais destinadas a reduzir diferenças sociais, como em reformas e saúde. Embora não se possa congratular o governo pelo caminho tomado para o efectuar, o certo é que os partidos da esquerda – sem a apresentação de qualquer justificação nem alternativa – não têm em consideração as diferenças existentes e persistem em mantê-las. O que, no mínimo, não é em favor daqueles que se dizem defender. Estes partidos, afinal, mais não fazem do que contrariarem também os seus princípios ideológicos, apenas no fito da caça ao voto. Desta feita decididamente pelo voto da direita!

As reformas escandalosas dos políticos, escondidas e mantidas sob sigilo e o modo discriminativo como são calculadas, os privilégios anti-democráticos e outras normas de país de terceiro mundo com regime de tipo ditatorial, não impede que os políticos deixem de apregoar “democracia”. Pelo menos enquanto uma verdadeira democracia não termine com este estado escandaloso de roubo descarado dos cidadãos, burla e falsidade. Em qualquer país democrático se conhecem os vencimentos dos políticos, nalguns até tudo o que possuem, como na Suécia. A democracia passou por cá logo a seguir à Abrilada, mas foi mal tratada pela corrupção política e sentiu-se escorraçada. Expulsaram-na e há muito que não mora aqui.

O comportamento errático dos partidos ao sabor da ganância e da corrupção, tal como eles se mostram e procedem, não pode deixar de semear a confusão na mente dos cidadãos. Muitos votam à toa, muitos por intuição, outros por engano (como alguns dos mais pobres a votarem em partidos da direita), outros ainda não sabem em quem votar, sobretudo quando não se são aqueles em que se vota que vão ocupar os lugares.

Afinal, para muitos, vote-se em quem se votar, os resultados verificados não diferem grande coisa, como também analisámos.

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Incerteza dos políticos ou desresponsabilização planeada?

Os governos e os Presidentes da República questionam frequentemente o Tribunal Constitucional sobre a constitucionalidade de assuntos legislativos. Não lhes fica mal fazerem-no nem tal facto poderá fazer objecto de qualquer crítica. Todavia, – ainda que os nossos abençoados jornalistas não no-lo digam – este género de pedido de intervenção, de opinião ou de decisão ao tribunal por parte duma entidade em exercício de poder, é raro na Europa, sobretudo nos países mais civilizados. Haverá assim tantas dúvidas que os partidos no governo, compostos por uma esmagadora maioria de jurisprudentes, por um lado, por outro lado um Presidente da República com tantos e tão válidos conselheiros, incluindo jurídicos, não tenham aptidão intelectual para reconhecerem a constitucionalidade do que estiver em causa? Afinal, ao que parece, trata-se apenas de ter conhecimentos simultâneos linguísticos e culturais que facultem o discernimento. Conhecimentos didácticos e intelectuais, digamos, para considerar se um tal texto segue ou não as linhas dos princípios sob os quais a Constituição foi redigida. Será que nos outros países, o serem mais civilizados e terem uma instrução superior lhes dá uma maior capacidade intelectual de critério que dispense os governos duma tão assídua consulta? Difícil de dizer. Provavelmente não será esta a causa e nenhum mal ou inconveniente existe no facto, é apenas uma constatação sobre um caso estranho em que não parecemos ser como os outros, mas alguma razão haverá. Em consequência, a única justificação que vem à ideia para tal assiduidade de consulta é a duma eventual possibilidade dos autores das consultas se quererem assegurar duma aceitação ou de quererem desresponsabilizar-se duma tomada de posição e dos inconvenientes que daí lhes poderiam advir em proveniência de facções contrárias. São muitas conjecturas, ficamos sempre de lado e sem saber. Pena é que os nossos jornalistas que tanto sabem não nos informem sobre casos pertinentes como este.

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Democracia, política e civismo

A corrupção, a ganância e incapacidade dos políticos em vontade de governar pelo país e não para se servir dele, trouxe-nos outro problema que bem dispensaríamos e que torna o sistema ainda menos democrático. É a questão da formação dos governos em relação ao apuramento de votos nas eleições.

Voltamos aqui ao caso já anteriormente citado das monarquias socialistas europeias, mas insuficientemente compreendidos em Portugal. É verdade que há mais de quatro décadas que se fala nos casos destes países, sem porém se conhecer exactamente o que lá se passa. Na realidade até nem é bem assim, parece até que presentemente, mesmo muito após a entrada de Portugal na União Europeia, se conhece ainda menos do que há trinta anos. Será que alguém se interessa em nos encobrir e fazer esquecer o que é uma verdadeira democracia? Certamente que alguma razão haverá para que isto possa ter acontecido. O certo é que os mais velhos se podem recordar e o podem confirmar. Por isso que o que aqui se relata é velho.

Em países verdadeiramente democráticos e não apenas aparentemente, os governos, os parlamentos e os municípios os são formados de forma idêntica, ou seja, o número de pessoas que os formam é proporcional ao número de votos angariados, incluindo os independentes. Os governos são compostos pelos indivíduos mais votados. Isto não acontece, contudo nalgumas democracias tradicionais e mesmo até antigas mas um tanto desactualizadas, como na Inglaterra. Não se pode afirmar que a Inglaterra não seja um país democrático, no entanto vários séculos decorreram deste a promulgação da Magna Carta, símbolo hoje um pouco ultrapassado para uma democracia do séc. XX como aqui se refere, muito menos para uma do séc. XXI. De qualquer modo, mesmo com uma democracia ligeiramente coxa, a Inglaterra tem conseguido manter o seu prestígio democrático, até demonstrado no vasto número de imigrantes de tantas nacionalidades. Segundo a National Geographic, há ainda alguns anos, só em Londres falavam-se mais de 50 línguas! Mais do que isso, os imigrantes são convenientemente tratados, encontram trabalho, conservam as suas tradições e adoram viver no país.

No exemplo aqui citado mas longe de ser o único, a meio da década de 1990, a Finlândia tinha um governo formado por militantes de 14 partidos e independentes. É um facto corrente esse país ter governos compostos por grande quantidade de partidos. Note-se bem que o facto da Finlândia ter governos continuamente assim compostos não a impediu de, conjuntamente com a Irlanda, serem os países da União Europeia que melhor souberam aproveitar os fundos de coesão dela provenientes, tendo os maiores e melhores desenvolvimentos e PIB/habitante da U.E. O que nós nos perguntamos é bem simples também. Seriam tais governos possíveis de formar em Portugal e de depois governar? Todos sabemos a resposta: o governo ficaria paralisado. Os políticos trogloditas portugueses seriam incapazes de se entenderem pelo bem da Nação, visto essa ideia não fazer parte do seu repertório de instintos animalescos. Quanto a isto, a Inglaterra mantém o seu regime por tradição, Portugal não o poderia fazer por incapacidade democrática e falta de civismo dos políticos. A falta de civismo dos políticos já faz de Portugal o país da EU de maior instabilidade política e onde os governos duram menos tempo. Se em Portugal não há civismo, porque haveriam os políticos portugueses de proceder como pessoas civilizadas? Porque haveriam eles de ter mais civismo do que os outros cidadãos que com eles cresceram, que se matam e que matam nas estradas por falta de civismo? Sobre isto os políticos preferem para não perder votos, enganando-nos e mentindo-nos, escondendo as verdadeiras razões da sua incapacidade, aderindo a um regime que lhes permita perpetrar as suas acções maléficas para o país e seguir os seus instintos selvagens. Será sempre e unicamente por excesso de álcool e de velocidade que tantas pessoas matam e se matam nas estradas, como nos dizem? Com a ajuda dos jornalistas, claro, que os apoiam e escondem das pessoas o que na realidade se passa. Às vezes por ignorância, quase sempre por má fé. Má fé devida a falta de profissionalismo, entre outras causas, como alguns dos seus próprios antigos confrades afirmam. O que também não nos espanta é que políticos, com a intenção de nos ludibriarem, encubram a verdade. Em Portugal, tal composição governamental seria impensável do mesmo modo que é impensável crer que os políticos tenham uma mentalidade que inclua princípios políticos democráticos e civismo. Um governo verdadeiramente democrático do género do acima mencionado, na Finlândia ou noutro país, não seria possível em Portugal com estas facções oligárquico-políticas. Por isso, deitam-se cerca de 60% dos votos para o lixo para satisfazer a ganância e a falta e civismo. A mentalidade e os princípios dos nossos políticos e dos clãs oligárquicos que eles formam, bárbara e nojentamente incivilizados, selvaticamente corruptos, gananciosos e egoístas a mais não poder, não lhes permitem separar as suas ganâncias dos interesses da Nação. Na verdade, são inadequados para governar, muito menos em ambientes verdadeiramente democráticos.

Outra prova da bandalheira política, que não deve existir um cidadão que não conheça e que não saiba que é um verdadeiro sintoma de bandalheira, diz respeito à legislação. Não é apenas que muitas das leis sejam mal concebidas, sem geralmente resolverem os problemas que deveriam solucionar, nem que outras sejam irrazoável e injustificadamente radicais, ou ainda que em lugar de aliviarem a burocracia a carreguem. O estado está mergulhado em burocracia, a qual é amplamente reconhecida pelos dois males que gere: promove a corrupção e trava o desenvolvimento. Até agora nenhum governo tomou verdadeiras medidas para uma diminuição drástica da burocracia, o que denota que a corrupção lhes convém e que não se preocupam com desenvolvimento. Donde se deduz que estes políticos não merecem a confiança dos Portugueses, os quais deviam aprender a votar de modo a demonstrá-lo. Mas voltando ao que causa a bandalheira relativamente à legislação, é em grande parte a regulamentação das leis e a sua entrada em vigor, frequentemente tardia, quase sempre sem que a regulamentação a acompanhe. Testemunha isto da bandalheira na organização do trabalho, na consciência em fazer um trabalho completo, bem feito e correcto. Será que quem assim trabalha não espera que os cidadãos que lhes pagam esse trabalho abandalhado sigam o seu exemplo? Que pode dizer-se de políticos que assim demonstram interessar-se pelo futuro dos seus concidadãos? Todavia, o trabalho de legislação deveria fazer parte do que noutras condições se classificaria entre as mais nobres funções ao serviço da Nação e para o seu bem. Mas é isto o que acontece? É de acordo com estes princípios que os políticos se comportam? Eles afirmam a pés juntos que sim, só que mostram exactamente o contrário. Embuste! Embuste de parasitas, nestas circunstâncias.

Em breve conclusão, estamos na cauda da UE e todos os esforços têm sido e continuam a ser engendrados para nos podermos manter nesta posição ainda por muitos anos. Com 15 estados estávamos no último, com 25 passámos para o 17º. O Chipre e Malta ficaram logo à frente. Seguindo o caminho que até agora os nossos “bons” políticos têm tomado, sem qualquer dúvida que em poucos anos a maioria dos restantes nos ultrapassará. O que, aliás está já oficialmente previsto pelo Eurostat e nos assegurará o nosso lugar, o último. Para o confirmar, o Eurostat continua a publicar estatísticas que nos vão regularmente confirmando o progresso na nossa descida na Europa.

De certo que não foram estes os princípios da Abrilada. No entanto, não foi esta a democracia que dela herdámos? Ou alguém no-la roubou? Se afirmativo, quem? Há hoje quem diga que os princípios eram apenas sonhos. Se assim é, não seria então preferível vivermos esses sonhos, tal e qual os vivem os cidadãos dos países democráticos, que não precisaram de nenhuma Abrilada, mas que não foram carneiros e souberam exigir de políticos mais ou menos íntegros aquilo que necessitavam e queriam?

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4. A EVOLUÇÃO DO PROGRESSO


O progresso invertido

É


raro o mês em que não sejam apresentadas notícias de organismos – tais como o Eurostat ou outros similares – que nos dão a conhecer os degraus que Portugal vai descendo na sua heróica conquista do estado mais miserável da União Europeia. Os países que vão aderindo, não nos vão ultrapassando alegremente com a maior naturalidade?

Embora o caminho pela rampa abaixo não seja novo, há ainda alguns anos que de vez em quando se ouvia uma notícia no sentido contrário. Apesar desse facto não ter significado real por geralmente dizer respeito a pequenos assuntos sem importância fundamental, mesmo essas pequenas fagulhas se apagaram, verificando-se que cada vez vamos pior. Não se tratava mais do que falsa propaganda de políticos corruptos apoiados por jornaleiros coniventes.

A descida, porém, não é consequência de acontecimentos ou de má política recentes, pois que tais efeitos só podem começar a sentir-se anos depois dos acontecimentos que os provocaram. Muitos anos, por vezes. Este facto não exclui os verdadeiros esforços coroados de êxito, metodicamente aplicados por governantes indignos, para assegurarem o afundamento contínuo da economia e da democracia. Donde se conclui que a origem do presente estado da Nação já vem de longe, de há cerca de 15 a 25 anos.

Confirma-se e conclui-se ainda que além desses problemas terem uma origem relativamente longínqua, não se fez, entretanto, nada para evitar ou pelo menos atenuar as consequências. Agradeçamos pois aos nossos queridos políticos, não só pela desgraça para que nos atiraram sem escrúpulos, como ainda o terem permitido o seu contínuo agravamento sem nada fazerem senão mezinhas de atirar areia aos olhos dos eleitores e assim lhes sacarem os votos, pois que são esses políticos quem nos desgoverna, para o que são pagos com o dinheiro dos nossos impostos – o nosso dinheiro. Estamos a pagar (a ser roubados) a quem nos ataca e atraiçoa, parasitas que nos sugam mais do que os malditos castelhanos, por eles ajudados. Todos os tipos de traições.

Todos os governos têm desprezado medidas que fomentem o progresso, concebidas conjuntamente e de modo inteligente, ordenado e global. Durante décadas não houve um único plano a longo termo para qualquer tipo de progresso. Devido a estes programas só produzirem resultados visíveis muito depois das próximas eleições, estas medidas têm sido sistematicamente proteladas e substituídas por mezinhas de resultados pobres e insuficientes, mas que se notam antes das próximas eleições, com que os jornalistas fabricam scoops para agradarem aos políticos e em que pegam e atiram como areia aos olhos da população para a enganar. São estas as circunstâncias principais que têm enfiado o país no buraco em que os políticos o colocaram com a ajuda dos jornalistas.

Pior ainda, têm também engendrado a pobreza geral e escavado a divisão entre ricos e pobres cada vez mais profundamente. Ricos cada vez nais ricos, pobres cada vez mais pobres. Afinal, quase tudo (e todos) sem excepção tem sido afectado por uma desorganização completa, fruto do desinteresse dos políticos por aquilo que quer que seja não lhes sirva os seus sentimentos gananciosos e parasitas.

Cada partido no governo, por discursos muito semelhantes, quais fotocópias, tenta ludibriar a população com historietas ridículas, verdadeiras canções de embalar, ou melhor, de intoxicar. Basicamente, o conto do vigário é sempre o mesmo: a culpa do estado actual é do governo precedente – querendo fazer-nos esquecer de que eles próprios já foram governo precedente – mas agora vão tomar todas as medidas necessárias para endireitar a situação; com eles, Portugal vai realmente recuperar o atraso que eles mesmos (anteriormente, mas não o confessam) provocaram. Perto do fim do mandato começam a aventar-nos com as mezinhas podres que fizeram, grandes scoops jornaleiros, mas desta feita de sua autoria, o que não inibe a outra vara de porcos jornaleiros de os apoiar.

Será possível que digam verdade? Será realmente possível que um governo, em poucos anos consiga refazer o que levou décadas a destruir? Ou não será mais uma impostura duma consagrada e vulgar quadrilha oligárquica tentando desesperadamente agarrar-se ao poder, conservar por mais uns anos as regalias e abusos a que não tem direito algum, a parasitar e a gozar com a carneirada estúpida, sugando-lhes o sangue?

Tem sido amplamente provado em todo o mundo que tal recuperação relâmpago é uma “possibilidade impossível”. Vamos, então, continuar a admitir que uma corja de sabujos gananciosos – que tem provado que a sua única intenção é enganar-nos, vigarizar-nos, matar-nos com um sistema de saúde assassino, que construiu estradas assassinas onde nos matamos (a culpa é mais das estradas do que da falta de civismo, eles é que dizem que não, claro), que nos rouba as reformas para distribuir por eles próprios, que nos faz viver na miséria, que nos faz regredir cada ano mais, que não reforma uma justiça arcaica e inoperativa que é uma palhaçada ridícula que para nada serve – continue a comer a nossa carne, a sangrar-nos, a viver e a gozar à nossa custa? Vamos julgá-los pelos discursos de impostura e marketing sujo e nojento, ou pelos resultados concretos dos seus logros imundos? Vamos continuar a ser os tradicionais carneiros estúpidos e obedientes?

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País do 3º Mundo

Sinais característicos. Nesta sequência chegámos ao nível dum país do terceiro mundo, para não dizer do 4º mundo, atendendo a avanços significativos verificados nos primeiros e que Portugal não chega a satisfazer. Não nos iludamos com o assobiar de serpente dos políticos, sobretudo sabendo que apenas querem os nossos votos, porque os sintomas do terceiro mundo são mais do que isso. São em quantidade suficiente, a maioria até de carácter permanente. As provas dos atrasos são avassaladoras e vêm mencionadas sob o título “Bases da Democracia”, mas outras existem. Por muito que os políticos o neguem e nos mintam, a verdade é essa, verificada em todos os países, duma maneira nos do terceiro mundo, no sentido contrário nos mais avançados.

Como noutros países do terceiro mundo, à prevenção na saúde, não é atribuída nenhuma importância , nem a maioria dos medicamentos para esse efeito são participados. Faz-se muito alarido jornalístico sobre a prevenção, mas não passa disso. Quando se fazem rastreios, por exemplo, são apenas para atirar areia aos olhos dos eleitores – como tudo o resto, aliás – pois que na maioria das vezes não duram mais do que dois ou três dias, mesmo nos maiores centros populacionais, como em Lisboa e são apenas ocasionais, "para inglês ver". Temos todas as doenças características dos países do 3º mundo, excepto aquelas que só se desenvolvem em climas que não correspondam ao nosso. A tuberculose e o elevadíssimo número de contagiados de SIDA são dois exemplos flagrantes do terceiro mundo que nos fazem ocupar um lugar privilegiado, não só na Europa, mas mesmo no mundo. O comportamento da população face à SIDA: ignorância, irresponsabilidade, crenças incrédulas e modos de agir. A falta de assistência a idosos e o completo desinteresse pelo seu tratamento, tampouco existindo nem sendo ensinada no país a especialidade médica relativa -- a de geriatria -- é mais uma característica do terceiro mundo. O governo de José Sócrates quis aparentar interesse neste sentido. Embora o milagre de tudo mudar da noite para o dia não seja possível, logo em seguida mostrou-nos que o seu pretenso interesse não passava de mais uma alegação de cinismo e impostura. Se a verdadeira reestruturação da administração do Estado não for concretizada competentemente (incluindo o fim duma burocracia atrasada e estúpida) e se a especialidade médica de geriatria não passar a existir como nos outros países e a falta desses médicos continuar a verificar-se, estaremos frente a outra vigarice política, visto ser este o primeiro requisito sobre o assunto. A carência geral em tudo o que diz respeito à saúde é outra característica intrínseca aos países to terceiro mundo. A incompetência, o desleixe e a corrupção gerais, mas sobretudo da parte dos governos, enquanto que estúpida e corruptamente nos dizem "estou tranquilo" ou "estamos a trabalhar" ou outras frases cínicas e falsas do mesmo tipo, são outras causas principais entre as tantas que fazem de Portugal um país do terceiro mundo. Os esforços dos políticos gananciosos em nos enganarem tentando convencer-nos de que estão a trabalhar no sentido do interesse geral e para o bem da Nação, quando de facto o fazem apenas no seu próprio interesse, é indubitavelmente outra fonte do atraso do País. O uso destas frases e de outras semelhantes é a própria expressão da vigarice, da burla e da malícia da parte dos políticos irresponsáveis que as pronunciam face aos resultados apresentados. Este facto salta aos olhos e é inegável. Estas fontes são praticamente inumeráveis, pelo que ficam aqui por citar, o que, evidentemente, não implica a sua inexistência.

Faltas de água frequentes devidas a rupturas nas canalizações de distribuição é outra das principais característica. Locais onde as câmaras mantêm água a correr constantemente sem nenhuma objectividade nem utilidade. As perdas de água nos serviços de distribuição; como exemplo conhecido, cerca de 35% da água que circula no subsolo de Lisboa provém de perdas da EPAL, perdas muito semelhantes às da cidade do México, com 40%; nalgumas áreas do Algarve, as perdas chegam aos 45%. No entanto há impostores parvalhões que nos dizem que não deixemos as torneiras a pingar! Para a pouparmos! Que comecem por dar o exemplo. Não? A EPAL começou a substituir mais de 400 Km de condutas em 2005 e em 2006 já ia em cerca de metade. Sabendo que Lisboa tem muito mais de 1400 Km de canalização de água, dos quais apenas cerca de 200 são posteriores à década de 1950, esta “grande” operação em curso é tão pequenina que se torna ridícula. Inúmeras falhas no abastecimento de corrente eléctrica. A quinta parte da população não tem esgotos nem tratamento de águas. Estas três últimas, água, electricidade e esgotos são verdadeiras características de países profundamente atrasados e que só neles ocorrem. Uma das primeiras medidas tomadas nos países em pleno desenvolvimento (não subdesenvolvidos) é a substituição das canalizações, o que lhes faz poupar entre 15% a 60% no consumoe de água e nas despesas muito superiores de reparações contínuas a conta-gotas, consoante as condições das infra-estruturas se encontrem.

Mais despercebido, mas não menos grave por operar uma cisão no direitos constitucionais de igualdade dos cidadãos, disfarçado sob todos os aspectos a fim de impedir o reconhecimento da triste realidade, é a permissão de abertura do comércio aos domingos e feriados. Este facto, mascarado de inócuo é considerado por todos os países europeus como anti-democrático, e todos eles menos Portugal reconhecem que tal permissão dá aos ricos (proprietários das grandes superfícies comerciais com abertura permanente), indiscutível vantagem de tratamento sobre os mais pobres (que têm os seus pequenos comércios) e os empregados de ambos em relação à restante população nacional. Os proprietários e administradores dos comércios de abertura permanente podem, assim, gozar os seus domingos e feriados, enquanto que aos mais pequenos tal só lhes é possível mediante o castigo da pena de ganho. A desigualdade de tratamento é deste modo assegurada e garantida por uma legislação que contorna e contraria a constituição, criando uma subclasse destinada a ser espezinhada em nome do bem-estar de outros. Esta legislação, por si só, coloca Portugal fora do contexto democrático europeu. Faz dele um país não do terceiro mundo, mas do quarto, em consequência duma legislação reconhecida e propositadamente anti-constitucional, anti-democrática e contrária ao uso na UE. Por aquilo a que alguns chamam "as pequenas coisas" se nota o que se passa com as grandes. Aliás, como tudo no país, pela parte dos políticos. Na mente de políticos corruptos, desde que se possa ludibriar o povo e ele continue enganado e convencido de que não o enganam, tudo vai sempre bem, visto que nada impede que os carneiros continuem a votar neles.

Outros denunciativos. As enormes despesas com um serviço de saúde extremamente ineficaz, assim como a quase completa ausência de aplicação de medicina de prevenção e exclusão de participação do Estado nos medicamentos existentes exclusivamente para esse fim são factos que também nos distinguem dos outros países (Saúde). O dobro de acidentes com crianças e idosos relativamente à média da UE e mesma proporção nos acidentes rodoviários dentro das populações são dois recordes absolutos. O trabalho infantil, a pobreza geral e a crescente disparidade entre ricos e pobres e que não pára de se acentuar, hábitos incivilizados, e tanto mais. Uma justiça aplicada com parcialidade e com critérios e preceitos inadequados e duvidosos, fazendo distinção entre políticos e ricos de um lado, cidadãos comuns e pobres do outro. O quase vedado acesso ao apoio judiciário, altamente agravado pelo governo de Durão Barroso e por um seu ministro que mentiu mais e mais mal causou ao povo do que qualquer outro seu predecessor, que por demais, afirmando-se cristão não poderá deixar de ir para o inferno. O incrível facto de que a fantochada da justiça portuguesa se arrogue o direito de enjaular pessoas por longo tempo sem formalização de acusação e mantê-las assim enjauladas por tempo praticamente indeterminado, sem formalização de acusação, caso apenas comparável ao que se passa em ditaduras. Nos outros países da UE, ainda que não exista homogeneidade, os prazos contam-se em dias. Donde a justiça portuguesa funciona com a arrogância duma ditadura e os direitos humanos são espezinhados.

Povo selvagem. O modo como se pensa e se tratam os outros animais. A selvajaria demonstrada a este propósito e a falta de legislação relativa ("se os animais não votam, porque perder tempo com eles?" – mentalidade típica dos políticos portugueses), estão bem patentes e exemplificadas pelas muitas e contínuas ocorrências, inclassificáveis até num ambiente da mais pura selvajaria e barbárie. Casos como alguns amplamente divulgados são verdadeiros atestados do atraso na mentalidade. Casos conhecidos, como pendurar cães e espancá-los à morte, abuso sexual dos cães, são casos muito mais baixos de sentimentos e significativos do que as simples lutas de animais. Pode um povo com tal mentalidade para perpetrar tais crimes bárbaros ser considerado como civilizado? Pode um Estado que o consente ser considerado democrático? Podem os políticos que nada fazem no interesse dos habitantes (tanto pessoas como animais ou a própria natureza) e que em nada contribuem para a melhoria da mentalidade e do civismo ser considerados como pessoas idóneas, íntegras, dignas? Eles exigem que assim os considerem, mas as suas acções reles negam-no e condenam-nos, pois que pelo fruto se conhece a árvore. Se os seus frutos são poderes, eles só podem ser incapazes, bandalhos, indignos, burlões, vigaristas gananciosos e maldosos.

Atraso mental e falta de civismo. Uma população com uma mentalidade assim patenteada, sem princípios humanos nem dignos, nunca poderá avançar em direcção à democracia, à qualidade de vida que pretende, mas busca no sentido errado, porque é a falta de conhecimentos que a impede de compreender o que verdadeiramente lhe interessa. Desta conjuntura, fomentada por eles próprios, os políticos têm sabido aproveitar-se, mantendo-a com o único propósito dela se aproveitarem em seu único proveito. A falta de civismo só pode ter uma origem: a incapacidade mental de compreender que na vida em comum, em sociedade, a que é impossível fugir nos tempos modernos,  para nosso próprio bem somos obrigados a tratar todos e tudo o que é a natureza com a mesma consideração que queremos nós próprios ser tratados. A falha na compreensão de tão simples realidade só pode ter origem numa ignorância obscura e profunda e ser causa de infelicidade. Ou não vivemos nós numa aldeia global? Estas são talvez provas difíceis de compreender por quem quer que tenha sido criado e vivido em países absolutamente selváticos em que o cinismo é tomado por educação, como em Portugal, mas a realidade é esta e mais nenhuma. A falta de compreensão desta simples realidade é a primeira causa da falta de democracia, do bem-estar de toda uma população. Políticos que obram no sentido de manter estas circunstâncias num status quo só o podem fazer por pura e profunda malvadez. Os seus actos o demonstram. A persistência da população em continuar a votar neste género de gente desprezível que os engana e os faz infelizes de todos os modos, é outra prova da crassa ignorância em que os interesses ilícitos dos políticos os têm mantido. Ultimamente, os políticos têm mantido a situação de ignorância que tem garantido este estado de status quo acima referido, mas na verdade este caso não se limita a este ponto.

Na realidade, foram os políticos, apoiados por jornalistas, quem criou o "buraco" de ignorância para onde lançaram a população. Os jornalistas (ou jornaleiros) nunca cumpriram as suas funções e deveres para com o país, denunciando-o, pelo que se conclui a existência duma conivência; mas foram os políticos quem o criou por puros interesses oligárquicos, dizendo à população que após a Abrilada todos passaram a ser livres, o que, como eles diziam, permitia a cada um poder fazer o que quisesse. Enganaram assim o povo, pois que este não é o princípio de nenhuma democracia, é sim, o princípio duma anarquia em que todos fazem o que querem mesmo quando isso significa que para seu bem são livres de fazer mal ao vizinho, seja como for, sem nenhuma consideração pelo próximo a quem prejudiquem. O princípio da democracia é exactamente o contrário: nunca fazer seja o que for que possa prejudicar o próximo. Com esta burla, maior do que todas as outras, os políticos guiaram a formação da mentalidade atrasada dos portugueses, conduzindo-a a um estado de selvática falta de civismo extrema em tudo comprovada, fomentaram os maus instintos, a imoralidade, o egoísmo, o pedantismo e o orgulho que os cegam e não lhes permitem ver a profundidade do buraco em que os meteram. Mas assim, fazendo um povo orgulhoso da sua estupidez e ignorância, garantiram os votos de que até agora têm usufruído por burla e, evidentemente, à custa da desgraça, da infelicidade e do atraso de toda uma população. Para seu único proveito colocaram Portugal na cauda dos países do terceiro mundo. Actos de malvadez e traição.

A própria mentalidade e gostos gerais são os maiores acusadores dum super atraso mental inigualável por toda a Europa. (Raros o conhecem por tudo lhes ser escondido por politiqueiros ordinários e jornaleiros indignos.) Disso são comprovativo os passeios familiares de fim de semana pelas grandes superfícies comerciais e os "tops" da televisão. É impossível deixar de notar a preferência doentia por tudo quanto é lixo. É igualmente impossível de comparar esses "tops" aos que se constatam em países europeus, tanto nos mais desenvolvidos como nos mais atrasados, sem se dar facilmente conta que a população portuguesa ganha a palma a todos sobre a matéria, e de longe. Atraso profundo, hoje tão bem enraizado graças às técnicas efectivas usadas por políticos e jornalistas. Fácil presa política e jornalística. Fizeram de Portugal não só o país mais pobre, mas ainda o mais atrasado, tanto materialmente como intelectualmente, fisicamente, psicologicamente, mentalmente, de todos os modos que se imagine, basta citar o assunto e compará-lo com o que se passa nos outros países para o concluir.

Outras evidências abundam comprovando a mentalidade atrasada, baixeza de sentimentos, educação de nível  muito inferior ao que se verifica noutros países do terceiro mundo. Para o demonstrar basta notar-se que a maioria que segue estes procedimentos acha que não e disso está absolutamente convencida. Quando muito há alguns que mesmo com este procedimento reconhecem a falta de civismo geral, nunca  admitindo, todavia, que eles próprios façam parte do grupo. é geral, como bem provado prelos assassinos da estrada: eles podem cometer qualquer erro ou brutalidade ou mesmo matar, que segundo eles não o são, são sempre os outros. Estas características verificam-se a todos os níveis da população e ainda tanto no ramo privado como no comercial, este em tudo o que se relacione com relações humanas.

Todos estes casos se encontram entre os mais gritantes dos países atrasados. Infelizmente estão bem longe de serem todos os que fazem de Portugal um país atrasado e dos mais atrasados da Europa. Está previsto que a continuar-se neste caminho, dentro de poucos anos será o mais atrasado de toda a Europa. Donde, não só estamos num país do terceiro mundo como num em que muitas regras típicas de ditaduras e apenas nelas verificadas se perpetram com o maior à-vontade dos factos comuns, normais e naturais. Mantêm-se, assim, prisões superlotadas, o que desencadeia outro problema humano (ou desumano). Não sejamos inocentes ao ponto de estupidez crassa: tais acontecimentos não podem ter lugar sem conhecimento dos políticos em que somos colossalmente estúpidos em votar. Aí sim, somos estúpidos.

Mais demonstrações se encontram, por exemplo, na completa desorganização dos serviços do Estado, sem dúvida por estes serem sempre chefiados por incompetentes e interesseiros incapazes que ocupam esses lugares – que deveriam ser postos a concurso de gente competente – apenas por fazerem parte dos partidos políticos governamentais. Pura corrupção ao mais alto nível. Os prazos de resposta ou de qualquer outra reacção a notificações de qualquer proveniência, incluindo dos tribunais, ou para qualquer actuação, são uma autêntica barafunda burocrática que apenas os portugueses, pelo seu hábito podem julgar normais. Em países avançados todos os prazos são iguais, geralmente de 30 dias, salvo raríssimas excepções justificadas. Todavia, para a mentalidade dos dirigentes portugueses que só seguem os maus exemplos vindos de fora, pondo de lado os meritórios com o falso pretexto de que “em Portugal isso não pode ser assim”, abona mais do perfeitamente o profundo atraso de país, que começa na mentalidade incapaz e retrógrada dos governantes.

A enorme publicidade na televisão, tanto a dirigida a crianças como sobre bebidas alcoólicas (esta tem um horário que todos sabem para nada servirem por pais inconscientes e incapazes permitirem que os seus filhos fiquem acordados a desoras). Além disso, não se compreende para que servirá esse horário quando as ruas e os transportes públicos estão cheios do mesmo género de anúncios. Só se os governos que tal permitem julguem que os pais vão levar as crianças à escola com um saco enfiado na cabeça para não verem a publicidade que por eles é proibida na televisão até certas horas. Que risota! Que fantochada! Que falsidade! É um caso ainda estúpido ao ponto de significar que os políticos que pariram tal legislação sobre a publicidade de bebidas alcoólicas deveriam estar bêbados e a fazer chacota de eles mesmos. Pior, porque passada a ressaca não emendaram a bestialidade. Ainda por demais, ouvimos jornalistas nos noticiários falarem do assunto com fingido espanto que, como dizem, um grande número de crianças de 13 anos bebem frequentemente demasiado; que aos 14 já são mais de 60% os que assim procedem; que aos 17 essa percentagem passa para 90%! Estupidez ou hipocrisia? Paralelamente, o ensinamento das crianças a defenderem-se da publicidade é completamente inexistente nas escolas portuguesas. Incrível ainda que a desinformação seja de tal ordem ao ponto de que a quase totalidade dos cidadãos nem disso se dê conta, tornando as gerações portuguesas nas presas inocentes mais fáceis da Europa dos malefícios da publicidade falsa e enganadora. Em consequência, o tempo de publicidade na televisão e a quantidade geral de publicidade no país põem-no à cabeça da Europa. Simples como em tudo, quanto pior for mais alta é a classificação dos portugueses, quanto melhor for mais baixa ela é. Ou não fosse outra característica de país do terceiro mundo.

As forças policiais são actualmente um dos grandes focos de selvajaria no país. De facto, desde tempos imemoriais que têm sido o alvo das críticas de todas as organizações mundiais não governamentais que defendem os direitos humanos. Os inopinados e repetidos tiroteios "far west fashion" mostram o desequilíbrio mental dos pobres ignorantes transformados em assassinos por falta de preparação, de acordo com o que os políticos têm querido. AS direcções têm sempre sido corruptamente nomeadas por decisões baseadas em motivos políticos e não por competência (como em tudo). Os procedimentos da PSP e da GNR são considerados como desadequados, desumanos, selvagens, etc. A morte de pessoas em esquadras e afins, a tortura infligida, o assassínio de cidadãos em perseguições e outros casos do género sem que a vida do agente corra perigo e outros comportamentos criminosos por parte dos agentes que compõem esses corpos policiais, com a evidente bênção dos políticos governantes, pois que tem permitido a manutenção da situação. Deste modo têm estes contribuído para que as forças policiais se tenham convertido num bando de assassinos com licença para matar. O pessoal que compõe essas forças é apontado como selvagem, com formação desajustada e desapropriada ou sem nenhuma. De facto, muito se massacram os pobres selvagens que compões estas forças com regulamentos e imposições que só servem para implantar o sofrimento e a revolta entre eles, mas que os deixa completamente em branco quanto aos diferentes modos de actuar em diferentes situações, transformando esses agentes em brutas bestas inúteis. Culpá-los directamente seria outro crime. Afinal, os verdadeiros culpados são sempre os mesmos: os políticos que permitem a existência desta situação por não tomarem as medidas que se impõem à sua correcção (ou será que são eleitos apenas para terem privilégios e vantagens de parasitas sem nada fazerem de útil para o país? Pois, isso não dá grandes votos... Dá é pôr mais polícias incapazes na rua, que dá mais na vista.). Assim, a situação só se tem agravado  e agravar cada vez mais pela falta de formação dos corpos policiais que os políticos têm eficientemente transformado em puras bestas. Mas não só, os jornalistas também arcam com a parte da culpa correspondente ao encobrimento da situação.

Todos estes exemplos, não exaustivos, fazem parte dum conjunto que garante a Portugal o seu irrefutável lugar entre os países do terceiro mundo.

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A bandalheira geral

No meio de tudo isto encontramos a mais pesada burocracia da União Europeia e a maior bandalheira na organização e no funcionamento de tudo que é do Estado e da administração pública, inigualável mesmo nos países do 4º mundo.

A burocracia foi herdada do tempo do Estado Novo, mas esse facto não justifica a sua continuidade. Então os políticos não param de nos querer convencer que são melhores do que os seus pais, tios e avós que lá estavam? Pois, salvo algumas excepções, as famílias limitaram-se a voltar a casaca e os políticos de então (ou os filhos, criados na mesma mentalidade do tacho) adaptaram-se facilmente para continuarem no tacho, só que dantes era preciso trabalhar e agora é muito melhor, basta convencer o Zé Povinho de que vive em democracia -- só para não reclamar muito e ir votando -- atira-se areia aos olhos dele, vão-se fazendo umas mezinhas e diz-se à pouca cheia que se fizeram os trabalhos de Hércules, que se vive em democracia. Com a ajuda da publicidade na TV tudo passa e todos os tolos ficam convencidos. Ora, dá muito trabalho a organizar, não dá votos e os mais de 2000 parasitas políticos de que fazem parte os directores e chefes, não têm capacidade profissional, interesse, nem outra capacidade mental que os estimule e lhes permita organizar. Para quê esforçar-se no trabalho se, de qualquer maneira, enquanto o partido do governo não mudar o tacho está assegurado e depois já se sabe que dão o ala para deixarem de fazer cera e darem os seus lugares para os parasitas da seita que os substituir. Se assim não é, porque será, então? Entretanto vão-se desculpando, acusando os funcionários que entraram por concurso, por que eles terem adoptado o comportamento exemplar dos chefes.

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A anestesia e o orgulho

Se não quisermos permanecer enterrados na estrumeira do lixo não apenas da Europa, mas de todo o mundo, se quisermos progredir e pelo menos igualar os outros países europeus, uma condição básica e primária se impõe. Temos que fechar os ouvidos às serpentes políticas e analisar como vivemos e nos comportamos, que fazer uma autocrítica imparcial e conclusiva que nos esclareça sobre a razão dos nossos problemas: o que os originou, como procedemos e temos lidado com eles, o que fizeram os países mais avançados para se colocarem nos lugares que ocupam enquanto nós fomos ficando cada ano mais para trás, temos que copiar o que está bem nesses países e não noutros como em França, que fala como Barrabás, nem como em Espanha, país ainda atrasado. Enfim, temos que fazer das tripas coração, esquecer completamente a canção de embalar de políticos corruptos, os quais, com a única intenção de obter votos para serem reeleitos, por um lado nada fizeram para o progresso do País que não produzisse resultados imediatos para esse fim e que, por outro lado, passaram o tempo a enganar-nos, criando em nós um orgulho desmesurado, irracional, doentio e infundado que nos cegou, não nos permitindo conhecer os nossos erros nem aspirar ao progresso (visto já sermos tão bons em tudo, como eles têm pretendido ensinar-nos, sendo a verdade o contrário), mas nos fez votar neles, como a sua malignidade previu. Se já éramos tão bons, para que exigir mais e melhor dos políticos governantes? Se nós éramos tão bons eles também o eram. Analogia fatal ensinada em marketing e datando do nascimento desse conjunto de técnicas de venda, neste caso com intenções criminosas, visto os resultados que se podiam prever as consequência que eles não podiam ignorar. Queriam que pensássemos que o melhor era continuar a votar sempre neles. Os carneiros obedeceram.

Pois teremos que fazer uma auto-análise e aceitarmos aquilo que somos sem preconceitos nem vergonha, mas com a firme intenção de corrigirmos tudo o que está mal, para nosso bem e progresso. É o objectivo deste texto. Qualquer um tem o direito de discordar, mas fá-lo-á contra Portugal e o seu povo, de certo no interesse de defender a sua facção oligárquica. Devemos procurar razões reais pelas quais sentir orgulho são e justo e não balelas podres completamente falsas. Se não encontrarmos essas razões no presente, então devemos procurá-las nesse passado que políticos corruptos e jornalistas “esquecidos” se têm esforçado por que as esqueçamos em favor das suas falsas patranhas. Como não se pode viver só do passado, as razões de orgulho são do passado certamente não nos bastam por si sós, pelo que teremos de criar razões actuais de orgulho são e isto só se poderá alcançar com esforço no sentido de democracia e verdadeiro civismo, sendo ambos o que mais falta hoje em Portugal. A má interpretação da Abrilada fez de nós o povo mais mentalmente atrasado e selvagem da Europa. Os políticos e jornalistas roubaram-nos o 25 de Abril. Jamais tenhamos dúvidas: enquanto não o reconhecermos não passaremos da cepa torta, diga-se o que se disser. Os exemplos dos países avançados, democráticos e civilizados estão patentes para o constatarmos. Também têm orgulho, mas em serem civilizados, por exemplo, nas conquistas sobre o progresso, nos sistemas de saúde e sociais que souberam criar e desenvolver, numa verdadeira justiça social estudada com inteligência, na melhoria que este conjunto de conquistas e outros factos trouxeram aos seus povos e ainda nos seus ascendentes, no modo de vida dos seus lendários progenitores etc., etc., Que diferença do género de coisas que políticos e jornalistas, podres e corruptos, nos impingiram como objectos de orgulho, tirando-nos os poucos verdadeiros que tínhamos, como o 1º de Dezembro, para citar só um exemplo. mas resta-nos o orgulho de sermos aquilo em que estes políticos e jornalistas nos transformaram: o povo mais rasca de toda a Europa. Agradeçamos reconhecidos, aplaudamos e continuemos a votar nuns e a acarinhar os outros.

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Até esburgar o osso

Vistas as circunstâncias, não tenhamos ilusões todavia, sobre a ajuda que nos será proporcionada, tanto pelos políticos como pelos jornalistas. Se até agora têm feito o contrário, como poderemos esperar que repentinamente virem de rumo e nos ajudem? Só nos resta aprendermos o nosso passado por nós mesmos e com a ajuda dos professores, cuja formação lhes proporciona o conhecimento histórico. Quanto ao conhecimento do presente e de como funcionam as democracias europeias é ainda mais difícil. Para conhecer o presente, a leitura de jornais estrangeiros pode ajudar-nos, mas quem os procurará para os ler? Que canais de televisão nos dão notícias objectivas sobre o que se passa nos outros países, que não sejam canais especialmente concebidos para promover esses países, do género da RTPI e da BBC Internacional? O cabo só tem canais desses ou de passatempo. Informação internacional objectiva é coisa que quase não existe em Portugal. Em conclusão, parece que estamos condenados à ignorância duma maneira especialmente criada para nós a fim de nos manter nas mãos sujas de políticos imundos e gananciosos que nos chuparão até à derradeira gota de sangue, tal como qualquer sanguessuga parasita. Condenados a continuar anestesiados e ignorantes sem esperança de melhorar a nossa situação a não ser que os políticos nisso condescendam. Alguém espera que o cão largue o osso, antes de o ter bem esburgado?

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5. A ABRILADA

O princípio

A


 abrilada podia realmente ter produzido resultados necessários ao progresso do País e ao bem-estar dos cidadãos em geral, como se pensou na altura, o que se podia ter concretizado, não fossem políticos gananciosos, encobertos por jornalistas coniventes, que em lugar de servirem o Estado e a Nação (a população nacional) aproveitaram os trunfos para eles sós e têm-se servido do povo unicamente para atingirem os seus interesses pessoais e egoístas. Como prova basta que nos lembremos daquilo que todos os mais velhos conheceram por experiência. Em virtude do muito maior grau de civismo que existia, havia muito mais liberdade no tempo do Estado Novo do que há actualmente. É esta a realidade inegável, nua e crua. A liberdade era completa excepto politicamente. Certo, os políticos e jornalistas não tinham liberdade de se insurgirem contra o “Ordem Estabelecida”, mas era a única que não existia. À parte estes dois casos, toda a restante população tinha maior liberdade então do que tem presentemente. E que fizeram eles da Liberdade que conquistaram, senão usá-la unicamente em seu proveito próprio e egoísta e contra toda a população? Hoje, são eles os únicos a apregoar que vivemos em democracia! Podridão! Destruíram tudo o que existia, tanto antes como o que foi criado logo no após Abrilada, tanto o mau como o bom, substituindo-o apenas por o que lhes era conveniente a eles mesmos e não à Nação, cúmulo do egoísmo, da falsidade e da perfídia. Não há desculpas para quem duvidar, basta ver a profunda desgraça em que enterraram o povo português. Neste contexto, como se classifica tal procedimento? Traição! Todos aqueles que, duma forma ou doutra, colaboraram para este estado, são traidores. Traidores que nos roubaram o 25 de Abril! Apoderaram-se dele a armaram-se em seus donos, como Manuel Alegre diria e até o dá bem a perceber pelas diferentes e repetidas referência que a esse respeito faz sempre que a ocasião se lhe proporciona. Mas esses corruptos gananciosos não são os seus donos, o dono é o povo enganado por eles. De vez em quando aparece um que diz que devemos ter esperança em dias melhor, como o fez o próprio Jorge Sampaio enquanto presidente da república num discurso, salvo erro quando demitiu o governo e dissolveu o parlamento. Esperança é uma palavra bonita mas com a qual não se vive: não dá saúde, nem instrução, nem justiça, nem comida, nem nos defende dos políticos, nem melhora a nossa vida de qualquer modo. Dá-nos esperança, um sonho, é tudo. De sonhos, que vivam aqueles que no-los querem impingir.

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Deturpação

A mentalidade dos indivíduos das gerações nascidas entre cerca de uma dúzia de anos antes e depois da Abrilada foi extremamente afectada pelos princípios e valores que tiveram a sua fonte na época, que ainda hoje prevalecem e que nos impedem de progredir e de sermos democráticos [exactamente – impede]. Se a Abrilada teve por detrás um impulso democrático, os princípios e as ideias do “26 de Abril”, como diz Manuel Alegre, não são democráticos. Manuel Alegre e alguns mais são nobres e honrados políticos. Ainda os há, só que são poucos e que, sendo poucos, pouco podem fazer face ao desproporcional número de seus correligionários incapazes, gananciosos, corruptos, traidores e muitos mesmo malvados. Manuel Alegre e outros da sua estirpe têm sido desonestamente preteridos e alguns deles até afastados pela ralé de corruptos e oportunistas dominante, gananciosos e incapazes, que em geral nada tem a ver com a Abrilada. Esta atitude tem mesmo sido seguida pela população ignorante, enganada por canalhas, como se verificou nas eleições presidenciais a que Alegre concorreu. Dizem-nos os políticos que estão na continuidade das ideias democráticas do 25 de Abril, apenas para serem votados e poderem continuar a fazer de nós o que querem, vivendo à nossa custa como o bando de parasitas que são. Mas há mais. O produto do trabalho deles está bem à vista para por ele os podermos apreciar e julgar: estradas assassinas em lugar de comunicações seguras para o desenvolvimento, justiça que só os políticos e magistrados dizem que é justa quando lhes convém, corrupção na atribuição de cargos e lugares de emprego que deveriam estar a concurso e de que se apoderam gananciosamente, serviços de saúde dispendiosos e do 4º mundo, instrução que forma incompetente, segurança social que pouco mais paga que os enterros dos assassinados pelos serviços de saúde e mais um longo desenrolar de motivos que colocam Portugal fora da lista das democracias e no fundo da Europa.

Não esqueçamos jamais que a Abrilada foi uma justa e necessária tomada do poder pelo povo (ainda que outros métodos de o fazer pudessem ter sido mais propícios à nação em geral). Todavia, esse poder foi em seguida usurpado ao povo pelos novos políticos oportunistas e corruptos, em seu único proveito e que desde então, tendo formado oligarquias, têm engendrado todos os esforços, até sobre-humanos, para enganar a população, escondendo-lhe como funciona uma democracia e fazendo-a crer que vivem num regime democrático. Para a perpetração destes crimes têm tido o necessário apoio da maioria dos jornalistas, sem o qual nunca conseguiriam embrutecer a população.

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Desonestidade e corrupção

Que acontece hoje a quem reclame da situação assim criada e estabelecida por esta oligarquia? Que se passa quando qualquer caso é mal dirigido numa repartição do Estado ou o tratamento do processo não seguiu os termos previstos por má administração, desleixe, corrupção ou qualquer outro motivo análogo, cuja culpa é da repartição em causa? O cidadão é dissuadido de pressionar mediante medidas tais como o atraso no processamento, falta de respostas atempadas, desculpas inacreditáveis, até o desaparecimento dos próprios processos [existem provas]. Por demais, fica-se marcado como no tempo da PIDE e qualquer futuro contacto com essa parte da administração pública virá gerar problemas em seu desfavor. Se se reclama judiciariamente, os tribunais frequentemente dão razão ao culpado. Bela justiça! Existem casos concretos em que a administração levou quatro anos para um serviço que noutros países se efectua na hora (de imediato, ao balcão) e que em Portugal leva menos de um mês. A preponderância dos políticos incapazes de gerir a administração pública mas que ocupam os seus lugares por corrupção política. Por serem militantes dos partidos, simpatizantes ou por cunha. Acrescida de indiscutível malvadez. Nestes casos, como em muitos outros semelhantes e com resultados também semelhantes, não estaremos em pior situação do que antes do 25 de Abril? Note-se que a culpa não foi da Abrilada, mas dos corruptos que no-la roubaram pouco depois, tal como acima descrito.

Os grandes interesses nacionais são sistematicamente falados com ênfase (mas é só) e aparentemente (também é só na aparência) lançados avante ou desprezados e calasos ao sabor das birras dos partidos no poder. Com a mudança do poder tudo muda. Mudam as políticas da polícia, da administração, da saúde, de tudo. Até as grandes manifestações mudam ao sabor dos partidos no poder ou fora dele, conforme o que se passou com a manifestação da Ponte 25 de Abril, que perdeu o interesse com a mudança dos partidos no governo. Neste contexto, haverá ainda quem se admire do atraso que aflige o país, guiado por oligarquias super corruptas e gananciosas a ponto dos seus componentes não poderem ser classificados senão como traidores? Traidores daqueles que os elegem e de quem eles se servem para se enriquecerem ilicitamente, condenando-os à miséria e roubando-os assim. Traidores da nação, da qual o soberano é o povo que atraiçoam.

Os mais de 2000 cargos atribuídos a políticos e que mudam de mão a cada mudança de partido no governo, tão largamente conhecidos de todos, é a melhor demonstração da corrupção que lavra em grande pelo mundo político. Tentam ludibriar-nos, como hábito seu, declarando que necessitam de atribuir lugares da administração a pessoas de sua confiança, mas nós sabemos que não e sabemo-lo de duas formas. Uma dessas formas é que a quase totalidade desses cargos não é de natureza política. Porque é que um director de Alfândega, por exemplo, deve ser nomeado pelo governo? Porque é que a maioria dos cargos de administração em idênticas condições está nas mãos de políticos em lugar de ser ocupado por profissionais que ganharam em concurso público pela sua competência e experiência quando não se trata de cargos políticos? Corrupção, pura e simples. A outra forma que nos leva à mesma conclusão é bem simples: em nenhum país com pouca corrupção política se passa assim, como os políticos com tanta malícia estúpida pretendem convencer-nos.

Deste modo, os partidos políticos que numa democracia verdadeira e sã são as bases da discussão para o progresso dum país, em Portugal não são mais do que forças oligárquicas que se disputam o poder para se servirem da nação, enganarem o povo e dele extorquirem tudo o que podem quais selvagens bem falantes. Assim se apossaram dos lugares que são a chave do desenvolvimento, impedindo que esse desenvolvimento tenha lugar. Tal como animais selvagens, apoderaram-se do que consideram uma presa para entre eles a esfarraparem e devorarem. Deste modo os políticos se tornaram o cancro do país. Por lhes ter sido permitido comportarem-se como querem, o cancro tomou proporções metastáticas.

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Frutos

Qual foi realmente a melhoria para o povo português, senão viver numa ilusão impingida por políticos e aprovada pela maioria dos jornalistas? Estes escondem a verdade à população, assim como o conhecimento do que se passa em países democráticos, ajudando assim as facções oligárquicas a imporem as suas vontades anti-democráticas. Mas as ilusões estão-se a acabar. Acorda-se dum sonho recheado de mentiras e imposturas e cada um ao olhar-se ao espelho vê a realidade nua e crua: está coberto de trapos e de andrajos intelectuais, a sua carne cheira ao podre da doença, a esperança está desdentada, cansado e doente, posto de lado por aqueles que elegeu com o fim de proverem à sua saúde, à sua alimentação, à sua instrução, ao seu bem-estar, à sua vida, de educar os seus filhos e de lhes dar uma vida melhor. Hoje, o cidadão eleitor em Portugal é ludibriado e logrado até ao momento de dar o seu voto, para imediatamente após ser tratado pior que um cão vadio cheio de pústulas, corrido a pontapé por aqueles que elegeu. E ainda, psicologicamente, toda a população tem sofrido a má influência do comportamento geral dos políticos gananciosos, tendo-se chegado ao ponto de o considerar como normal e moderno. Que logro! Quase toda a população vive hoje avassalada por inúmeros complexos. Complexos por vezes menos perceptíveis, por vezes gritantes. Alguns mais visíveis nas mulheres, devido às circunstâncias e não por serem elas mais vulneráveis, o que não significa que os homens estejam isentos. Como pequenos exemplos, constate-se o número de mulheres "louras" em Portugal que atingiu proporções inacreditáveis, a saia quase desapareceu do uso comum por comparação à média europeia. Estes factos saltam aos olhos daqueles que pela primeira vez vêm a Portugal. Não se sentem bem na sua pele, não gostam daquilo que são. Em lugar de adoptarem comportamentos que se enquadrem em princípios civilizados e de nobreza de carácter, de modo a que a sua auto-estima se justifique, escondem-se e mascaram-se. Repete-se que se estes factos são os que mais saltam à vista, de nenhum modo significando que as mulheres estejam mais dominadas por complexos do que os homens.

Se antes estávamos mal e a mudança era imprescindível, ficámos ainda pior. Os resultados patentes estão à vista para quem os quiser ver. Agradeçamos a tais obreiros.

O país tornou-se uma bandalheira, excepto na acepção dalguns políticos de entre os quais se distinguiu Mário Soares, o irmão dos castelhanos, como ele próprio se define. Um exemplo até certo ponto ridículo pela sua pequenez, mas expressivo dessa bandalheira, é o de na administração pública, bancos e outros do género, em ninguém querer atender telefones, de passarem os telefonemas para qualquer lado só para se livrarem deles e repassarem-nos ao infinito, etc. Ninguém quer ter responsabilidade pelo seu próprio trabalho nem pela suas acções, sobretudo os funcionários do Estado. Os mais de 2000 parasitas políticos que ocupam indevidamente a totalidade dos cargos de maior responsabilidade e outros imediatamente abaixo – que deveriam ser atribuídos, por concurso público, a pessoas competentes, como em qualquer país com um mínimo de democracia ou reduzida corrupção – devido à sua profunda ignorância, desprezível incompetência e desonesta irresponsabilidade, não organizam os seus feudos por estupidez e falta de interesse, causando a desorganização administrativa de que todos se queixam; fogem a tomar atitudes e resoluções responsáveis, escudando-se por detrás dos seus subalternos ou outros subordinados. Refugiam-se na aplicação de regras burocráticas que só podem contribuir para aumentar o atraso do país. Os sindicatos, para não perderem adeptos, voltam-se contra a nação, apoiando-os.

Como este facto abrange a totalidade da administração do Estado, tornou-se um exemplo catastrófico ao nível nacional. A quase plenitude dos dirigentes das oligarquias nacionais foge à sua responsabilidade, chega ao trabalho a horas exemplares e ausenta-se dele das maneiras que todos conhecem; recusa-se a tomar qualquer responsabilidade em face de clientes ou utentes dos seus serviços, escondendo-se atrás das suas secretárias e empurrando o seu pessoal para a frente. Dando o exemplo aos seus subalternos, têm alastrado esta atitude de tal maneira que criaram um clima generalizado de irresponsabilidade, de bandalheira impossível de encontrar em qualquer país que procure o seu desenvolvimento com um mínimo de seriedade. Muito menos num país minimamente civilizado

Em consequência directa, formou-se uma sociedade retrógrada e repleta de defeitos herdados directamente dos exemplos dos políticos corruptos que compões as oligarquias partidárias, que pela mais profunda e pura corrupção e afronta geral nacional à população, lançaram mão e apossaram-se dos cargos melhor remunerados que ocupam indevidamente cujo termo "literais parasitas" é insuficiente para exprimir a baixeza e profunda canalhice de tal gentalha ordinária. Uma bandalheira completa e geral em tudo, na administração, na política, na justiça, na saúde, na instrução, na educação, nos sentimentos, nas comunicações, no comércio, na indústria, completamente em tudo, um cancro generalizado. A tal ponto que os emigrantes espalharam casas vazias por tudo quanto é lado, mas não voltam, muito menos os filhos, pela barbaridade em que a vida se tornou no país (A origem da ignorância). Dentro dessa bandalheira, bandos de políticos transformados numa corjas de salteadores de gravata, perpetra os seus crimes impunemente em nome da liberdade. Sem dúvida alguma que o sistema não é nem pode ser melhor do que o do Estado Novo, bem pelo contrário. É até muito mais desenvolvido no sentido de manter o povo ignorante para dele fazer o que quer, obrigando-o a obedecer aos desígnios dos políticos sem causar muitas reclamações. Na realidade, a ganância e a corrupção fomentaram a criação dum sistema bem pior do que o do Estado Novo em que apenas os políticos ganham, dividindo uma pequena parte com os jornalistas que, simultaneamente, tentam domesticar e controlar.

Não contentes com a situação assim criada, os políticos das oligarquias nos governos operaram muitas outras barbaridades. Uma delas foi terem sempre tentado em tudo fazer um nivelamento por baixo. Tudo foi abandalhado por políticos interesseiros na sua ganância de obtenção de votos e de enriquecimento. Com a língua, por exemplo, adoptaram termos rascas, tal como a geração que dessa altura por sua culpa assim se formou. Perfilharam os termos e palavras em uso por iletrados. Os jornalistas, iletrados e formados em escolas incompetentes “followed suite”. De tal modo o fizeram que hoje, qualquer membro da população média que não tenha sido presa do pedantismo global nacional, fala melhor do que a maioria dos políticos e jornalistas. (Língua) Muitos bons costumes foram relegados. Alguns dos maus também, mas aí até seria uma bênção se tantos deles não tivessem perdurado. Pior foram outros assuntos culturais. A Abrilada fez o país perder toda a sua cultura e conhecimentos coloniais e outros e até deixar de reconhecer o mérito dos militares portugueses pelo simples facto de terem cumprido serviço no ultramar. Até a maioria da população comum foi levada na onda rasca, tendo perdido todo o civismo e a maioria dos seus costumes cívicos. Os mais atingidos forma obviamente os mais novos, que ainda sem o carácter formado não puderam resistir a moldagem que lhes foi aplicada. Assim, grande parte da população vive hoje enganada na certeza de que é assim o mundo moderno, que a vigarice, os maus instintos, a injustiça, a falta de civismo e tudo o mais, incluindo a canalhice dos políticos são coisas normais dos nossos dias. Por isso, pensam, é a cada um que cabe a obrigação e o direito de singrar na vida à cutelada e de sacar tudo o que entender.

É certo que os políticos e jornalistas ganharam com a mudança da Abrilada. Também é certo que a situação anterior não poderia ser melhor sob o ponto de vista político. As desgraças a que então assistiram aqueles que se podem recordar, como os casos Humberto Delgado, Norton de Matos e Galvão, entre outros, foram inadmissíveis. No entanto, deve-se reflectir melhor na realidade. Craveiro Lopes também não resistiu mais do que uma "temporada"; não convinha ao partido único. Incluem-se aqui algumas das eleições que então existiam e que os políticos negam e querem apagar da memória reescrevendo a história à sua maneira, à sua conveniência. Contrariamente ao que os políticos nos afirmam, a liberdade civil e não política nada ganhou com a Abrilada. A liberdade foi apenas para políticos e jornalistas. A triste realidade é que a população, em geral, tem hoje menos liberdade que antes e vive pior. Bem pior.

O cidadão comum tem menos liberdade porque quando os políticos, para ganharem votos e eleições, enganaram a população dizendo-lhes que ela (a população) era agora livre. Mas livre de quê? De que suposta liberdade é que o cidadão comum não usufruía e passou a usufruir? Foi o contrário. As pessoas, como então eram livres e mais civilizadas do que presentemente, ouvindo as blasfémias dos políticos corruptos, ficaram a pensar que se dantes não eram livres (quando já o eram), serem livres deveria significar fazer realmente o que quisessem (como se isso pudesse ser possível). Os outros que se tramassem. Daqui perderam a consideração devida aos seus semelhantes; passaram a gozar a sua liberdade em detrimento e desrespeito pelo seu semelhante. Deste modo simples acabou-se com a liberdade para todos (menos para os políticos, que, entretanto, a solidificaram à custa do mal infligido à população), porque todos passaram a abusar da sua liberdade, abusar do seu semelhante; cada um passou a impedir que o seu semelhante pudesse gozar da sua liberdade, tal como acontecia anteriormente. Não foi o 25 de Abril que originou esta situação, foram os políticos que a criaram para satisfação das suas ganâncias, que só poderiam almejar ganhando eleições.

A fim de fazerem tudo o que era mau ou de qualquer outro modo inconveniente para a população, mas que lhes convinha por angariarem votos dos papalvos que assim iludiam e burlavam, convenceram a população de que com eles estavam a fazer enormes progressos que antes nunca tinham feito. Mentira! E mentira de duas maneiras que estão provadas. Para apoiarem as suas burlas fizeram outra ainda bem maiores e com as piores consequências para a população. Usaram os fundos de coesão e de reestruturação da União Europeia da maneira que agora já se começa a reconhecer, mas que eles continuam a negar. Distribuíram-nos, não do modo necessário ao progresso do país, mas por quem, de algum modo os apoiava. Puseram o restante em circulação, o que criou a ilusão falsa de que havia e se tinha muito dinheiro. Este procedimento ajudou os corruptos a ganharem mais votos dos carneiros anestesiados.

Não contentes com estas acções, enganaram ainda mais a população convencendo-a, como atrás dito, de que com eles estavam a fazer enormes progressos. Ajudados pela falta de informação dos jornalistas, que sempre encobriram o que se estava verdadeiramente a passar, assim como com a ajuda do efeito dos fundos desbaratados e postos em circulação, fizeram crer que o país estava realmente a progredir, o que era falso. A realidade escondida era, todavia, bem simples. Simultaneamente, todos os países faziam progressos, só que bem maiores do que os nacionais porque usaram os fundos com honestidade e no interesse da população. Foi por isso que , na realidade, Portugal parou no tempo em relação aos outros países, sendo a prova indubitável e incontestável o atraso que acumulou ao longo dos anos. Na altura do 25 de Abril, o atraso do país em relação à média Europeia era de pouco mais de 20 anos. Segundo o Eurostat, em 2005 esse atraso era de 52 anos. Sem se ser forte em matemática, mas com as mais elementares contas aritméticas, de 25 para 52 vão 27. Este número corresponde quase ao número de anos decorridos entre Abril de 1974 e princípios de 2005 ou fins de 2004, sendo a diferença o verdadeiro progresso. Ou seja, as políticas de tais traidores fizeram-nos acumular um atraso de 27 anos durante um período de 30. Todos os números são verificáveis, portanto incontestáveis. Enquanto os políticos dos outros países se esforçaram pelo avanço dos seus países, os portugueses marimbaram-se completamente. Preocuparam-se uricamente em burlar os eleitores em seu único proveito, por burla e com a arrogância conhecida, ambas bem encobertas por jornalistas totalmente coniventes. Claro que houve progressos, só que estes políticos que nos desgraçavam  apregoavam bem alto os progressos que eles efectuavam, encobrindo todos os que nos faziam perder. Seria possível que toda a população o ignorasse sem a conivência dos jornalistas?

Quanto aos tão proclamados progressos humanitários, mentalidade, instrução, educação, horários de trabalho, sistemas de apoio, de saúde de justiça, etc., os resultados são absolutamente idênticos aos dos do parágrafo anterior. Toda a gente o sabe na Europa e no mundo, só os portugueses teimam em não querer ferir o seu estúpido orgulho, reconhecendo a realidade. Todos os progressos atribuídos à Abrilada são falsos e apenas inventados pelos políticos para burlarem o povo e conseguirem votos. Todas as conquistas reclamadas são atrasos sobre os outros países, simplesmente porque quando a maioria cá chegou já tinha décadas de existência nos outros países. O atraso aumentou continuamente. Daí o atraso dos 52 anos. Provavelmente, hoje, ainda cresceu, mas não se conhecem dados mais recentes. Em lugar de ouvir estes políticos corruptos, oiçamos alguns dos que presenciaram esses tão apregoados progressos e que conhecem o que entretanto se passou nos restantes países Europeus.

A ganância e a corrupção fomentaram a criação dum sistema bem pior do que o do Estado Novo em que apenas os políticos ganham, dividindo uma pequena parte com os jornalistas que, conjuntamente, tentam domesticar e controlar. À parte estes dois clãs, todos perderam com a mudança. Se dantes não havia liberdade política, todos os outros direitos fundamentais estavam garantidos. Agora há uma certa liberdade política, pequena – por restrições impostas pelos próprios políticos, em sua própria defesa contra o povo soberano –, mas nenhum outro direito é garantido, nem tampouco o da justiça tem equivalência ao que se pratica nos outros países europeus. Assim se verificando, quem ganhou e quem perdeu? Eram estes os princípios de base da Abrilada? Não! Quem os perverteu? Políticos ajudados por jornalistas! Agradeçamos as desgraças que nos foram infligidas a quem de direito.

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6. A ORIGEM DOS MALES

Princípios e civismo

A


 arrogância é um apanágio geral dos Portugueses, tanto daqueles que detêm algum poder, como da maioria dos demais. Característica incontestável dos tolos ignorantes e apenas como tal justificável. Sequência duma educação e instrução sem bases nem princípios ou fundada em falsos princípios em que os valores morais não passam duma capa/máscara de impostura tentando enganar a todos, outra das características da incompetência e da estupidez. Base da falta de civismo. Como chegou um povo a este ponto? De quem é a obra? Nenhum ser civilizado e inteligente teria interesse em implantar tal situação. Donde somos obrigados a acreditar que quem assim operou não poderá ser civilizado nem inteligente, mas estúpido e velhaco, e que de certo colheria benefícios da situação.

Evidentemente, nem todos os políticos e jornalistas se podem meter dentro do mesmo panela. Há os dignos e os honestos também, só que são as excepções que provam a regra. Esta cultura de falsidade, ganância, corrupção, logro, mandriice, e todas as outras qualidades do género que se verificam no ambiente político, não podem deixar de influenciar a população em geral e servem-lhe de exemplo. Deste modo, o contágio da desonestidade tem-se alastrado pelo país. A maioria dos indivíduos tornou-se assim desonesta por cultura, mandriona por influência, velhaca por exemplo. Como referência, note-se que em 2005, até Novembro o Estado tinha gasto no ano 39,7 milhões de euros por mês com subsídios de doença, estimando-se que metade seria por fraude e só consegue realizar cerca de dez por cento de inspecções aos declarados como incapacitados. Alguma admiração? Procedem segundo o exemplo recebido da grande maioria dos políticos.

Este procedimento dos políticos foi acompanhado dum outro não menos pernicioso, que os solidificou e arreigou, que conjuntamente consolidaram o carácter da população. Os políticos, pelas suas palavras e artimanhas exacerbadamente falsas e iníquas, infundiram na população um absolutamente despropositado e falsamente infundado orgulho que a impediu de apreciar e reconhecer a verdade, de seguir a evolução normal dos povos civilizados, impedindo assim o seu progresso, com a única finalidade de a manterem perfidamente sob o seu jugo, garantindo os seus votos. Encerrada nesta maldosa cegueira e adoptando a falsidade dos políticos pelo seu exemplo, a população embrenhou-se num ambiente onde quase todos os defeitos de carácter e morais são tomados como normais e civilizados. Com a sua origem no comportamento dos políticos, não deixou porém de afectar também a Justiça e tudo o que é Estado e vida nacional em geral. Tal é o ponto a que o povo português chegou metamorfoseado em carneiros, apascentado por mão maldosa, interesseira e parasita.

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A justa aplicação dos fundos de coesão

Os fundos de coesão europeus, como é sabido, destinavam-se à modernização e reestruturação do país. Isto incluía uma escolarização moderna, eficiente e adequada, reorganização das indústrias, da pesca e da agricultura, reciclagem e readaptação dos trabalhadores aos métodos modernos e competitivos. A competitividade deveria ser o alvo número um para o desenvolvimento. Se estes valores tivessem sido respeitados teríamos assistido a um desemprego, grande mas temporário, que terminaria após o reajustamento. Ou seja, a reestruturação faria desaparecer muitos dos empregos antigos e criaria novos melhores e mais bem pagos, fazendo subir o nível de vida; entre estes dois tempos o desemprego em grande escala seria inevitável. Foi o que se constatou em todos os países da Europa que seguiram o esquema da coesão. O que é que se verificou em Portugal? Não houve desemprego porque não houve reestruturação. O povo – enganado pelos políticos que lhe apresentaram um quadro em que a situação nacional era melhor do que a que na altura atravessavam países que estavam a progredir e por isso tinham grande desemprego – acreditou nesse quadro bem pintado, mas em tela podre.

Hoje inventa-se outra história de dormir de pé para manter a população no engano e na mentira. Políticos e jornalistas começaram a espalhar mais mentiras sobre o assunto em guisa de desculpa dos resultados obtidos pelos pelos políticos corruptos portugueses. Começou-se a dizer que a Irlanda, que até à recepção dos seus fundos de coesão europeus era um dos países mais pobres da Europa, recuperou facilmente devido à língua inglesa ser do conhecimento geral, até quase como uma segunda língua nacional. É evidentemente verdade que o inglês é como uma segunda língua para os irlandeses, mas não tem sido esse o caso há tantos séculos? No entanto, esse facto centenário nunca ajudou os irlandeses a saírem da sua perpétua miséria até à recepção dos fundos de coesão da U.E. e da sua judiciosa utilização.

Não caberá isto em qualquer cabeça com dois dedos de massa cinzenta funcional? Que relação poderá haver na Irlanda entre a língua e a sua recuperação após a recepção dos fundos da U.E.? Que poderá um acontecimento a ver com o outro? Então os fundos europeu chegaram à Irlanda acompanhados pelo Inglês? Ou será que vigaristas querem fazer de nós tarados? Então e a Finlândia, com um passado sob uma Suécia subjugadora que até teve colónias na Rússia, à qual até o nome deu? Desconhecerão realmente os políticos as respostas a todos estes factos? Poder-se-á admitir tal ignorância da sua parte? Somos obrigados a reconhecer que não. Ent o porque é que políticos e jornalistas nos atiram com estas mentiras nojentas à cara ? Após bem examinar as circunstâncias e à luz do conhecimento de casos semelhantes, somos obrigados a reconhecer que só duas possibilidades podem existir. Uma é a duma profunda e crassa estupidez que os impede de raciocinar e os leva a uma conclusão tão errada e tão desajustada. A outra é que só pode ser concebida com o único mas firme propósito de simultaneamente desculpar e encobrir os autores da desgraça da nação, os traidores que a provocaram. Ou será que nos atiram areia aos olhos por as duas possibilidades se conjugarem? Analisadas as eventualidades e vistas bem as circunstâncias, é de se perguntar: Não serão estes actos a revelação duma profunda malvadez?

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A ajuda do diabo

De notar que este logro nunca poderia ter passado sem a cumplicidade dos jornalistas que encobriram o que na verdade se estava a passar, não informaram objectivamente e mentiram. Pelo que acabaram por ser tão culpados como os autores. É caso comparável àquele que esconde um criminoso da justiça, ao receptador de roubos ou a outras situações idênticas, até mesmo quase se poderia comparar a uma associação de malfeitores. (Jornalistas)

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A mândria e
“Os salários continuam baixinhos, mas podem comprar o que quiserem”

Alguém se recorda ainda de quem pronunciou a frase deste subtítulo? Foi quem com políticas do género sobre factores determinantes para o progresso nacional, como instrução, saúde, organização dos serviços do Estado, confirmação da aceitação da distribuição de cargos da administração apenas aos militantes dos partidos no governo, lançou o país em queda livre em direcção à esterqueira numa forma assim tão bem concebida. Mais e pior, ao adoptar o desvio do caminho de progresso seguido pelos países que fizeram um progresso real – provado no avanço conquistado por esses países –, escolhendo um caminho praticamente oposto, lenta mas seguramente conduziu o país à miséria em que se encontra, arreigando hábitos difíceis de perder e de substituir, assegurando portanto a permanência da miséria por muitos mais anos após a sua saída do governo.

Nesta situação, influenciada ainda pelo dinheiro dos fundos de comunitários, mal administrado, distribuído corruptamente e o restante posto em circulação, a população adquiriu a ideia de que não só em Portugal, mas até em todo mundo moderno, já não era necessário trabalhar mais do que ocupar o lugar do emprego e ir fazendo qualquer coisa para ajudar a passar o tempo. A política de baixos salários permitiu que esta conjuntura se prolongasse durante muito mais tempo, visto baixar assim artificialmente os custos de produção para a exportação. Todavia, não se poderia eternizar. Contudo, chegou para criar o hábito geral de mândria, tão caracteristicamente generalizado que juntamente com a incivilidade, arrogância e atraso geral forma a base das características do português comum de hoje e de como ele é reconhecido nos outros países. Isto é, aliás, bem e facilmente entendido por quem se vir confrontado com preços exorbitantes. De facto, através dos tempos e mesmo com políticas repressivas sobre os aumentos salariais, os salários, ainda que entre os mais baixos da União Europeia, sempre tiveram que subir. Não subiram muito devido à pressão exterior em consequência do baixo nível de produtividade, mas devido a essa desmesurada improdutividade por uma mão-de-obra desajustada por incapacidade profissional e costumes de mândria, os preços atingiram níveis insuportáveis. Todo aquele que tiver qualquer trabalho a efectuar o verifica mediante preços muito superiores aos que são praticados para o mesmo serviço ou idêntico em países onde os ordenados se situam entre três ou quatro vezes superiores aos nacionais. Porque a ineficiência e o número de horas para a efectuação de qualquer trabalho é multiplicado, enormemente inflacionado pela mândria. Basta observar o comportamento geral de quem trabalha durante as suas funções, sem ser necessário que o observador tenha qualquer conhecimento ou formação profissional em métodos e tempos de trabalho nem em engenharia industrial. Estes factos, aliados à praticamente inexistência de formação profissional de tipo contínuo e à completa descoordenação entre a pouca indústria restante no país, ou outros trabalhos mesmo dos independentes, e os centros de estudo e de formação (universidades e escolas técnicas), criaram a situação actual. (Instrução)

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A democracia oligarquia

Mais uma vez constatamos – pois, que a maioria dos males, para não dizermos todos, o que seria talvez verdade – nos advêm duma oligarquia política em que os seus membros se comportam como perfeitos parasitas e sanguessugas. Uma oligarquia que a tudo se quer sobrepor, tudo quer dominar a começar pelos melhores empregos do país, arrogante que não admite observações nem justas menções ao seu comportamento troglodita e malévolo; cujas consequências estão à vista de todos, dentro e fora do país; cujo comportamento não pode deixar de influenciar uma população submetida a uma matracagem político-publicitária e extremamente ludibriante, em que os políticos têm sempre razão e desculpas para todo o género de acções, com frequente reconhecimento pelos tribunais. Que outras consequências seriam de esperar de tal cenário – formado pelos muitos outros comportamentos e acções neste texto descritas, porém longe de serem completas – senão que a população, ainda que sofredora destes abusos, siga pelo menos grande parte dos exemplos que lhe vêm de cima. Como em todas as circunstâncias são os chefes os primeiros responsáveis, também aqui sem a mínima dúvida se pode afirmar outro tanto. São eles os responsáveis pela má formação de carácter dos portugueses em geral; pela sua mentalidade extremamente atrasada em que estes políticos modelos tanto se têm empenhado em assim moldar; os mais estúpidos e ignorantes da U.E. em consequência da instrução e educação que os políticos lhes têm proporcionado. Em suma, as facções oligárquicas produziram um povo que é a escória da Europa.

Por Portugal ser presentemente um povo de ignorantes vaidosos, cujo orgulho despropositado e injustificado só se pode basear num atraso profundo, ignorância e estupidez, é-se fácil presa de qualquer um disfarçado em capuchinho vermelho, como políticos gananciosos. As oligarquias políticas alcançaram amplamente aquilo que almejavam: dominar a população com uma grilheta mental, a fim de lhe poderem extorquir tudo o que os seus egos mesquinhos lhes pediam. E conseguiram-no com êxito!

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A tarraxa

Não nos iludamos também sobre o futuro, aquilo que levou trinta anos a criar e que foi propositada e solidamente arreigado nas mentalidades de modo intencional e maléfico, não vai volatilizar-se de um dia para o outro por muitos esforços efectivos que os poucos políticos honestos venham a fazer. A mentalidade foi manhosa e maldosamente moldada. Os fundos europeus para o fazer foram corruptamente estoirados para dar uma ilusão de riqueza e bem-estar a fim de obter votos, o que foi conseguido, pois que foi esse o governo que mais durou. Em lugar do dinheiro ser aplicado no desenvolvimento do país, foi desbaratado e adoptada uma política de baixos salários, completamente errada; e malvada porque traçou o futuro dos portugueses, que agora mostra os seus frutos. Donde vem agora o dinheiro que substitua os montantes estoirados. Foi-se! A recuperação para que ele devia ter promovido perdeu-se para sempre, só serviu para engordar porcos. Os portugueses que se lixem que os políticos que o estoiraram já tiraram o seu proveito, agora querem os louros. Agora os carneiros elegeram o chefe da banda para Presidente da República para lhe expressar o reconhecimento pela miséria em que os enterrou vivos.

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Toda a gente sabe, menos os portugueses (!?)

Em toda a Europa se conhecem estes factos, só os portugueses o ignoram. Prova de que estão perfeita e profundamente anestesiados pelos políticos e enganados pelos jornalistas que os desviam da maioria dos assuntos importantes. Se em toda a Europa se sabe o que a corrupção e má administração dos governos de Cavaco e Silva fizeram dos fundos europeus em Portugal, o que originou a miséria actual dos portugueses, imagine-se só o que pensam os povos europeus sobre a demonstração de ignorância e de estupidez do povo português ao eleger o carrasco que lhes tramou a vida. Quem se admirará por os portugueses serem tidos por atrasados mentais? O facto de nos outros países se estar muito melhor informado do que se passa em Portugal do que os próprios portugueses, revela bem como a população portuguesa está perfeita e profundamente anestesiada pelos políticos e enganada pelos jornalistas que a desviam da maioria dos assuntos importantes, frequentemente encobrindo corruptos e acções indignas. No entanto os noticiários estão cheios de lixo desnecessário e duram o dobro do tempo ou mais do que os que são apresentados nos outros países.

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7. EPÍLOGO (mas não fim)

N


as circunstâncias actuais, embora não seja fácil prever exactamente o futuro para lá de vinte anos, há todavia alguns factos de previsão fácil.

Confortavelmente entorpecidos

Os fundos europeus foram esbanjados em acções meramente políticas para angariarem votos, como o efectuou Cavaco e Silva, pondo o dinheiro em circulação para dar à população a aparência e a sensação de que com o seu governo passaram a viver bem e estavam a caminho de enriquecer. Que logro, que burla! Só gente muito nova não se poderá lembrar de como tantos corruptos compraram herdades, montes, casas, prédios, quintas, propriedades, automóveis de luxo e outros efeitos e bens do género. Foram estes – os políticos e os apoiados por cunhas (cunha = corrupção) – os que enriqueceram à custa do atraso dos restantes parolos que pensavam que tudo ia bem e continuavam a votar em quem lhes estava a “fazer a cama” para um futuro miserável, para eles e para os seus filhos.

Com estes dados, algumas previsões lógicas são possíveis. Os fundos que foram usados com fins de satisfazer as ganâncias dos políticos corruptos & amigos, foram assim estoirados em nome duma pseudo democracia representativa corrupta e ficaram perdidos e não mais poderão ser recuperados. Por muito que se possa eventualmente continuar a receber, o atraso verificado nesta altura – em que Portugal ocupa o último lugar da União Europeia em praticamente tudo o que se relacione com progresso e com o bem viver da população – está cá e é para ficar, pelo menos por muitas décadas. Agradeçamos como os nossos queridos políticos se ocuparam (aproveitaram) de nós. Não se imagine que um atraso desenvolvido em trinta anos e fortemente enraizado possa alguma vez desaparecer dum dia para o outro como que por varinha mágica. Isto só história contada por políticos. Só burlões e vigaristas o podem afirmar, só papalvos o podem crer. Mais, nem jamais desaparecerá sem uma mudança drástica de instrução informação e mentalidade da população. E isto não se decreta, prepara-se, quando o que se preparou até agora foi exactamente o contrário, manter a população ignorante, anestesiada e contente. Tal como numa das canções do grupo Pink Floyd: Comfortably Numb, da autoria de David Gilmour. Esta canção descreve a situação mental vivida pela população portuguesa de hoje, como se a letra tivesse sido escrita nessa intenção.

Quanto a uma recuperação num futuro um pouco mais distante, é um caso muito mais subjectivo, pois que depende de vários factores e das suas possíveis conjugações. Três deles se tornam evidentes. Primeiro, “apanhar” os países mais adiantados, tornou-se virtualmente impossível, pois que esses países também não vão parar para nos permitirem que os alcancemos. (Obrigado Senhor Professor, por nos ter colocado nesta posição.) Segundo, mesmo em caso duma recuperação remarcável, tal como anteriormente, tudo depende de como os futuros fundos europeus forem usados. A renovação e remodelação necessárias à modernização e ao desenvolvimento requerem as medidas idênticas às tomadas por outros países que há mais de 30 anos se encontravam ainda em piores circunstâncias do que as de Portugal. Essas medidas provocaram um grande desemprego temporário, mais tarde absorvido pela reciclagem. Cá passou-se o contrário, o desemprego diminuiu, a indicação mais significa que nenhuma medida adequada foi tomada (o desemprego actual tem outras raízes). Terceira, o desemprego em Portugal tem outras causas e origens dos países que progrediram; se houver um progresso mais acentuado, o desemprego aumentará, pelas mesmas razões que aumentou nos países que recuperaram; mas em Portugal continuará relativamente alto e com flutuações. Os governos da altura compostos por políticos não menos gananciosos do que os de agora, optaram por manter a população na ignorância mas contente, a fim de obterem os seus votos e serem reeleitos.

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26 de Abril

Para que os futuros governos possam arquitectar um progresso com continuidade deverão tomar medidas que não são populares, mas que podem ser explicadas à população que as poderá assim aceitar. Todavia, políticos não são investidores e até agora não têm querido arriscar uma perda de votos quase garantida. Porquê perder votos? A população que se lixe, preferem deixar os portugueses a viver na miséria. Votos é que não se podem perder. Verdadeira traição! Avanço e progresso requerem planos a longo prazo, cujos resultados, por isso mesmo, só se poderão começar a sentir muitos anos após o começo da sua aplicação, muito para lá das eleições mais próximas. Por isso que, nos mais de trinta anos decorridos desde a Abrilada, não houve um só plano de desenvolvimento a longo prazo. Este facto, por si só, basta para nos elucidar dos sentimentos dos nossos queridos políticos que, sabendo-o, assim conscientemente conceberam e perpetraram a nossa actual desgraça. Pergunta-se: – Não são isto actos de malvadez? Se o são, não é que o tempo nos tem demonstrado que essa malvadez tem sido contínua e comum a todos os governos, dos quais, os políticos que os têm composta não podem ser isentados?

Esta situação tem vindo a repetir o que se passava durante o Estado Novo, só que agora em muito piores circunstâncias. Portugal era um país pobre, mas logo a seguir a guerra todos eram pobres, mesmo os poderosos, como a Alemanha e a Inglaterra tinham ficado arrasados pelos bombardeamentos, sem indústria nem coordenação. As diferenças reais e não cosméticas entre o sistema actual e o do Estado Novo, não são assim tão grandes como os políticos nos querem meter pelos olhos dentro. Sobretudo se fizermos uma comparação judiciosa, o que implica relacionar um regime com a sua época e com o seu tempo. Acreditem aqueles que não conheceram, por isso impossibilitados de fazer qualquer comparação. A diferença era indubitável logo após o 25 de Abril, mas depressa os políticos a abafaram: é esta a verdade que eles escondem em seu único proveito. É verdade que logo após à Abrilada a situação mudou muito, mas a pouco e pouco os políticos tomaram conta da desgraça e dos direitos democráticos do povo soberano, roubando-lhe o bem-estar, a segurança económica e até a liberdade (precisamente, em nome dessa mesma liberdade). A verdadeira flor da conquista depressa murchou: os políticos, seres abjectos e nojentos, mijaram-lhe em cima! Passou-se aquilo de que Manuel Alegre fala: os políticos do 26 de Abril tomaram conta do poder e da nação. Foi o movimento camuflado do 26 de Abril. A partir daí tomaram um comportamento e decisões sempre em desfavor da população, mas sempre a seu próprio favor. Mantiveram a população na ignorância, o que não poderia ter sido feito sem a ajuda dos jornalistas em geral. A ignorância do povo sobre como é uma verdadeira democracia e o contínuo encobrimento das acções dos governantes e dos seus componentes, impossível numa democracia, tem sido arquitectada na única intenção de ocultar as manigâncias dos políticos, os quais, numa democracia, prestam conta dos seus actos ao povo soberano. Mas assim podem satisfazer as suas ganâncias egoístas e servirem-se do Estado em lugar de o servirem. Não é verdade que no seguimento absolutamente normal desta linha de comportamento, ainda em 10-12-05, José Sócrates, primeiro-ministro, afirmou que os políticos só prestam contas à sua própria consciência? Com os outros partidos e políticos é igual. O que nos admira é que da afirmação se depreenda que os políticos também têm consciência. Não é o que nos têm mostrado.

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Confiar em políticos gananciosos?

Como se pode confiar em políticos tão gananciosos que para eles, para os seus prosélitos, militantes e outros sectários, incluindo os protegidos por cunhas, açambarcam todos os lugares melhor pagos da administração pública, invocando que necessitam de que eles sejam ocupados por pessoas de sua confiança. É esta uma justificação para crianças ou para atrasados mentais, como eles nos tomam? Existem, com efeito alguns lugares, muitíssimo poucos Existem, com efeito alguns lugares, muitíssimo poucos, mesmo raros, em que a confiança política se torna necessária, mas mais de 99% dos cargos açambarcados pelos políticos são apenas administrativos. Isto não se passa em nenhum país democrático. Se se passa em Portugal, então estamos numa oligarquia. Porque hão-de os políticos – comprovadamente incompetentes em vista do estado em que a administração pública se encontra – destruírem a administração pública para a poderem parasitar deste modo?

Assim, há três pontos iniciais, condições sine qua none para o país progredir. Uma é uma administração pública, donde os párias políticos devem ser expulsos, devolvendo a dirigentes competentes os mais de 2000 lugares que de que se apossaram. A segunda é a reorganização da bandalheira da instrução, da porcaria vivida no ambiente escolar e que este ensine de modo equiparável aos países que não reconhecem grande partes do diplomas portugueses, como médicos e tantos outros que pretendem ser alcunhados de doutores. A terceira é a educação e respectiva mudança da mentalidade atrasada e doentia que os políticos, aos poucos, foram inculcando na população (tal como descrito na primeira parte deste título, assim como algures neste site), inspirando orgulho pela miséria moral e financeira em que as pessoas vivem, anestesiando-as, fazendo estas sentirem-se “comfortably numb” para neles votarem. Em lugar disto deveriam ter despertado nas pessoas o interesse necessário ao progresso, existente naqueles que procuram o seu bem e o progresso, simultaneamente comportarem-se com civismo, permitindo-lhes reconhecer os seus erros e defeitos, esforçando-se por se corrigir, a fim de se poder aperfeiçoar, evoluir e terem uma vida melhor. É este o mais elementar princípio de civismo e base incondicional para o progresso humano. Quando as pessoas estiverem convencidas de que já são perfeitas, como os políticos lhes inculcaram, que progresso poderão fazer? Estes três requisitos são imprescindíveis a qualquer avanço. Apostar noutros em primeiro lugar é “pôr a carroça à frente dos bois”.

Mais importante do que os factos do parágrafo anterior é criar a possibilidade de que assim se possa vir a passar. Porque não existem actualmente condições para a sua efectuação. Na realidade, a falta dessas condições foi conscientemente querida e fraudulentamente criada pelos políticos com as intenções atrás mencionadas. Como se viu, essas intenções não englobavam o desejo específico do atraso do país, mas esse atraso era-lhes inerente, inevitável e de facílima previsão, o que levou à conclusão da culpabilidade dos políticos na perpetração desse atraso. O orgulho infundado e desmesurado, malevolamente criado por interesses políticos, é fonte doutra consequência. Além das outras consequências maléficas, evita que a população reconheça o seu estado de atraso lastimável, que a coloca longe do nível de vida e do desenvolvimento dos outros países europeus. Por culpa da repetidamente mencionada doutrina dos políticos (se nós já somos tão bons, porquê mudar?), a população portuguesa crê poder equiparar-se ás populações dos outros países sentindo-se até estupidamente superior. Esta situação impede as pessoas de reconhecerem o atulho em que os políticos as enterraram, barrando-lhes o acesso ao desejo de melhorarem a sua condição, pois julgam-se meras vítimas dum fatalismo supersticioso e não duma má política de gananciosos que mais não vêm nem desejam do que satisfazer as suas ganâncias. Nestas circunstâncias, como poderá a população ter consciência do verdadeiro estado do País a fim de exigir a correcção da situação pelos políticos? Logo a condição primeira para exigir e permitir as mudanças imprescindíveis é por enquanto inexistente. Para que ela possa emergir será necessário que, antes, não se tente esconder como estamos longe do nível de vida e de desenvolvimento dos europeus, principalmente nas zonas mais esquecidas e perdidas do interior. É preciso que o orgulho estúpido e injustificado dê lugar à humildade inteligente. Para quando será isto? Por enquanto não é este o caminho que se está a seguir. Só após esta mudança se poderá prever quando o progresso virá.

Entretanto os governos continuam com grandes palavrões e políticas de lava-mioleiras. Medidas como o investimento estrangeiro são boas por criarem emprego, mas são boas apenas quando acompanhadas dum investimento por empresas nacionais, senão acaba por se terminar o que já se começou, vender o resto do país a empresas estrangeiras, as quais, evidentemente, quais sanguessugas, não vão aplicar os seus lucros no desenvolvimento de Portugal, mas dos seus próprios países. Este caminho não foi aquele que seguiram os países europeus que mais se desenvolveram (Irlanda e Finlândia) e acabará noutra desgraça para a população portuguesa. O progresso nesses países foi fruto dum planeamento equilibrado.

Outra medida recente tomada foi a implantação dum parque eólico no Minho. Se analisarmos bem a questão teremos que reconhecer que, do modo que se vai fazer, é mais uma estupidez de governantes incompetentes e desactualizados. É uma situação tão ridícula que se pode até perguntar se não haverão outros interesses corruptos envolvidos no assunto. Na verdade o sistema escolhido – segundos as imagens das informações apresentadas nos jornais televisivos – opta por moinhos duma geração passada, muito mais custosos e caros de manutenção do que outros actuais, os quais, por demais, têm uma produção eléctrica muito superior, ocupam muito menos terreno, são menos barulhentos, etc. Afinal, que fazem os políticos que não seja bestialidades? Deste modo, como prever para quando a recuperação do país do estado lastimável e cada vez pior em que políticos incompetentes, gananciosos e maldosos o têm posto? Na realidade cada emenda é pior do que o soneto… Corrupção na escolha do sistema. Corrupção na atribuição da sua efectuação. Mais um golpe de traição à nação.

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Corja miserável e infame

Os que não estão anestesiados pela corrupção e dela não se aproveitam, e que simultaneamente vêm o estado a que fomos conduzidos, são infelizmente poucos. Por isso aqui se transcrevem alguma frases do honrado Advogado José Maria Martins. Para melhor apreciação das suas opiniões recomenda-se uma visita ao seu Blog, onde não faltam constatos semelhantes.

Não são necessárias muitas explicações para que o Povo se dê conta da canalha de que está dependente, mas tudo se esconde em nome da defesa de criminosos que se vão assim escapando às malhas duma justiça corrupta, todos encobertos por jornalistas mais do que coniventes. Na verdade, bastaria que se publicassem todas as conversas telefónicas gravadas no âmbito da investigação do caso da Casa Pia – como, aliás, se procede em qualquer país democrático, o que apenas mais uma vez testemunha que Portugal não o é – para que qualquer um se dê conta do “baixo nível das conversas, vernáculas, de uma má educação terrível, a rondar o ambiente e o falajar dos mais indigentes culturais”. É desta a corja de ordinários, infames e biltres que dependemos. São estes os que se servem de nós porque neles votámos. São estes os tribunais de que depende a justiça a que temos direito.

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Miseráveis até quando?

De qualquer maneira, pensar-se que em poucos anos se vai sair duma crise arquitectada durante mais de 30 anos de malvadez, é ser-se completamente inconsciente e estúpido. Que muitos políticos o afirmarão a pés juntos, é o mais certo. De que isso só pode ser mais uma mentira a acrescentar a todas as outras que nos têm vendido, não restam dúvidas. Como vai ser, então? Embora nos queiram enganar – não mais uma vez, mas em simples continuidade – não é assim tão difícil de prever, ainda que dependa de vários factores. Em vez de nos limitarmos a assimilar os maus exemplos de alguns países da UE que políticos & jornalistas nos costumam arremessar à cara para se desculparem, olhemos para trás, para o que se passou com outros países da UE.

A altura em que os fundos europeus começaram a chegar a Portugal coincidiu com a recepção dos mesmos fundos pela Irlanda e pela Finlândia, países então tão miseráveis e pobres como o nosso e em muito comparáveis. A Irlanda, por exemplo era um país de pobres pescadores e criadores e de ovinos. Estes dois exemplos tiveram políticos honestos, conscienciosos e bons administradores que se muniram duma competente equipa de estudo que lhes mostrou o caminho a seguir para o progresso, o qual eles aceitaram e cumpriram. São factos demonstrados e os resultados amplamente conhecidos. No entanto, quanto tempo levaram esses países a progredir até ao lugar que alcançaram há já alguns anos? É isso, há só alguns anos. Levaram mais de 20 anos para se colocarem ao lado dos países avançados. Com muito trabalho, muito boa administração e muita honestidade. Nesta altura nenhum destes atributos é reconhecível à esmagadora maioria dos políticos portugueses.

Por aqui se vê que, no hipotético e inacreditável caso de Portugal ter a mesma capacidade humana em seguir o mesmo caminho, ou seja, se fosse dirigido por políticos com qualidades idênticas às dos que dirigiram a Irlanda e a Finlândia nessa fase e contando com que os próximos fundos da UE sejam devidamente administrados e sem corrupção, a recuperação – ou seja, em circunstâncias idênticas – levaria um tempo idêntico. Ou seja, segundo os exemplos reais e em condições ideais, a recuperação do atraso do país deveria levar uma boa vintena de anos. Só por aqui, na melhor das possibilidades, podemos avaliar a punição de mais de 50 anos com que malvados nos puniram por termos acreditado neles, votado neles e lhes termos satisfeito as ganâncias.

Todavia, é para um cenário ideal que estamos a olhar, não para a triste realidade. Nenhuma pessoa consciente pode acreditar neste quadro. Sobretudo, lembremo-nos de que os políticos não vão mudar assim dum dia para outro. Continuarão a ser o que até agora têm sido, a parasitar o Estado e a servirem-se dele em lugar de o servirem. Na melhor das hipóteses melhorarão ligeiramente e progressivamente. Se assim for Portugal levará cerca de 40 anos para sair da esterqueira para onde um bando de malvados oligárquicos o atirou. Adicionados aos trinta e um já passados desde a Abrilada, conta-se uma punição do povo português superior a 70 anos. Os mais novos que lerem isto se recordarão. Portugal está condenado a viver na sua esterqueira ainda por muito e muito tempo. Sem mudança de mentalidade, da podridão política actual, da vontade do povo e de instrução adequada nenhum melhoramento real o retirará dessa esterqueira em que os políticos o enfiaram nem o colocará a par das nações civilizadas e progressistas. Por uma vez, sejamos realistas.

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Texto original de 1993.
Última actualização desta página em 22 de Dezembro de 2006.